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Futuro do e-commerce passa pelas nuvens, literalmente
Dona da Americanas.com e Submarino testa entrega com drones entre centro de distribuição e lojas seguindo o mesmo caminho da Amazon
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Luiz Gustavo Pacete
12 de julho de 2019 - 11h10
O uso de aeronaves não tripuladas para entrega de produtos, em testes avançados nos Estados Unidos e outros países, já é uma realidade também no Brasil. A B2W, dona dos sites Americanas.com e Submarino, vem experimentando, há alguns meses, o uso de drones no transporte de produtos de seu centro de distribuição, em Itapevi, em São Paulo, para pontos de venda próximos da região.
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Em comunicado, a B2W esclareceu que discute com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) os caminhos da regulamentação para a entrega com drones no território nacional. De acordo com a agência, existem 68 mil drones cadastrados no Brasil. A previsão da B2W é de que, em 18 meses, comece a usar, efetivamente, as aeronaves nos trajetos atualmente em teste sob supervisão da ANAC.
No total, foram realizadas sessenta entregas experimentais no percurso que corresponde a dois quilômetros. Os drones possuem autonomia de dez quilômetros e suportam até dois quilos a uma velocidade de quase quarenta quilômetros. A empresa responsável pela tecnologia por trás dos drones é a SMX Systems. O envio direto aos clientes entrará em uma segunda fase de testes ainda sem data prevista.
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Iniciativas envolvendo entrega com drones em outros países são comuns. Além da Amazon, Walmart, Alibaba, UPS e até mesmo o Google possuem projetos e testes em andamento. Ricardo Cavallini, fundador do Makers, plataforma de educação e inovação, alerta que os desafios para o uso desse tipo de equipamentos para entregas são muitos. “Começando pela legislação, que ainda é bastante restritiva e, em alguns países, proibitiva. Outro desafio é de ordem prática, a autonomia da maioria dos drones ainda é baixa, principalmente se levarmos em conta que ele levará carga”, explica.
“Ainda que esta limitação de carga e distância já sejam boas suficiente para boa parte das entregas em um grande centro como São Paulo, neste caso o problema passaria a ser outro. A logística para substituir um entregador não é tão simples. Grandes centros têm questões muito mais complexas neste transporte. O drone vai descer onde? E as questões de segurança? Um drone com esta capacidade é um monstrinho perigoso para se chegar perto. E o barulho? De dia tudo bem, de noite, complicado”, pondera.
Em agosto do ano passado, a Uber anunciou que o Brasil está entre os países que receberão testes de drones na entrega de produtos via Uber Eats e transporte aéreo compartilhado na modalidade denominada Uber Air. Dallas e Los Angeles, nos Estados Unidos, serão as primeiras cidades a receber o serviço. No Brasil, ele será desenvolvido em parceria com fabricantes de aeronaves, desenvolvedores imobiliários e tecnológicos nos próximos cinco anos.
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Apesar dos desafios listados, Cavallini entende que desafios similares (tecnológicos, legais, culturais) não impediram startups como Uber e Airbnb de surgirem e crescerem. “Se resolve um problema real — e neste caso, resolve — a entrega por drones tem grandes chances de ganhar escala. Principalmente para empresas como a Amazon, onde o custo de entrega justifica a pesquisa e desenvolvimento de um sistema mais rápido e mais barato”, explica reforçando que a tendência é que as entregas comecem com atividades de valor agregado, B2B e situações específicas.
Luis Neto, CEO da Drone Store, explica que é importante entender que muitas das iniciativas de entregas que ficaram famosas pela internet são projetos pilotos. “Por mais que sejam tecnologicamente muito avançados ainda estão um pouco distante de ser parte do dia das pessoas por questões de regulamentação e falta de uma analise mais detalhada dos riscos envolvidos que só poderão ser analisados através destes projetos pilotos menores”, afirma
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