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“Quer ser inovador? Esqueça o concorrente”, diz CTO da Amazon
Para Werner Vogels, também fundador da AWS, divisão de computação em nuvem da Amazon, inovação e tecnologia devem ser igualitárias ainda que sirvam também ao concorrente
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Luiz Gustavo Pacete
8 de julho de 2019 - 6h00
No final de junho, Werner Vogels, CTO da Amazon e criador da AWS, divisão de computação e nuvem da Amazon, esteve no Brasil para participar do AWS Summit e gravar alguns episódios da série Now Go Build, disponível no Prime Video onde ele percorre o mundo em busca de cases de sucesso de inovação. Entre os países visitados estão Indonésia, Noruega e agora Brasil, onde foi gravado um episódio sobre startups do setor de saúde. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Werner respondeu uma das perguntas mais comuns ao seu cotidiano: como que a AWS, tendo um serviço de streaming, fornece tecnologia em cloud para seu maior concorrente, a Netflix, e como se dá essa relação?
Na resposta, ainda que com um certo teor diplomático, Werner sinaliza alguns pontos importantes sobre o que ele pensa de inovação, tecnologia e concorrência. E antes de responder, ele retornou ao exemplo de como a Amazon enxerga o propósito de desenvolver inovação. “Não é inovar pensando somente na empresa. Por exemplo, identificamos desafios de pequenas empresas que vendem na Amazon na sua gestão de entregas, desenvolvemos um sistema para melhorar isso que sirva não só para a empresa vender na Amazon, mas também no eBay e não importa, o importante aqui é que uma solução foi criada e não que nossos clientes também vendem no concorrente”, diz Werner.
No caso da Netflix, ele coloca outro conceito em discussão: o foco na experiência e no consumidor, de fato. “O exemplo de Netflix é muito interessante porque ilustra o que eu venho dizendo sobre foco no que realmente importa. A Netflix se tornou a melhor empresa de streaming atualmente por que ela não se preocupou em sua estrutura tecnológica como centro, mas olhou para o que realmente importa que é seu catálogo, suas produções originais, sua capacidade de contratar os melhores roteiristas e isso exemplifica muito bem que o fato de a plataforma ter mudado o consumo de conteúdo no mundo tem relação com o conceito de customercentric e não é sobre tecnologia. A tecnologia foi importante, é claro, mas fica claro onde está o foco”, explica.
Werner chegou a Amazon em 2004 para atuar na área de tecnologia egresso da área de pesquisa da Cornell University. Em 2006, criou a Amazon Web Service (AWS), divisão especializada em computação em nuvem que, em 2012 atingiu uma receita de US$ 1,5 bilhão, o que segundo Bezos, impressionou a todos. Sobre a mudança na publicidade e o movimento de a Amazon se tornar um player de publicidade cada vez mais relevante ocorre por que, assim como várias outras empresas, as agências de publicidade precisaram se tornar cada vez mais data base e data driven. “Se antes falávamos em milissegundos hoje estamos falando de microssegundos, ou seja, estamos enxergando o quanto as marcas e agências precisam de velocidade para competir, e vejo neste sentido que a tecnologia e todas as ferramentas disponíveis vêm de encontro com essa grande necessidade das agências para que elas sejam efetivas.”
Sobre o papel da tecnologia em nuvem no futuro do streaming, Vogels reforça que a indústria dos games vem passando por uma grande transformação e isso tem uma relação direta com a velocidade da tecnologia e do nível de exigência de quem joga. “Se antes, o console restringia a experiência, hoje você tem o PC, o celular, onde você estiver tem a oportunidade de ser um gamer. É o “game as a service”. E temos aí uma série de exemplos que ilustram essa dinâmica que é o caso de Fortnite que se tornou um fenômeno pela velocidade com que entendeu o que vinha agradando seus fãs e soube melhorar e evoluir sua plataforma.”
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