MVP na comunicação além dos manuais das startups
Agências podem e devem experimentar o método para alcançar mais eficiência nas campanhas
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16 de novembro de 2020 - 14h07
O MVP – Minimum Viable Product ou Produto Mínimo Viável – é uma metodologia empreendedora aplicada em muitas startups para gerar mais resultados antes de se investir muito dinheiro. Consiste em construir a versão mais simples e enxuta de um produto, com o mínimo de recursos (inclusive, tempo) possíveis para entregar a principal proposta de valor da ideia. Também serve para validar o retorno de determinado investimento, com feedbacks reais, mesmo antes do produto estar completamente finalizado e/ou lançado. Grandes empresas como Apple, Facebook e Snapchat implementaram o conceito no início e alcançaram o sucesso.
Alguns exemplos notáveis: o Groupon, antes do sucesso, era um blog e todos os cupons eram enviados por e-mail e em PDF. Este processo experimental foi primordial para a empresa testar o seu modelo de negócio, sem grandes investimentos, alavancando assim a sua performance de acordo com o desempenho que apresentava.
Já a empresa Uber – antes de revolucionar o mundo com uma nova forma de se locomover – testou em MVP seu modelo de negócio e a sua plataforma. O app começou a ser testado primeiro em algumas cidades metropolitanas e com carros de luxo. Este ano, no Brasil, a empresa começou a trabalhar com o MVP do UberCOPTER, em São Paulo, que deverá prestar o serviço de transporte também com helicópteros.
O que vem chamando a atenção é que o MVP, que nasceu para testar a viabilidade no mundo real, está saindo dos tradicionais manuais das startups e está ganhando espaço nas agências de comunicação. Com qual objetivo? Alcançar sucesso e eficiência, aplicando o método também nas estratégias e campanhas de clientes.
O conhecimento adquirido por meio da metodologia MVP é valioso, já que a primeira versão de uma ideia nem sempre atinge a perfeição. Este método nos ajuda neste processo inicial, para chegarmos ao melhor resultado.
Usar MVP desta forma é um movimento ainda tímido no setor da comunicação, onde poucas empresas, atualmente, estão aproveitando a “onda” do Produto Mínimo Viável. Mas, pela primeira vez na história, temos tecnologia inovadora e profissionais capacitados para aplicar o conceito dentro das agências de comunicação. Isto porque entender a jornada do consumidor e o que os motiva para a aquisição de um produto ou serviço é essencial para qualquer campanha.
Como CEO de uma agência boutique de comunicação, tecnologia e negócios, faço uma provocação: o que a aplicação do MVP, inicialmente usado apenas por startups, pode agregar à sua agência e às campanhas dos seus clientes?
Primeiro, poder experimentar na prática com uma amostra menor de público – que testará a eficiência da abordagem e dos criativos, as afinidades dos veículos frente aos objetivos e, principalmente, com menores investimentos – permitirá que os ajustes de rotas, muito necessários, possam ser realizados no momento correto, antes das campanhas serem lançadas. Tudo para acelerar os investimentos e exponenciar o seu crescimento de forma inteligente e eficaz.
O diferencial do MVP está na opção de as empresas poderem testar usabilidade, aceitação, eficiência e fazer a comparação das suas soluções com produtos e serviços existentes. Acredito que basear-se apenas em metodologias de pesquisas convencionais pode ser arriscado, do ponto de vista de estratégias e campanhas de comunicação. O mercado tem grandes exemplos em relação a isso. Acompanhei testes cegos em grandes campanhas de cervejas, onde o produto escolhido foi uma verdadeira frustação em vendas.
Agora, ao aplicar o MVP na comunicação, as agências passarão a ter respostas originadas de um processo confiável de mensuração e, consequentemente, isto pode aumentar os seus investimentos. Na minha opinião, essa é a nova visão para a criação de campanhas. O MVP é uma espécie de validador de nossas certezas.
Por exemplo, ao testar motes criativos diversos em metodologia MVP, é possível escalar aqueles que mais se mostram eficientes. Por meio de constantes análises, a agência pode constatar se uma determinada estratégia cumpre com os principais objetivos para qual a campanha foi concebida e, a partir daí, ter à disposição parâmetros para ajustá-la da melhor forma. É neste momento que os maiores investimentos são aportados.
É o nosso pulo do gato? Sim, o MVP pode ser algo para além das páginas dos principais livros de startups. As agências podem e devem experimentar o método para alcançar mais eficiência e sucesso nas campanhas.
*Crédito da foto no topo: Eugenesergeev/iStock
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