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Opinião

Vidcon: dez vezes dez

Alguns destaques do maior encontro de content creation do mundo, que celebra uma década em 2019


18 de julho de 2019 - 15h02

Vidcon (Crédito: Reprodução/Facebook)

Na última semana o Centro de Convenções de Anahein, na Califórnia, recebeu cerca de 75 mil pessoas que se reuniram para celebrar a décima edição da Vidcon, conferência global sobre produção de conteúdo digital, um dos principais pilares que as marcas que desejam se relacionar com a Geração Z precisa se debruçar para alcançar quem passa a maior parte do seu tempo e da sua vida atrás de uma tela.

Durante os quatro dias de evento, representantes da indústria, creators e fãs se misturaram e formaram um verdadeiro caldeirão criativo 100% digital first, com foco em conteúdo e engajamento. Dentre os grandes destaques da nova edição listei abaixo os dez que devem gerar algum tipo de impacto em como trabalhamos o marketing de influência e conteúdo hoje dentro da dinâmica das ações de marca.

1. As plataformas assumem seu papel social. Um belo exemplo foi o Youtube Giving, que vai sair da sua versão beta e permitir que influenciadores utilizem a plataforma para ajudar instituições. Ela assume a sua força de alcance, incentivando os seus criadores a utilizar a sua influência para fazer o bem. Se somente os números forem indicadores, esse movimento tem tudo para se tornar uma das maiores plataformas de doação e campanhas sociais do mundo. Se propósito é palavra de ordem, os projetos de brand experience que lidam com eles precisam ficar de olho no comportamento da rede nos próximos meses.

2. Nicho é o novo hit. Networks de conteúdo especializadas em esportes, diversidade, jovens ou educação são a nova tendência global. O ponto mais importante é encontrar a sua vertical de conteúdo e se especializar nela. Um belo exemplo é a @complex, uma plataforma com foco no lifestyle dos sneakers e street style ao redor do mundo em que milhões de seguidores apaixonados pelo tema se engajam diariamente gerando milhões de dólares em business. A customização e a personalização aqui saem das tendências para ganhar o status de negócio efetivamente.

3. Criadores não são influenciadores, são empresas. Existe uma evolução no papel dos influenciadores, onde não somente eles endossam marcas parcerias, mas também transformam os seus nomes em negócios milionários. O maior exemplo para todos é a reality star @kyliejenner, que montou um império bilionários de beleza exclusivamente usando sua conta de Instagram. Outro exemplo é a youtuber @karinagarc1a com 9M de inscritos no Youtube e seu próprio estande na feira de patrocinadores da VidCon 2019. Ou seja, definitivamente estamos além da era dos patrocínios. Cada vez mais é preciso se preocupar com o conteúdo e com as conexões, já que elas tornam-se uma só coisa nessa nova dinâmica.

4. Um novo termo surgiu na VidCon esse ano, os Tiktokers. São criadores do TiktoK, uma nova plataforma de conteúdo que surgiu da evolução do Musicall.y e assumiu o posto vago do saudoso Vine, descontinuado pelo Twitter. O app permite gravar vídeos curtos, geralmente com dublagens musicais, danças, clipes ou cenas de humor. Seus criadores reinaram nos selfies durante os quatro dias de conferência, enquanto seus executivos palestravam em vários painéis e promoviam festas para a comunidade e criadores. Vale lembrar que boa parte dos YouTubers de sucesso hoje nasceu nesses antigos ambientes e que música é uma plataforma valiosa para se conectar com consumidores de diferentes gerações.

5. Produza Localmente. Pense Globalmente. Cada vez mais fortes, as Redes Multicanal (MCNs) globais se especializam em internacionalizar conteúdos locais para mercados globais, especialmente os asiáticos. Não apenas traduzindo o conteúdo, mas principalmente ensinando influenciadores a desenvolverem conteúdos específicos para cada mercado.

6. A força global do jovem. A Geração Z e toda a sua força digital faz com que marcas globais queiram ficar cada vez mais conectadas com essa geração. Nike, Mars, Hasbro, Facebook, Instagram, Youtube, Canon, Best Buy, MTV, Disney, Nickelodeon e Unilever são algumas das que investem nesse público durante a VidCon. A convergência de canais, a democratização da Internet e o novo perfil de quem consome conteúdo alterou o conceito de entretenimento e as empresas precisam entender essa nova dinâmica para encontrar o caminho da conversa e da, que se apresenta no formato de milhões de seguidores de personalidades construídas no universo digital.

7. Você é a cara da sua marca. Invista no Linkedin. A plataforma se firma como a principal rede social corporativa, trazendo insights principalmente nos painéis de indústria da conferência. O principal deles foi o de usá-la não somente para criar uma voz de marca com seus consumidores, mas também desenvolvê-la por meio dos porta-vozes.

8. China quer o seu conteúdo. Em um keynote da Baidu, basicamente o Google da China, a empresa mostrou a força do seu próprio Youtube e em uma oferta quase irrecusável aos criadores presentes proclamou: venha ganhar muito dinheiro com a gente. Agora é esperar pra ver se estamos diante de um novo canal de investimento para o live marketing!

9. Engajamento e Cruzamento de Plataformas. Apesar de cada empresa defender seus interesses, todas, sem exceção, abertamente defendem o cruzamento de conteúdo entre plataformas como sucesso no engajamento. Crie seu vídeo no Youtube, anuncie no Instagram com share no Facebook e, ainda, tweet sobre tudo isso. Mas, nunca se esqueça, claro, do call to action.

10. Listas de countdown é tendência nas plataformas. 

*Crédito da foto no topo: RawPixel/Pexels

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