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Opinião

Fortnite, o Big Brother dos Games?

Tim Sweeney subiu ao palco da State of Unreal, palestra realizada na Game Developers Conference, GDC23

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28 de março de 2023 - 8h19

Gamer (Crédito: Gorodenkoff-shutterstock)

Tim Sweeney, o pai do Fortnite, agora quer ser o revolucionário do metaverso e abrir as portas desse universo para todos. Pelo menos essa foi a mensagem que ele passou nas vezes que subiu ao palco da State of Unreal, palestra realizada na Game Developers Conference, GDC23, a maior convenção de desenvolvedores de games das Américas, realizado na semana passada (20 a 24 de Março), em São Francisco, USA.

O genial Sweeney também é o CEO da Epic Games, empresa que criou o motor de desenvolvimento de games mais usado hoje, denominado Unreal Engine. Entre seus feitos, Sweeney foi o visionário responsável pela transição da indústria de games 2D para 3D e por aí afora.

Para alcançar o seu objetivo de ser a porta de entrada para o metaverso, a Epic Games passou esses anos da pandemia desenvolvendo tecnologia de ponta e com ela pretende atrair os desenvolvedores profissionais e amadores (chamados por ele de criadores) para a sua plataforma de desenvolvimento. Dentro do pacote é possível a leigos em programação criar suas IPs dentro ou fora do Fortnite, e ganhar dinheiro com elas.

Na GDC2023 foi mostrado em primeira mão o novo Editor Unreal da Epic Games para Fortnite. Ele oferece aos jogadores (criadores) um conjunto de novas ferramentas para ampliar mapas e experiências personalizados em suas ilhas de Fortnite. Um dos diferenciais de Fortnite é que o jogador pode criar seu mundo (ilha) e customizar personagens, roupas, armamento etc.

Outra novidade divulgada no evento foi a Economia de Fortnite 2.0 que colocará 40% da receita líquida do jogo de volta em um pool para os criadores de conteúdo. O montante será dividido de acordo com os views e outros fatores. Curiosamente, esse pool inclui a própria Epic.

Do lado profissional, para garantir o sucesso de sua investida, a gigante dos games coloca à disposição dos desenvolvedores as ferramentas da Unreal Engine para que eles possam criar outros games e os vendam na loja Epic Store. O argumento da Epic é que graças ao Fortnite, a empresa tem mais de 700 milhões de gamers registrados. Deste total, 70 milhões são jogadores ativos.

Fortnite, o sucesso do COVID

Fortnite começou a fazer história no pico inicial das infecções por coronavírus com um show do rapper Travis Scott, que levou mais de 12 milhões de fãs do músico e do jogo ao metaverso. É verdade que poucas indústrias se adaptaram tão bem à vida online dos anos de pandemia como a de videogames.

Atualmente a realidade está mudando e temos visto eventos lotados e a Newzoo, maior empresa de pesquisa do setor, prevê uma queda no faturamento da indústria global de 4,3% para este ano, em relação ao anterior.

Metaverso a última ou a próxima onda?

Segundo os números da Epic Games, apenas 600 milhões de gamers estão no metaverso hoje jogando Fortnite, Roblox, PUBG entre outros títulos. Com as tecnologias lançadas na GDC23, a empresa pretende conquistar uma parte maior dos 3,2 bilhões de gamers registrados nas últimas pesquisas.

O argumento de Sweeney é “a revolução está acontecendo agora e a essência é algo que todos os gamers já entenderam: são você e seus amigos juntos online fazendo parte de um grupo no chat. Divertindo-se com experiências de entretenimento. Estas experiências estão em games como os battle royale, que podem te levar a um show, dançar ou fazer um chat com os amigos e simplesmente passar horas agradáveis. Nós vemos isso como a próxima grande mudança nos jogos e a evolução da Epic como empresa”.

Minha pergunta é quem você conhece que está no metaverso? Aí você responde qual metaverso. Sim porque o metaverso da Epic Games é o Fortnite, mas seu amigo pode estar em um servidor de GTA e esses mundos não se conectam.

Por falar em público-alvo, as pessoas da minha idade -não vou revelar aqui não insista – não estão no metaverso. Da mesma maneira que um estudo do Grupo Consumoteca sobre metaverso mostrou que esse universo ainda não é uma realidade para a geração Z na nossa região.

O estudo “Geração Z pelas Lentes Latinas” constatou que o metaverso ainda não é uma realidade para dois mil jovens de 17 a 24 anos, que moram na Argentina, Brasil, Colômbia e México, e pertencem às classes A, B e C. Apenas 58% dos brasileiros que participaram da pesquisa já ouviram falar do mundo virtual e estes ainda não imaginam como essa tecnologia vai impactá-los nos próximos cinco anos.

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