DE 08 A 16 DE MARÇO DE 2024 | AUSTIN - EUA

SXSW

IA a serviço da Educação

Novas tecnologias irão individualizar o aprendizado e respeitar a jornada de cada aluno


12 de março de 2024 - 11h11

Entre tudo o que tenho visto e ouvido aqui no SWSW percebo que, por mais tecnológicos que sejam nossos negócios, o humano está no centro de tudo, e ainda bem! E na jornada de “aprendizado” das máquinas, o aprendizado dos alunos de escolas e universidades sairá ganhando.

Puxando a brasa para a minha sardinha, novas ferramentas vão permitir que sejam apontadas as “próximas ações” do indivíduo durante seu aprendizado, ou qual a resposta mais provável para um desafio de desenvolvimento intelectual. Em termos de IA, estaremos evoluindo do LLM (modelos de linguagem) para o LAM (modelos de ação).

Por enquanto, ainda não é possível interagir em tempo real com humanos, mas esse salto acontecerá.
A utilização da IA para a Educação vai além da produção de conteúdo para cursos e aulas. Ela está sendo moldada para se adequar às trilhas de aprendizado dos indivíduos, de acordo com idade, cultura e realidade social. Das tendências apresentadas aqui em Austin, às que mais me chamaram à atenção são a utilização de sensores medindo reações humanas, que podem revolucionar a forma como identificamos as respostas aos estímulos. Isso estava na palestra da futurista Amy Webb e na de Sandy Carter, ex-VP da Amazon.

Imagine que poderemos coletar dados dos nossos alunos, em diversos momentos e rapidamente saberemos como estão interagindo com o conteúdo das aulas. Saberemos suas reações por meio dos movimentos corporais, dilatação de pupilas, mudanças de temperatura, e entenderemos qual setup é o mais alinhado àquela pessoa. Se ele der sinais de que está se engajando e aprendendo mais com um tipo de vídeo, vou customizar para ele os próximos vídeos, e assim por diante.

Se o maior desafio dos professores, hoje, é prender a atenção do aluno e saber se ele foi impactado pelos conteúdos em sala de aula (ou no EAD), a capacidade de readequar as disciplinas será um ganho para todos. Reforço que essas capturas de reações não podem ser algo punitivo para o aluno ou o professor, sem temer ser julgado por sua boa ou má performance. E, sim, que seja mais uma ferramenta de aprimoramento da jornada de aprendizado.

Ainda há muito o que evoluir em termos de devices para captura de respostas, mas o caminho parece inevitável. Eu enxergo esse momento como histórico para Educação, como uma chance de democratizar o acesso ao ensino de qualidade, na medida em que os aprendizados oriundos da IA têm se mostrado rápidos, baratos e de disseminação em larga escala.

Pode parecer uma massificação do ensino, quando na verdade a captura de reações é a individualização do aprendizado, respeitando os caminhos e as respostas neurais de cada um. A diferença para o que temos hoje é que as descobertas poderão ser aplicadas em grande escala e em tempo recorde, adaptadas a diferentes realidades e ritmos de aprendizagem.

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