Pyr Marcondes
2 de março de 2018 - 8h00
Haverá pouquinha internet fora do mobile, em breve. A Mobile Internet é já dominante, já que a esmagadora maioria dos acessos à rede se dá a partir de aparatos móveis.
Em 2025, a estimativa é que 5 bilhões de pessoas no mundo façam preferencialmente seu acesso à internet pelo mobile. Isso vai representar mais que 60% da população global.
Estamos agora em 3 bilhões de pessoas conectadas pelos móveis.
O crescimento desse setor e desse negócio impactam diretamente o seu negócio, meu caro amigo publicitário, marqueteiro e afins. Isso porque você hoje pensa ainda que campanhas devem ser adaptadas ao mobile e faz já algum tempo que seu público alvo acessa a internet prioritariamente pelo celular ou outro aparelho móvel. E que, portanto, você deveria pensar ao contrário… mobile first (em breve, muitos dos seus públicos serão mobile only).
Seu consumidor está conectado via mobile, mas você e suas estratégias de mercado não.
É difícil entender porque, mas esse é o fato, de fácil constatação aliás, porque as ações e projetos que você faz são públicos e estamos todos aqui vendo como você está dormindo forte no ponto. O rei, ou seja, você, está nú.
No MWC deste ano a expansão da internet móvel serviu de pano de fundo para tudo o que se discutiu aqui, porque é ela que dá a dimensão da indústria. Seu poder e sua dominância hoje no ambiente digital e da conectividade em todo o mundo.
Alguns fatores serão responsáveis por essa expansão global cada vez mais definitiva e avassaladora, como o aumento do espectro de cobertura geográfica das redes e o barateamento do custo dos aparatos móveis.
Os estudos de crescimento do mobile mundo afora, desenvolvidos pela GSMA, entidade internacional que congrega o setor mundialmente e realiza o Mobile World Congress, mostram que a maior parte dessa expansão vai se dar em países em desenvolvimento como o Brasil. O que coloca tudo o que eu disse aí acima ainda mais em evidência e num estado ainda maior de urgência.
Uma das barreiras de acesso à internet via mobile, nesses países, é ainda o custo do device, mas como se espera e se projeta aqui em Barcelona, os preços tenderão a cair mais e mais, enquanto as tecnologias se sofisticarão também mais e mais.
Trata-se de uma transformação de grande peso e relevância para a conectividade em todo o mundo e para nossa indústria de marketing e comunicação em particular, já que mais e mais consumidores estarão ao alcance das nossas estratégias, com seu ponto de contato literalmente ali à mão. Ou no bolso. Ou na bolsa.
O MWC deste ano mostrou que um cenário incremental de possibilidades se abre para as ações mercadológicas. Dormir no ponto não parece ser uma opção muito inteligente.