Se não agora, quando?

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Opinião

Se não agora, quando?

A maldade é barulhenta, enquanto a bondade é silenciosa, e precisa se organizar melhor


30 de outubro de 2023 - 10h00

Desde o dia 7 de outubro, quando mais de mil terroristas do Hamas entraram em Israel para cometer uma série de atrocidades que incluem a decapitação de crianças, o estupro de mulheres e o sequestro de idosos, o mundo que já não estava muito nos eixos, se perdeu ainda mais…

A maldade parece ter tomado as rédeas do planeta; seja nos atentados terroristas na Europa, na perseguição aos judeus pelo mundo, ou no ataque a tiros numa escola da Zona Leste de São Paulo.
Sem falar nas redes sociais que nunca estiveram tão odiosas, cheias de fake news e desinformação. O que não faltam são pessoas defendendo terroristas, mesmo sendo crime fazer apologia a isso – previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal.

Infelizmente, não era de se esperar algo diferente disso… Primeiro, porque vivemos no país da impunidade; segundo, pois a maldade é barulhenta, enquanto a bondade é silenciosa. Afinal, quanto mais ódio e sangue tiver uma notícia, mais cliques são dados, comentários são feitos e jornais são vendidos.

Mas, recentemente, o mundo do futevôlei deu uma aula de como um esporte pode e deve ser usado como uma ferramenta social de conscientização.

O Campeonato Mundial de Futevôlei – World Footvolley – disputado em Santa Catarina, nos dias 20 a 22 de outubro, virou uma plataforma de comunicação para levar uma mensagem clara e exemplar para o mundo: “Juntos contra o terrorismo”. A iniciativa partiu dos próprios atletas, apoiados pela liderança do evento, para dar voz a uma mensagem óbvia, mas que parece não estar tão clara neste atual momento.

“Eu estive há pouco em Israel e estou muito abalada com o que aconteceu e está acontecendo”, disse Rayana Servare, atual campeã mundial de futevôlei. “Aconteceu com amigos que fiz ali… Podia ser eu, se o atentado tivesse acontecido há algumas semanas;” completa a atleta.

Os 34 atletas das categorias feminina e masculina usaram suas redes sociais para potencializar a campanha, que distribui camisas e posteres da campanha, além de quase todos os atletas estarem vestindo camisas com a mensagem “Juntos contra o terrorismo” na foto oficial do evento.

O paralelo com o que os jogadores e a NBA fizeram em 2020 é inevitável. Na época, atletas e dirigentes da liga aproveitaram o espaço que têm em uma das maiores ligas esportivas do mundo, para dar visibilidade à causa Black Lives Matters. A campanha foi massiva, com seu slogan sendo estampado nos uniformes dos jogadores e no centro da quadra, além de mensagens sociais em todas as mídias on e offline.

À época, Lebron James disse: “Eu estou orgulhoso de fazer parte de uma liga que está usando sua plataforma para dar visibilidade à causa Black Lives Matters. É importante que nós, como atletas, usemos nossas vozes para falar sobre questões importantes, como o racismo e a desigualdade racial. Nós temos uma oportunidade de fazer a diferença no mundo, e eu estou comprometido em usar minha plataforma para promover a igualdade para todos.”
A mensagem de “Juntos contra o terrorismo” é um lembrete do mundo do futevôlei e do Brasil de que sequestro, estupro e tiroteio em escolas são coisas inaceitáveis e assim devem continuar sendo.

E, se eu já tinha certeza de uma coisa, nesse fim de semana eu tive ainda mais: as pessoas boas são a maioria no mundo; só precisam se organizar melhor e tomar coragem para se posicionar urgentemente! Precisamos abafar a maldade barulhenta e como diria o sábio Hillel: “Se não agora, quando?”

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