Comunicação

Quem é a agência por trás da estratégia da Bauducco no The Town

Grapa, que acaba de assumir influência da marca, tem liderança GenZ e prioriza relação próxima com os creators

i 12 de setembro de 2025 - 14h29

Projeto da Grapa para Bauducco no The Town

Projeto da Grapa para Bauducco no The Town: mais de 60 influenciadores para estreitar conexão da marca com o público do festival (Crédito: Camila Cavanha)

A Grapa, agência fundada há três anos pela publicitária Nicole Pappon, acaba de ampliar seu portfólio com a conquista da verba de marketing de influência de Bauducco e Casa Bauducco.

O escopo de atendimento abrange os três principais esforços de influência da marca no segundo semestre, a começar pelo The Town. No festival, que começou semana passada e terá continuação a partir desta sexta-feira, 12, a agência está ativando a presença de Bauducco nas redes sociais e no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, onde acontecem os shows, com mais de 60 influenciadores.

A estimativa é ultrapassar a marca de 300 conteúdos e atingir mais de 5 milhões de impressões até o final do evento, cujo encerramento será no próximo domingo, 15. Além das ativações, a Grapa realizou a estratégia e execução do kit entregue aos criadores, que inclui ‘sacochila’, capa de chuva, óculos e lenço.

Mais adiante, a operação se dedicará ao projeto Bauducco Por Aí, cuja missão é reforçar o consumo dos produtos da marca no dia a dia, por meio de narrativas em diversas cidades brasileiras. Por fim, a Grapa estará à frente do Natal Bauducco, que contará com um plano de influência que será desdobrado em diferentes plataformas e audiências.

Em busca da GenZ

Nicole Pappon

Nicole Pappon no escritório da Grapa, no bairro de Pinheiros, em São Paulo: agência liderada e formada por profissionais da GenZ (Crédito: Divulgação)

Todas essas iniciativas serão pensadas de acordo com a premissa da Grapa de se conectar à geração Z. Boa parte do time de 53 pessoas da agência se enquadra no grupo etário, inclusive a sócia-fundadora e CEO, que tem 28 anos.

“Bauducco é uma marca bastante familiar e tem bastante tempo de mercado. Agora, eles querem entrar na geração Z. Por isso entramos no The Town, porque nada mais legal do que estar em um festival. Um dos influenciadores que levamos para lá é o Montalvão, que está super em alta”, conta Nicole, assegurando que anunciantes com outros perfis também estão em busca de uma maior conexão com a GenZ.

Outro exemplo é a Samsung, para a qual o time está desenvolvendo um projeto focado na América Latina, que envolve influenciadores de diversos países. Posicionada como agência boutique, a operação se dedica a entender por que determinado perfil de influenciador se encaixa à narrativa da marca.

Esse trabalho é necessário porque, segundo Nicole, o que faz a diferença para a GenZ hoje é ter uma proximidade genuína com o influenciador e a marca. “Não tem mais isso de a pessoa querer comprar um negócio apenas porque a Virgínia Fonseca ou a Bruna Marquezine estão usando. É preciso entender o que motivam essas comunidades, que estão muito fortes”, afirma a executiva.

Um dos primeiros clientes da Grapa é a Adidas, com a qual fechou mais um contrato pelos próximos três anos. Recentemente, a agência se envolveu na produção da cantora Pabllo Vittar para o Video Music Awards (VMA), da MTV. Também fazem parte do portfólio Melissa, Starbucks e Bourbon Shopping.

Fair play

Além dos trabalhos com as marcas, a agência também costuma atuar em parceria com agências maiores, tanto as especializadas em influência, como a BR Media e Spark, quanto as focadas em publicidade, como Galeria e Ampfy, que atendem, respectivamente, as verbas de comunicação e social da Bauducco.

“Ajudamos essas empresas a fechar jobs com influenciadores. Não somos concorrentes. Vim numa missão de tentar mudar esse mercado, em que acontece muita coisa errada, para fazer o trabalho de forma certa”, diz Nicole, se referindo a falta de transparência em muitos dos processos de concorrência e negociações do mercado publicitário.

Hoje, o principal desafio da agência, que deverá crescer 60% em 2025 – e que passou a contar, desde o ano passado, com Eduardo Alvarenga (ex-CEO da Eletromidia e atual membro do conselho administrativo da companhia) e Felipe Oliva (fundador da Squid e investidor) como sócios-investidores –, é equilibrar o crescimento de maneira sustentável, para que a proposta inicial de manter uma relação próxima com os clientes, tanto as marcas, quanto o casting de influenciadores.

“Tem muito influenciador que gostaria de entrar na Grapa, que me traria muito dinheiro, mas não se encaixa no perfil que a gente trabalha, com o nosso propósito. O mesmo acontece com clientes. Prefiro caminhar um pouco mais devagar, mas colher um negócio que vai durar muito mais tempo”, explica a CEO.