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Opinião

Algoritmos podem minimizar o impacto de narrativas falsas na internet

As narrativas falsas podem se manifestar como ação isolada de indivíduos ou orquestrada por grupos (as chamadas “milícias digitais”) interessados em ganhos financeiros


9 de outubro de 2023 - 16h00

A escalada de notícias falsas e conteúdos nocivos nas redes sociais é um barril de pólvora capaz de detonar regimes democráticos e a reputação de empresas. Em casos mais extremos, representa riscos até para a integridade física e mental das pessoas.

As narrativas falsas podem se manifestar como ação isolada de indivíduos ou orquestrada por grupos (as chamadas “milícias digitais”) interessados em ganhos financeiros. Há, também, grupos articulados por políticos inescrupulosos que ameaçam as instituições democráticas com graves operações de desinformação e manipulação da realidade. A equação para resolver esse problema deve mirar na credibilidade da informação para proteger a sociedade, mas também preservar as liberdades individuais.

Na prática, no entanto, a análise de conteúdos massivos postados nas redes sociais não é tarefa simples. A tecnologia que ajudou a impulsionar desinformação, agora, pode ser também uma aliada forte e estratégica no seu combate. A Inteligência Artificial (IA), por exemplo, tem recursos para detecção e prevenção a conteúdos danosos, como algoritmos treinados que identificam padrões de produção e circulação de fake news, ataques, expressões sensacionalistas, informações contraditórias e fontes não confiáveis.

Os algoritmos, quando bem treinados, são aptos, ainda, a identificar inconsistências em imagens estáticas e em movimento, avaliando padrões em sombras, proporções e movimentos. Outro recurso da IA é a análise do tom de voz e das emoções presentes na linguagem oral e corporal, que ajudam a dar a dimensão do grau de sensacionalismo ou de manipulação da mensagem. Considerando o nível atual de desenvolvimento da IA, também é muito relevante o trabalho humano junto com o pelotão de algoritmos, com uma equipe de revisores treinados para fazer a checagem de conteúdos considerados suspeitos pela filtragem preliminar realizada pela análise automatizada.

A gravidade do fenômeno da desinformação e profusão de fake news exige mobilização em várias frentes. O Projeto de Lei nº 2.630, em tramitação no Congresso desde 2020, é uma das ações para enfrentar essa questão. E, muito embora o regime de corresponsabilidade do PL se destine às plataformas com grande número de usuários inscritos, outros players podem e devem contribuir ativamente com o tema.

Esse é o caso das agências de publicidade, que têm papel relevante na curadoria do conteúdo a ser veiculado nas redes quando contratam espaços de mídia em plataformas digitais para impulsionar publicidade. Mas, há também a contribuição na seleção de provedores capazes de evitar que conteúdos sejam destinados a sítios eletrônicos ou contas em redes sociais que propaguem conteúdos nocivos ou fake news. Essas atribuições ganham maior relevância quando se trata de comunicações da Administração Pública. As agências de publicidade têm muito a contribuir para a confiabilidade e a integridade da informação no país.

Os efeitos nefastos da propagação de conteúdos falsos ou descontextualizados nas redes e em aplicativos demandam da sociedade ações propositivas e urgentes, seja explorando os avanços da tecnologia, seja acompanhando a regulamentação das plataformas digitais, com o PL 2.630 e outras propostas em discussão, ou, ainda, desenvolvendo iniciativas de pesquisa de opinião pública.

Dessa forma, colaboramos para que o país desenvolva meios técnicos e institucionais capazes de reforçar esse valioso recurso civilizatório que é a internet, protegendo a sociedade e reduzindo os danos à vida, às reputações, às marcas e às políticas públicas fundamentais. Agências, veículos, anunciantes, provedores e influenciadores têm uma contribuição valiosa com essa missão.

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