Abaixo as concorrências não remuneradas!
A não ser que sejam pagas, concorrências de agências de propaganda feitas por anunciantes são uma excrescência que todo o mercado, inclusive e principalmente os anunciantes, deveria lutar em conjunto para banir.
Se não, vejamos.
Um anunciante convoca agências do mercado, passa para elas um briefing (às vezes, nem isso), solicita propostas de planejamento, mídia e criação de graça, compara entre elas e escolhe a que mais lhe agrade.
Algumas vezes esse processo todo não passa de uma farsa para amealhar algumas boas novas ideias e continuar com a agência de sempre.
Se você perguntar para os anunciantes, a esmagadora maioria vai defender esse como um processo legítimo e uma prática de mercado consagrada. Vai dizer ainda que participa quem quer e que, portanto, as agências que se submetem estão topando as regras desse jogo.
Tudo verdade.
Entre a maioria dos parlamentares brasileiros e as empreiteiras do País, a propina também tem sido, durante décadas, encarada como uma prática disseminada aceita pelo mercado.
Você leitor, pessoa inteligente, já fez a comparação na sua cabeça.
Ética não é uma questão de consenso sobre práticas, é uma questão de vergonha na cara.
Tenho, como consumidor, uma sugestão de nova prática de mercado a sugerir aos anunciantes. Quero, a partir de agora, poder provar, sem pagar, vários produtos concorrentes. Degustá-los à pândega, e depois escolher o que mais gostei, levar pra casa uns magotes, a la grande, gratuitos, pra família. No peito, na faxa.
Que tal, hein? Fechado?
Pois essa é a ótica do anunciante. Uma ótica sem ética.
Falta de ética não decorre da carência de leis, mas da pura e simples má fé.
Pelo fim das concorrências não remuneradas já! E denúncia pública dos anunciantes que insistirem.