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“The future is private!”. Na mosca, Mark!
Ao afirmar, em seu evento anual F8, que o futuro é privado, Mark Zukerberg pode ter dado um dos passos mais importantes para o futuro do Facebook desde a fundação. Depende dele.
Ao afirmar, em seu evento anual F8, que o futuro é privado, Mark Zukerberg pode ter dado um dos passos mais importantes para o futuro do Facebook desde a fundação. Depende dele.
Pyr Marcondes
2 de maio de 2019 - 6h38
O tempo nos dirá e todos torcemos para que, desta vez para valer, Mark Zukerberg e o Facebook tenham de fato endereçado, de forma firme e determinada, a questão da privacidade.
O statement que o criador do Facebook fez no encontro F8, para desenvolvedores, realizado pela empresa semana passada, é corajoso, abrangente, bem estruturado e, tudo indica, sério.
A companhia seguirá utilizando os dados de seus usuários para o marketing e a propaganda de seus clientes, mas agora sob controle, afirma ele, mais restrito e em busca de cada vez maior acuracidade na defesa da privacidade.
Não é tarefá fácil porque a companhia talvez tenha ido longe demais sem se preocupar antes com essas questões e o legado tecnológico já implantado, bem como as políticas de controle do que ocorre no ambiente Facebook mundialmente, é um pepinaço para, agora, controlar e colocar tudo dentro das novas normas de respeito e privacidade que o mundo ocidental começa a exigir.
As iniciativas estão sendo construídas sobre 5 pilares: Private Interactions, Encryption, Reduced Permanence, Interoperability e Secure Data Storage.
Talvez tenha faltado um esclarecimento ainda mais detalhado sobre o fato de a empresa ter hoje um volume de dados pessoais sem tamanho de cada um de nós e ter construído sobre eles um arsenal de algoritmos aos quais nós não temos acesso, nem sabemos direito o que está sendo feito com eles.
As novas leis de privacidade são claras no sentido de exigir esse nível de transparência, mas a verdade é que elas não têm tido muito sucesso dentro dos EUA e as empresas que lá operam não enfrentam, portanto, qualquer constrangimento legal para irem nessa direção. Não por enquanto, ainda.
Difícil dizer se a sociedade norte-americana irá construir bases legais assemelhadas ao GPDR europeu ou a nossa LGPD aqui do Brasil. Seria desejável que sim.
Seja como for, o sinal público de preocupação do Facebook com o tema em seu maior evento anual, entendo, deve ser considerado como um belíssimo goodwill e uma senhora carta de intenções.
Não há porque sermos contra o Facebook, por definição. Que sentido faria? Ele é a maior plataforma de interação social global e, em tese, pode ser bem legal. Por que não?
O que ocorreu de anos para cá foi a falta de atenção da direção com as questões relativas a privacidade de dados e, isso sim, mina nosso entusiasmo, principalmente se elas não forem devidamente repactuadas, re-concebidas e reorientadas em pról, de fato, da ética e dos direitos do cidadão.
Vai Mark! Já casquei o bico aqui contra as suas pisadas de bola. Mas agora, estendo meu voto de confiança. Tô torcendo por você! Vê lá, hein?
PS.: Tenho certeza que ele não vai dormir de preocupação depois de ler este post …. rererere…
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Na ótica macroeconômica, por outro lado, ela é bem mais poderosa e impactante do que normalmente se imagina