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EMS: o impacto da automação na farmacêutica

Marcus Sanchez, vice-presidente da empresa, detalha como a robótica, machine learning, big data e (IA melhoraram a qualidade e produtividade.


1 de abril de 2022 - 15h05

Entre os muitos efeitos colaterais, a pandemia da Covid-19 colocou a saúde em foco. Impactados pelo medo e  insegurança trazidos pela crise sanitária, os consumidores foram impelidos a pensar mais sobre o bem-estar físico e mental. Esse movimento reverberou no mercado farmacêutico. Em 2020, no auge da pandemia, o varejo farmacêutico faturou R$ 58,2 bilhões. Aumento de 8,8% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Com isso, o Brasil é responsável por cerca de 2% do mercado mundial.

 

No Brasil, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da EMS conta com 600 pesquisadores e recebe 6% do faturamento anual do laboratório em investimentos (Crédito: Divulgação/ EMS)

Com mercado aquecido, tecnologia e automação são um dos focos da indústria para gerar mais eficiência e aprimorar as verticais de pesquisa e desenvolvimento. Quem descreve esse movimento é Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS, farmacêutica com mais de cinco mil colaboradores e 2,6 mil apresentações de produto. “A robótica, machine learning, big data e inteligência artificial (IA) vão melhorar o controle da qualidade e o nível de produtividade. A digitalização dos processos, com assinaturas eletrônicas e melhor gestão do ciclo de vida dos contratos, irá colaborar com o processo de compras, vendas e contratações. Além disso, o gerenciamento ágil de dados sobre farmácias, hospitais, médicos e parceiros permitirá conhecer mais sobre a demanda e as inovações que deverão movimentar o mercado”, afirma o executivo. No Brasil, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da EMS tem 600 pesquisadores e recebe 6% do faturamento anual do laboratório em investimentos.

Meio & Mensagem – Para o mercado farmacêutico, como a pandemia impulsionou a digitalização? O que já é automatizado?
Marcus Sanchez – Mesmo em segmento mais regulamentado, a transformação digital foi acelerada e impactou nosso setor e a empresa. Para nos adaptarmos de forma mais rápida, planejamos e executamos estratégia de investimento que está em curso e prevê aporte de R$ 120 milhões em transformação digital até o ano de 2024. Isso deve trazer impacto para as áreas administrativa, operacional, comercial e de logística. Os recursos também contemplam tecnologia digital, treinamento de colaboradores, governança digital e roadmap estratégico. O setor digital da empresa atua em parceria com as unidades de negócios e passou a contar com time multidisciplinar. Outros processos digitais também foram acelerados por causa da pandemia, como é o caso da propaganda médica virtual, que acabou sendo antecipada e implementada em março de 2020. Com o isolamento social, tivemos de implantar novo sistema de contratação na área de recursos humanos. Adotamos a plataforma Gupy, portal de carreira da empresa para modernizar as ferramentas de atração de talentos. Desde o início, reduzimos em 43% o tempo médio para fechamento de vagas. Nos últimos dois anos, foi possível economizar R$ 600 mil com custos de processos seletivos, que antes eram realizados com apoio de consultorias externas.

M&M – Que tendências tecnológicas e ferramentas emergentes são encaradas como oportunidade para a companhia no futuro? Que dores podem suprir?
Sanchez – Internet das coisas (IoT), cloud computing, machine learning e big data são soluções que vamos explorar mais. Elas serão capazes de resolver problemas na área de produção e ajudarão a gerar mais oportunidades comerciais, permitindo melhor relacionamento com parceiros e stakeholders, como os médicos. Sob o ponto de vista científico, temos expectativas de aprofundar estudos e trazer lançamentos importantes em inovação incremental e radical, na área dos medicamentos genéricos de alta complexidade e de biotecnológicos.

Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS (Crédito: Divulgação)

M&M – Como a tecnologia está presente no desenvolvimento de produtos de EMS?
Sanchez – A tecnologia é uma realidade e se estende a todas as áreas da EMS. As ferramentas e conceitos da Indústria 4.0, IA e big data, por exemplo, são fundamentais, pois nos permitem ampliar a produtividade, reduzir o custo de produção e aumentar a segurança para o paciente, possibilitando a ampliação do acesso à saúde. Temos um processo de produção automatizado. Os maquinários conectados e inteligentes identificam e solucionam erros, monitoram toda a operação e fornecem dados sobre produção e qualidade. Entre 2012 e 2021, investimos mais de R$ 1 bilhão em modernização de plantas fabris no Brasil e em aumento da capacidade de produção, que é de mais de 1 bilhão de unidades (caixas) de medicamentos por ano. Este ano, ainda estão previstos investimentos de R$ 200 milhões para atualização de tecnologias em maquinários e linhas de produção pela EMS. A transformação digital tem acelerado processos, integra diferentes áreas e nos permite testar mais e corrigir a rota, se necessário, de maneira rápida, favorecendo a tomada de decisões mais assertivas. Na área propriamente dita da pesquisa e desenvolvimento de produtos, a tecnologia nos ajuda a avaliar os medicamentos com relação à eficácia e segurança. Aumentamos aportes em nossas principais marcas e pipeline de produtos inovadores. A inovação é fundamental para alcançarmos mais competitividade em relação às indústrias internacionais e trazer qualidade de vida à população, com novos medicamentos e terapias. São quatro principais frentes de inovação que recebem investimento da empresa: os genéricos de alta complexidade, de difícil desenvolvimento; a inovação incremental (novas associações ou formas farmacêuticas de medicamentos já existentes no mercado); os biotecnológicos (com a Bionovis, empresa de alta tecnologia na qual a EMS possui participação); e a inovação disruptiva (radical), por meio da presença da EMS nos Estados Unidos.

M&M – De que maneira a EMS trabalha seus dados? Como são transformados em insights para a companhia?
Sanchez – Essa transformação ocorre por meio do projeto Data Blue, plataforma habilitadora para a tomada de decisão, um arsenal tecnológico para que as áreas tenham mais inteligência e insights para atuação estratégica em seus mercados. Passamos das análises descritivas para a utilização de modelos preditivos que nos permitem ter maior previsibilidade sobre a demanda e controlar o abastecimento dos pontos de venda. Tudo isso conectado às áreas de operações, comercial, logística e de pesquisa clínica nos permite gerar análises prescritivas evitando possíveis gargalos no abastecimento, otimizando os processos produtivos e melhorando ainda mais nossas condições comerciais.

M&M – No futuro, qual será o papel da tecnologia na indústria farmacêutica?
Sanchez – Novas plataformas irão nos aproximar ainda mais das pessoas que consomem nossos produtos. Essa proximidade nos permitirá olhar para o consumidor de forma única e o avanço da tecnologia será fundamental para desenvolver novas terapias e produtos, proporcionando mais acesso à saúde e qualidade de vida à população. A robótica, machine learning, big data e IA vão melhorar o controle da qualidade e o nível de produtividade. A digitalização dos processos, com assinaturas eletrônicas e melhor gestão do ciclo de vida dos contratos, irá colaborar com o processo de compras, vendas e contratações. Além disso, o gerenciamento ágil de dados sobre farmácias, hospitais, médicos e parceiros permitirá conhecer mais sobre a demanda e as inovações que deverão movimentar o mercado.

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