Não são causas, são pessoas
Lettícia Muniz e Pepita discutiram diversidade no marketing de influência e co-criação com marcas
Lettícia Muniz e Pepita discutiram diversidade no marketing de influência e co-criação com marcas
Thaís Monteiro
17 de novembro de 2021 - 19h19
Pepita e Lettícia Muniz, ambas influenciadoras consideradas diversas ao padrão social, encerraram o primeiro dia do ProXXIma 2021 com uma conversa sobre diversidade no marketing de influência e os avanços ou desafios na relação entre criador de conteúdo e marcas, em uma conversa mediada pela jornalista Bárbara Sacchitello, editora-assistente do Meio & Mensagem.
Embora parte constante da agenda de conversas do mercado de comunicação, ainda há percalços na relação de criadores diversos com marcas. De acordo com Pepita, cantora e apresentadora, as ações se concentram no Mês do Orgulho e a letra T da sigla LGBTQIA+ quase sempre está ausente, inclusive no quadro de colaboradores. Em relação a corpos plus size, Lettícia disse que eles fazem parte de ações pontuais, mas a proposta para ser embaixadora da marca sempre chega a corpos padrões.
Também acontece, de muitas vezes, os anunciantes usarem o influenciador como veículo, mas nem conhecer ou seguir o criador, pontuou Pepita. Ao chegar na Mynd, a cantora ficou um ano sem ter parcerias com marcas, hoje tem parceiros grandes e de modo constante. “Eu tenho direito de estar aqui hoje. Eu sou igualzinha a todo mundo aqui. Eu vivo o ano inteiro. É complicado uma marca apoiar uma causa. Não é uma causa, são vidas. Respeito é via de mão dupla. Não adianta colocar um LGBTQIA+ se o cara não acredita”, completou.
Mesmo assim, Lettícia reconhece avanços. A modelo e criadora de conteúdo chegou no domingo, 14, ao quadro de apresentadoras do Domingão com Hulk, para apresentar ações de merchandising de marcas. “Apesar de estar mudando, parece que é tão devagar. A internet precisou chegar com o pé na porta. Se não tivesse internet, será que mudava?”, questionou Lettícia.
Na moda, Lettícia disse que apenas as marcas pequenas estão se sobressaindo no atendimento a corpos plus size. Aquelas que não tem lojas físicas e tem pouca estrutura em termos de investimento e funcionários. Já sobre as grandes varejistas, ela acredita que elas pouco se esforçam, só quando contratam pessoas para protagonizar a comunicação. “Quando eu vou em uma loja, as roupas da sessão plus size são diferentes daquelas para P, M e G. O que custa trabalhar o mesmo pano e modelo para corpos maiores?”, apontou.
Para elas, é possível sanar melhor o problema colocando colaboradores diversos nas empresas e validando o lugar de fala deles. “Não adianta colocar a gente num aquário, contratar uma pessoa e não sentar com ela no almoço porque você se sente incomodado. Eles tem mania de colocar a gente num aquário. Eu posso ser o que eu quiser. Eu acredito em mim. A empresa tem que acreditar no profissional. Você tem que dar espaço e deixar a pessoa dar o melhor dela. O lance de incluir em empresa não é modinha”, disse Pepita.
Co-criação com marcas
Para ambas as criadoras de conteúdo, o melhor acordo é aquele que a marca dá certa liberdade para que o criador de conteúdo seja um meio de comunicação que passe a mensagem da sua forma e organicamente, sem ter que seguir roteiros fidedignamente. “É complicado, porque a marca quer que seja do jeito dela, mas eu também acredito que tem que ser do meu jeito porque são os meus seguidores, pessoas que consomem o meu conteúdo e que eu conheço”, afirmou. Com as que conseguem compreender essa troca, se torna um casamento de muitos meses e anos, disse.
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