Opinião
DataViz: a arte de exibir dados de forma visual
Com a quantidade avassaladora de sinais e a premência na tomada de decisão, a disciplina acabou encontrando grande importância no dia a dia do marketing
DataViz: a arte de exibir dados de forma visual
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5 de novembro de 2020 - 8h00
O Content Marketing Institute define DataViz da seguinte maneira: “é a arte e a ciência de exibir informações (dados) de forma visual. Embora os gráficos de barra sejam uma forma de DataViz, o termo é mais frequentemente utilizado para traduzir dados complexos em imagens resumidas e artísticas.” (tradução livre)
Com a quantidade avassaladora de sinais e a premência na tomada de decisão, a disciplina acabou encontrando grande importância no dia a dia do marketing. Dentre os benefícios, cito:
– rapidez e transparência da informação;
– estrutura que facilita o alinhamento entre áreas, pois todos acabam buscando o dado numa fonte já verificada;
– rastreabilidade do dado, em especial quando surgem outliers nos gráficos;
– melhoria contínua dos modelos, algo muito mais simples de ser vislumbrado e implementado numa base programada;
– facilidade na interpretação dos dados, pois já traz uma representação visual do cruzamento de diversas variáveis;
– possibilidade de modular a informação, tendo uma camada gerencial e outras interfaces com maior detalhamento para atender diferentes times;
– livrar o tempo dos analistas para fazerem análises, ao invés de construírem tabelas, dentre outros.
Para começar, os softwares dedicados já não são mais desculpas para evitar o assunto. Existem versões gratuitas do Tableau, Data Studio, Power BI, dentre outras, que servem aos trabalhos mais simples e comuns do mercado
Contudo, ainda, é mais complicado do que aparenta. Entendo que existam dois pontos de atenção: encontrar quem programe e qual a estrutura ideal do dashboard.
No primeiro caso, todo DataViz exige um trabalho “invisível” de construção das informações. O programador é responsável por criar fluxos de dados, integrar informações de sistemas diferentes, elaborar cálculo, definir frequências de atualização, e isso tudo exige um conhecimento de programação e BI. Também é preciso ter uma visão de negócios para conseguir entregar a informação precisa e simples de ser trabalhada em um Dash.
Estamos ainda no estágio da formação de profissionais especializados, tanto é que a maioria são autodidatas, cuja curiosidade e paixão pelos dados os levou para esta essa trilha. Bons profissionais de programação e Business Intelligence normalmente são referências na disciplina.
No segundo caso, deixo aqui a minha sugestão: pense que o dashboard precisa contar uma história. Sendo assim, há uma estrutura clássica: quem, o quê, quando, onde e por quê.
Imagine que estamos tentando ler os dados de participação de mercado de uma determinada categoria:
– Quem queremos ler? Todos os concorrentes? Apenas os existentes na mesma faixa de preço? Apenas os que tiverem se destacado no último mês, no último trimestre? Quais são realmente os seus principais concorrentes?
– O quê que queremos ler? O dado de Volume, o dado de Valor, o Preço, a Distribuição Média e/ou a Ponderada? O que realmente tem correlação e afeta o seu negócio? O que realmente varia?
– Quando, qual o período? A média móvel, trimestre contra trimestre, ano contra ano, evolução mês a mês? O que você olha primeiro?
– Onde? Quais os mercados? Aglomeramos por Cidade, por Estado, por Área, por Região? Como é feita a sua logística? Como é a divisão por área da sua equipe de Vendas?
– Por quê? Aqui, é aquilo que normalmente se procura, as razões por trás dos dados.
Reitero que é apenas uma sugestão para tornar o gráfico útil, partindo daquilo que é essencial e pode gerar planos de ação.
Além disto disso tudo, vejo que é preciso também entender para qual público estes esses dados serão mostrados e com qual propósito. Uma das vantagens já citadas é a possibilidade de ter um gráfico gerencial, passível de expandir para diversas camadas, cada uma delas atendendo a um tipo específico de público e necessidade. Outros fatores importantes são: qual a frequência de atualização da informação, onde será visualizado visualizada (numa tela de celular?), onde será hospedado hospedada e quem poderá acessar.
O simples exercício de ponderar a visualização da informação já é em si um método científico, ao conseguir criar um dashboard que responda às necessidades analíticas do cotidiano do negócio e auxilie na tomada de decisão. É unir a ciência com a arte.
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