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Opinião

Vitamina aos micro-influenciadores!

Todo consumidor que produz qualquer conteúdo na web estará influenciando um grupo de pessoas que conhece


20 de setembro de 2017 - 12h37

(Crédito: reprodução)

Cresci escutando que, em pouco tempo, os smartphones se tornariam a segunda tela por meio da qual as pessoas interagiriam com notícias, propagandas e conteúdo em geral. O que não esperávamos era que não só eles se tornariam a primeira tela em menos tempo do que o imaginado, como também contribuiriam drasticamente para que a televisão chegasse muito perto de perder — no Brasil, inclusive já perdeu — todo o seu monopólio de alcance.

De acordo com o estudo AdReaction, da Millward Brown, em todo o mundo, a média diária de minutos que as pessoas utilizam seus aparelhos móveis é de 147, contra 113 minutos diários da televisão. Os brasileiros, por sua vez, utilizam o aparelho telefônico por 149 minutos, contra os mesmos 113 minutos da televisão.

Em todo o mundo, a média diária de minutos que as pessoas utilizam seus aparelhos móveis é de 147, contra 113 minutos diários da televisão

Indo ao encontro desses números, os investimentos em publicidade digital também vêm crescendo exponencialmente, superando, mais uma vez, os anúncios televisivos. Segundo a Interactive Advertising Bureau (IAB), em um relatório preparado pela PricewaterhouseCoopers, nos Estados Unidos, em todo o ano passado, a receita de publicidade digital subiu quase 22%, chegando a US$ 72,5 bilhões e superando os US$ 71,3 bilhões captados pela TV americana no mesmo período.

Na prática, um dos fatores que tem levado ao aumento do consumo destes veículos está relacionado ao dinamismo com que os assuntos se renovam na rede e ao papel que os blogueiros e youtubers vêm exercendo sobre sua audiência, devido à proximidade que têm com ela.  Cada vez mais, as novas gerações se sentem “amigas íntimas” dos chamados influenciadores, algo que vem sendo muito explorado pelas empresas que desejam expandir sua abrangência diante do público.

Mas, então, como garantir que uma empresa está apostando no influenciador correto?

Diferentemente do que era feito até pouco tempo na publicidade para TV, não se trata apenas da popularidade que aquela pessoa ou canal tem. O grande ponto é o fato de que, quando se escolhe um influenciador que tenha sinergia com a marca, o produto fica totalmente natural e se mostra como algo realmente parte do cotidiano do influenciador. Por isso, deixo alguns insights que sempre devemos ter na hora de associar sua marca a uma persona:

1) Os princípios e discurso da empresa devem estar alinhados com aquilo que o influenciador prega: por vezes, vale mais investir em um influenciador menos conhecido pela população geral, mas amplamente reconhecido pelo segmento ao qual a sua empresa pertence, do que contratar uma pessoa somente pelo número de views que ela tem. Assim como para a televisão não fez sentido colocar um vegetariano declarado há décadas para fazer propaganda de um frigorífico, também não adianta colocar uma blogueira fitness para fazer propaganda de uma rede de fast food nas mídias digitais. Talvez você até seja motivo de publicidade gratuita, mas da pior espécie;

2) Publicidade natural, sem elogios forçados ou deixando claro que se trata de um post patrocinado: caso o público quisesse ver algo promocional, poderia deixar rolando o anúncio no início do vídeo ou simplesmente acessar a página do produto para saber os atributos e benefícios que você, criador daquele produto, diz que ele pode ter. Se a intenção é utilizar um influenciador, que o texto seja leve, dinâmico, com a linguagem da persona e, acima de tudo, mostrando como aquele produto impacta positivamente no dia a dia e não mostrando que ele “apenas existe”. Outro mito que deve ser limado da mente de quem quer utilizar os influenciadores da forma mais eficaz é que nem sempre um número grande de views realmente representa o sucesso daquela propaganda. Se o conteúdo da marca não for pertinente ao público dele, provavelmente não será visto até o final. Com a quantidade de conteúdo que o digital nos fornece, passaríamos para o próximo, facilmente. Lembrando que a intenção não deve ser apenas views. Precisamos, de fato, de um retorno qualitativo.

3) Seu produto é multiplataforma, mas saiba investir na plataforma certa e da forma certa: como explica Gary Vaynerchuk em seu artigo “Numbers Don’t Matter, Influence Does” (Números não importam, influência sim), é preciso identificar o contexto de como seus seguidores estão consumindo conteúdo para depois saber como transformar essas impressões em interesse real, em qualquer rede na qual o seu público esteja.

Por último, é importante lembrar que influenciador não é apenas aquele que produz conteúdo para centenas de milhares de pessoas. Existem também os micro-influenciadores, ou seja, todo consumidor que produz qualquer conteúdo na web. Por meio de um post para seu grupo de amigos no Instagram, Twitter ou Facebook, ao relatar sua experiência com algum produto ou serviço nas redes sociais, ele estará influenciando um grupo de pessoas que conhece.

Vale lembrar que os micro-influenciadores podem ter um maior engajamento, além de custo mais baixo, comunicação mais acessível — não sendo propriedade de muitas agências — e negociação mais rápida e flexível que os demais. Faça o teste. Por aqui, deu super certo.

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