De Bruna Surfistinha a Marte
Marcus Baldini, da Damasco Filmes, aprendeu cinema com a linguagem MTV e, ao contrário da predição do pai, tem obtido retorno comercial com a telona
Marcus Baldini, da Damasco Filmes, aprendeu cinema com a linguagem MTV e, ao contrário da predição do pai, tem obtido retorno comercial com a telona
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31 de março de 2014 - 10h47
Por Sérgio Damasceno
Filme: Amor (Michael Haneke)
Série: Breaking Bad (Vince Gilligan)
Sonho: viajar ao Japão para comer sushi
Hobby: correr
“Meu pai me dizia que cinema não dava dinheiro e que era para eu tomar cuidado.” Obviamente, o diretor e sócio da Damasco Filmes, Marcus Baldini, “desobedeceu” ao pai. Não só fez cinema como se arriscou. E valeu a pena. O primeiro longa-metragem, Bruna Surfistinha, foi sucesso de público e, principalmente, de investimento. “Fui eu que procurei a Bruna (codinome de Raquel Pacheco) para comprar os direitos do livro (O Doce Veneno do Escorpião — O Diário de uma Garota de Programa), chamei os roteiristas e escrevi as partes que achava que deveriam entrar”, diz.
Bruna teve outros méritos: foi indicado a prêmios pela Academia Brasileira de Cinema e, principalmente, obteve êxito comercial. “É exemplo de um filme que deu lucro financiado por dinheiro incentivado e, ao mesmo tempo, teve retorno. Foi meu desembarque para o cinema”, afirma o diretor.
Antes de se atirar de cabeça no cinema, Baldini estudou rádio e TV na ECA/USP. Fez comunicação por acreditar que o mercado aceitava mais. “Comecei a carreira com publicidade, na montagem. Trabalhei em uma montadora e como assistente de direção até fazer meu primeiro longa-metragem.” Nessa ocasião, passou pela MTV. “Era um lugar de uma linguagem muito específica. Os anunciantes fechavam com a publicidade a compra de espaço para um público jovem. Eles não tinham uma produtora que fizesse os comerciais e, por isso, a publicidade era chamada de linguagem MTV. Eu trabalhava dentro da MTV, mas era como se fosse uma produção independente e foi isso que fez eu me aproximar de produtoras e começar a montar e editar comerciais”, recorda.
“O filme é como uma receita: você coloca mais som, menos som, pega pesado com atores, é mais cru ou mais elaborado. O desafio de um diretor é encontrar o jeito de fazer e acreditar nisso. É a grande dificuldade. Manter a paixão, a motivação artística e não deixar que o processo te desamine”, diz. Baldini dirigiu a série Psi, que acabou de estrear na HBO e fez, ainda, Preamar, também para o canal. Em maio, estreia o filme Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou e ainda tem outro título pronto, Carlos, o Homem, sem previsão de estreia.
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