IA a serviço da Educação
Novas tecnologias irão individualizar o aprendizado e respeitar a jornada de cada aluno
Novas tecnologias irão individualizar o aprendizado e respeitar a jornada de cada aluno
12 de março de 2024 - 11h11
Entre tudo o que tenho visto e ouvido aqui no SWSW percebo que, por mais tecnológicos que sejam nossos negócios, o humano está no centro de tudo, e ainda bem! E na jornada de “aprendizado” das máquinas, o aprendizado dos alunos de escolas e universidades sairá ganhando.
Puxando a brasa para a minha sardinha, novas ferramentas vão permitir que sejam apontadas as “próximas ações” do indivíduo durante seu aprendizado, ou qual a resposta mais provável para um desafio de desenvolvimento intelectual. Em termos de IA, estaremos evoluindo do LLM (modelos de linguagem) para o LAM (modelos de ação).
Por enquanto, ainda não é possível interagir em tempo real com humanos, mas esse salto acontecerá.
A utilização da IA para a Educação vai além da produção de conteúdo para cursos e aulas. Ela está sendo moldada para se adequar às trilhas de aprendizado dos indivíduos, de acordo com idade, cultura e realidade social. Das tendências apresentadas aqui em Austin, às que mais me chamaram à atenção são a utilização de sensores medindo reações humanas, que podem revolucionar a forma como identificamos as respostas aos estímulos. Isso estava na palestra da futurista Amy Webb e na de Sandy Carter, ex-VP da Amazon.
Imagine que poderemos coletar dados dos nossos alunos, em diversos momentos e rapidamente saberemos como estão interagindo com o conteúdo das aulas. Saberemos suas reações por meio dos movimentos corporais, dilatação de pupilas, mudanças de temperatura, e entenderemos qual setup é o mais alinhado àquela pessoa. Se ele der sinais de que está se engajando e aprendendo mais com um tipo de vídeo, vou customizar para ele os próximos vídeos, e assim por diante.
Se o maior desafio dos professores, hoje, é prender a atenção do aluno e saber se ele foi impactado pelos conteúdos em sala de aula (ou no EAD), a capacidade de readequar as disciplinas será um ganho para todos. Reforço que essas capturas de reações não podem ser algo punitivo para o aluno ou o professor, sem temer ser julgado por sua boa ou má performance. E, sim, que seja mais uma ferramenta de aprimoramento da jornada de aprendizado.
Ainda há muito o que evoluir em termos de devices para captura de respostas, mas o caminho parece inevitável. Eu enxergo esse momento como histórico para Educação, como uma chance de democratizar o acesso ao ensino de qualidade, na medida em que os aprendizados oriundos da IA têm se mostrado rápidos, baratos e de disseminação em larga escala.
Pode parecer uma massificação do ensino, quando na verdade a captura de reações é a individualização do aprendizado, respeitando os caminhos e as respostas neurais de cada um. A diferença para o que temos hoje é que as descobertas poderão ser aplicadas em grande escala e em tempo recorde, adaptadas a diferentes realidades e ritmos de aprendizagem.
Compartilhe
Veja também
SXSW confirma Arvind Krishna, CEO da IBM, como primeiro keynote
Além do executivo da big tech, festival confirma nomes já veteranos da programação, como Amy Gallo e Rohit Bhargva
SXSW 2025 anuncia mais de 450 sessões
Pertencimento e conexão humana estão entre os principais temas da programação do evento, que conta com 23 trilhas de conteúdo