Pyr Marcondes
29 de outubro de 2018 - 9h41
Neste domingo, a IBM anunciou a compra da Red Hat por US$ 34 bilhões.
A Red Hat opera plataformas de computação em nuvem. Computação em nuvem é não só o armazenamento e gestão de quantidades gigantes de dados por sistemas remotos de bancos online, mas também operações cada vez mais inteligentes graças a seus recursos de Inteligência Artificial. É como se estivéssemos assistindo a descoberta do computador hoje. Só que um computados que não é essa máquina que você tem na sua mesa de trabalho ou no seu bolso (seu smartphone), mas um computador gigantescamente poderoso em termos de capacidade de gestão de dados e extremamente eficaz, porque pensa e aprende sozinho de forma incremental. Sacou?
A IBM era já um player forte nesse mercado, mas maiores do que ela são Amazon, Google e Microsoft. Agora, ela fica mais parruda e vai encarar essa briga mais de frente.
E tem um mercado em que a Red Hat é one of a kind: a distribuição de Linux. Liux, você sabe, é a plataforma de código aberto mais poderosa e abrangente do mundo. É gratuita. O paraíso dos desenvolvedores. Quem dominar o ambiente em que os programas são desenvolvidos, tem um diferencial competitivo importante.
Para dar suporte a essa raciocínio estratégico de ocupação de mercado, em junho, a Microsoft comprou a plataforma de desenvolvedores GitHub por US$ 7,5 bilhões. Ali estão também os desenvolvedores que a IBM busca cativar.
A IBM precisa ampliar sua oferta de serviços para recuperar crescimento. Todas essas ações vão nesse sentido.
De acordo com a IBM, a computação em nuvem é um mercado crescente de US$ 1 trilhão, e somente 20% dos sistemas das companhias já estão na nuvem.
A compra da Red Hat é a maior aquisição da história da IBM e, segundo a Bloomberg, a segunda maior do mercado de tecnologia.
A maior foi a compra da EMC pela Dell, por US$ 63,7 bilhões, em 2015.