Assinar

Nós vamos invadir sua praia, Fortnite!

Buscar
Meio e Mensagem – Marketing, Mídia e Comunicação

Nós vamos invadir sua praia, Fortnite!

Buscar
Publicidade

Opinião

Nós vamos invadir sua praia, Fortnite!

Crescimento estrondoso do mercado de games durante a pandemia multiplicou o perigo, colocando outros games na batalha pela audiência da Netflix


19 de outubro de 2021 - 6h02

Fortnite ultrapassou os 200 milhões de jogadores no fim de 2018 e faturou cerca de US$ 2,5 bilhões (crédito: divulgação)

O ataque já era esperado. Só não sabíamos que viria de todos os lados. Setembro foi um mês agitado para os gamers. No mesmo dia em que a Amazon Games fez o lançamento global de seu primeiro jogo, o RPG New World, a Netflix anunciou a compra de seu primeiro estúdio de games, o até então independente Night School Studio. Fundado em 2014, o estúdio é conhecido por títulos baseados em narrativas, entre eles Mr. Robot:1.51exfiltrati0n, jogo mobile inspirado na série de TV Mr. Robot, exibida no Amazon Prime Video.

No caminho inverso, a Riot Games vai estrear na TV, e divulgou o primeiro trailer de Arcane, animação baseada em League of Legends, um dos maiores fenômenos da história mundial dos games, que resiste ao tempo e completa 12 anos este mês. Situada no universo de LoL, Arcane é uma série animada desenvolvida e produzida em parceria com a Fortiche Productions e será exibida pela Netflix, em novembro.

Quem acompanha o mercado, sabe que a Netflix já estava de olho no mercado de games há mais de dois anos. Ao enviar a investidores um relatório com o desempenho da empresa no último trimestre de 2018, o destaque foi para a importância de conquistar o tempo que os consumidores passam diante de telas e elegeu Fortnite, o battle royale da Epic Games, como seu maior rival.

“Existem milhares de competidores neste mercado altamente fragmentado que competem por entreter os consumidores… O nosso crescimento é baseado em quão boa é a nossa experiência em comparação a todas as outras experiências de tempo de tela as quais os consumidores possam escolher.

Nós ganhamos em tempo de tela do consumidor, tanto no mobile quanto na televisão, de uma grande variedade de competidores. Nós competimos (e perdemos) para o Fortnite mais do que para o HBO.”

Para situá-los, no fim de 2018, quando o documento foi escrito, Fortnite ultrapassou os 200 milhões de jogadores e faturou cerca de US$ 2,5 bilhões, tornando-se o game gratuito mais lucrativo do ano. Renda bem menor do que os US$ 16 bilhões da Netflix, mas considerável para um produto só. Jogos gratuitos faturam com a venda de itens para melhorar a experiência do jogador.

Essa constatação somada a base instalada da Netflix, sinalizava que a entrada da gigante do streaming no mercado de games era só questão de tempo. O crescimento estrondoso do mercado de games durante a pandemia multiplicou o perigo, colocando outros games na batalha pela audiência da Netflix.

Eu costumo dizer que chegar ao topo é mais fácil do que manter-se nele.

A Netflix é uma das maiores empresas de entretenimento da atualidade. Tem uma base global de cerca de 209 milhões de assinantes, sendo que 10% deles estão no Brazil, de acordo com o número divulgado por uma gafe cometida pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo o vazamento, a Netflix tinha 19 milhões de assinantes por aqui, em janeiro deste ano. Uma audiência maior que a de todas as redes de TV por assinatura, que de acordo com dados da Anatel, somaram 16,4 milhões de acessos em julho deste ano.

Ao anunciar a compra da empresa de jogos pela Netflix, Mike Verdu, vice-presidente de desenvolvimento de jogos da companhia, escreveu que a empresa planeja adicionar “jogos exclusivos projetados para todo tipo de jogador e qualquer nível de jogo”, que serão incluídos com sua assinatura e não terão anúncios ou compras no aplicativo.

Setembro já estava no fim, quando o jogo da Epic Games ganhou mais um concorrente (ou aliado já que temos uma versão de Xbox do Fortnite). Os gamers brasileiros foram brindados com a chegada do Xbox Cloud Gaming, ou xCloud, no dia 30, às 15hs.

O serviço de streaming de jogos da Microsoft permite que os jogos de Xbox sejam executados na nuvem, e libera os gamers de terem um console ou um PC gamer (hoje só a placa de vídeo está custando quase R$ 10 mil e está em falta).

Disponibilizado para quem assina o Game Pass Ultimate (R$ 44,99 por mês), o xCloud permite que os jogos de Xbox sejam executados em outros dispositivos, como celulares, tablets e PCs, contanto que o gamer compre os games é claro.

Um benefício que só quem é gamer entende, já que não precisa mais esperar chegar em casa à noite para terminar aquela batalha iniciada no PC. Nesse caso, o desfecho do jogo pode acontecer na hora do almoço, pelo celular, mas a guerra pela audiência só o tempo dirá quem vence.

Publicidade

Compartilhe

Veja também