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FileMaker une-se ao esforço da Apple na conquista das PMEs
Subsidiária da empresa de Cupertino, também criada por Steve Jobs, libera versão mais recente da plataforma de desenvolvimento de apps personalizados
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Sergio Damasceno Silva
8 de junho de 2016 - 15h41
A FileMaker, subsidiária da Apple cuja plataforma permite a criação de aplicativos personalizados de forma rápida, acaba de apresentar a versão FileMaker 15 no Brasil. Foram agregados recursos em mobilidade, automação/integração, facilidade de uso e desempenho. A plataforma da FileMaker pode ser integrada ao iPad, iPhone, Mac, PCs baseados em Windows e à internet. A principal função do FileMaker é a criação de banco de dados e um dos diferenciais do software é ser bastante acessível, mesmo para quem não está familiarizado com programação.
Baseado no conceito “faça você mesmo”, o software permite a criação e colocação de um app na App Store em até sete dias. “Não é preciso mais ser um desenvolvedor ou programador. Qualquer um que seja curioso e tenha uma boa ideia pode começar a fazer apps personalizados e montar seu próprio negócio”, afirma o CEO Henrique Bilbao, da HiMaker, desenvolvedora que usa o FileMaker para oferecer soluções de negócios. O executivo cita o exemplo de um padeiro que criou o próprio app para projetar o consumo futuro de pães e vendeu, pelo menos, 50 unidades na App Store. E garante que, entre a criação do app e sua oferta na App Store, são necessários apenas sete dias.
A plataforma é comercializada por meio de licenciamento e, com a versão 15, chegam também mais opções como o licenciamento para equipes (de cinco ou mais pessoas), pela qual cada usuário pode acessar o FileMaker Pro (para conexões de usuário), o FileMaker Go ou o FileMaker WebDirect – todos hospedados no FileMaker Server – e compartilhar informações de forma segura e em tempo real.
A história da subsidiária
Quando Steve Jobs foi expulso da Apple, em 1987, criou uma subsidiária de software, a Claris. Que, em 1998, passou a chamar-se FileMaker. Independente da Apple desde a criação, a própria sede da FileMaker fica em Santa Clara, enquanto a Apple está sediada em Cupertino. Informações no site da empresa ressaltam que mais de 2 milhões de pessoas já fizeram o download do app FileMaker Go. Nesses quase 30 anos, no entanto, o foco da FileMaker mudou: originalmente, era apenas uma empresa de software de banco de dados. Agora, é uma plataforma que permite construir apps personalizados sem que seja necessário saber como codificar, ou seja, colocou o desenvolvimento de aplicativos nas mãos de qualquer leigo que queira experimentar como se cria um app.
Mas, o gene da Claris, ainda quando assim se chamava, começou a se multiplicar quando os desenvolvedores das ferramentas MacWrite e MacPaint do Macintosh alegaram que os clientes não iam querer ou precisar de mais nenhum software além desses. Com isso, a Apple colocou todos os softwares (inclusive o AppleWorks, que era o concorrente do Microsoft Office), no pacote Claris. Simultaneamente, a Claris foi autorizada a fazer seus próprios produtos no Mac Claris. Em 1988, a Claris adquiriu o FileMaker, software basicamente criado para usuários domésticos e pequenas empresas. Em 1990, no entanto, então CEO da Claris, John Sculley, brecou o avanço da companhia como empresa independente. Essa postura fez com que a Claris mantivesse-se como subsidiária integral da Apple. Em 1998, mudou o nome para FileMaker e foi reorientada a construir suas próprias aplicações.
Com a queda das vendas do iPhone (16% no trimestre encerrado em abril deste ano e a primeira em nove anos desde o lançamento do smartphone), a Apple tem sido, praticamente, compelida a atuar em áreas onde, tradicionalmente, operam nomes como IBM, SAP e Cisco e, portanto, expandir as vendas de iPhone e iPad no mercado corporativo. Assim, é natural que a atenção da empresa volte-se para a subsidiária FileMaker, cuja principal aplicação é a construção de apps sob medida para negócios. Uma empresa, por exemplo, pode usar Cisco ou SAP em bancos de dados contábeis ou de recursos humanos e, com o FileMaker, construir um app baseado em iOS para esses bancos. Em outro caso, nos EUA, um cliente foi capaz de construir um aplicativo personalizado em apenas 10 horas, sem escrever qualquer código. Os dados do aplicativo feito em FileMaker podem ser interpretados por outros bancos de dados ou programas de planilhas, por exemplo. Com a versão 15, os clientes FileMaker podem facilmente construir apps em iPhone e iPad e oferecê-los tanto para a produtividade interna de suas próprias empresas quanto na App Store.
Com essa reorientação, a FileMaker (e a Apple) indica interesse no lucrativo e amplo mercado corporativo de empresas locais (ou pequenas e médias empresas). Que, até aqui, havia sido, em geral, desprezado pela proprietária do iOS.
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