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Amazon, 25 anos: dos livros à nuvem

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Amazon, 25 anos: dos livros à nuvem

A empresa completa um quarto de século neste mês como uma das potências globais em tecnologia: para Werner Vogels, atual CTO, segredo da inovação está na formação de equipes


8 de julho de 2019 - 6h00

 

“A Netflix se tornou a melhor empresa de streaming atualmente por que ela não se preocupou em sua estrutura tecnológica, mas olhou para o que realmente importa que é seu catálogo” (Crédito: Arthur Nobre)

A Amazon completou 25 anos na última sexta-feira, 5 de julho. Em datas assim é natural questionar o futuro, sobretudo a empresa que se tornou referência em inovação. Em várias de suas entrevistas, Jeff Bezos, fundador da companhia, afirma que companhias do tamanho da Amazon, no contexto volátil em que o mundo dos negócios se encontra, estão destinadas à falência e que isso ocorre perto dos trinta anos de vida.

Segundo a visão provocadora de Bezos, sua empresa estaria, portanto, perto do início do fim. Mas os resultados recentes deixam essa suposição muito distante: a Amazon superou o Google e tem a marca mais valiosa do mundo, segundo o ranking BrandZ. A empresa alcançou seu trilhão em valor de mercado no ano passado e vem se tornando o único player a bater o Google e Facebook em receita publicitária.

Suposições à parte, uma coisa é certa, a Amazon possui um jeito próprio de pensar a inovação e quem diz isso é Werner Vogels, CTO da empresa e responsável pela criação do provedor de serviços em nuvem: a AWS, uma das empresas mais rentáveis da Amazon, hoje. “Muitas companhias dizem que são inovadoras, mas quando você olha para a política de contratação, continuam admitindo profissionais conservadores. Se eu tivesse que dizer um dos ingredientes seria: contrate as pessoas certas. Por mais óbvio que pareça e ser algo muito falado por vários executivos, é o que faz a diferença.”, afirma Werner ao Meio & Mensagem.

No caso da Amazon, explica o CTO, está muito clara a política de contratação: pessoas com alto senso de pertencimento, que pensem grande. Quem seja capaz de criar suas próprias startups, diz. “Tecnologia é bom? Com certeza. Mas sem a pessoa certa não funciona”, provoca.

 

A divisão Prime Air é, atualmente, uma das mais promissoras e que vem recebendo investimentos relevantes destinados a testes (Crédito: Divulgação Amazon)

Em segundo, pontua Werner, está a velocidade e o ritmo para experimentar e isso demanda muita falha. “E não é inovar pensando somente na empresa. Por exemplo, identificamos desafios de pequenas empresas que vendem na Amazon na sua gestão de entregas, desenvolvemos um sistema para melhorar isso que sirva não só para a empresa vender na Amazon, mas também no eBay e não importa, o importante aqui é que uma solução foi criada e não que nossos clientes também vendem no concorrente”, reforça.

 

A AmazonGo, loja autônoma da Amazon, foi um passo da empresa rumo ao varejo inteligente (Crédito: Reprodução)

Em relação ao movimento de a Amazon tornar-se cada vez mais forte em receita publicitária, Werner explica que ele ocorre por que, assim como várias outras empresas, as agências de publicidade precisaram se tornar cada vez mais data base e data driven: “se antes falávamos em milissegundos hoje estamos falando de microssegundos”.

Um dos executivos de maior confiança de Bezos, Werner chegou a Amazon em 2004 para atuar na área de tecnologia egresso da área de pesquisa da Cornell University. Em 2006, criou a Amazon Web Service (AWS), divisão especializada em computação em nuvem que, em 2012 atingiu uma receita de US$ 1,5 bilhão.

 

Com o Whole Foods, a Amazon ampliou sua oferta omnichannel (Crédito: Reprodução)

Sobre o futuro da Amazon, Werner reforça que, independentemente do que a empresa se tornar, o conceito customer centric, tão defendido dentro da Amazon, sempre existirá. “Dropbox, Airbnb, Uber, Spotify, essas empresas só se tornaram o que são atualmente e causaram o impacto que causaram pela capacidade que tiveram de focar no produto, serviço e experiência.”

Algumas das inovações da Amazon que dizem muito sobre o futuro e presente da empresa:

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Lockers da Amazon, uma das estratégias de distribuição da companhia que saiu da área de inovação (Crédito: Reprodução)

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