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SXSW

SXSW ascende discussões sobre o futuro do trabalho

Semana de 4 dias, tiktokização das profissões, inteligência artificial assistente e até inclusão de ex-presos no mercado tech são temas quentes para acompanhar no evento


7 de março de 2023 - 21h21

Saúde mental dos creators

(Crédito: Alinabuphoto/shutterstock)

Em 2017 decidi me tornar nômade digital em 2017, junto ao meu sócio (de profissão e de vida) Franklin Costa. Embora na época já trabalhássemos juntos, nosso negócio atual, oclb nasceu remotamente e desde aquela época já sabia que o mercado de trabalho de trabalho precisava mudar.

Antes mesmo da pandemia, experimentamos como o trabalho pode ser produtivo e flexível, autônomo e assíncrono, mas colaborativo ao mesmo tempo. Passados mais de 6 anos, 30 países e 253 Airbnbs onde passamos, boa parte da indústria da comunicação já entendeu os benefícios do home office e rotinas flexíveis.

Mas a mentalidade sobre o trabalho ainda pode avançar, e o SXSW será cirúrgico neste debate.

A edição do SXSW em 2023 inaugura a track temática “Workplace Revolution”, com diversas discussões sobre o tema. Destaco aqui as que estou mais curiosa para acompanhar no evento.

IA: aliada ou ladra de empregos?

Talvez o tema principal deste ano, o SXSW questionará o que significa ser humano – e profissional – em um mundo de Chats tipo GPT e DALL-E’s da vida, que escrevem briefings e montam campanhas inteiras. Algumas sessões imperdíveis nesta linha serão o papo com o fundador da Open IA, Greg Brockman, e outra com Kevin Kelly, cofundador da Wired, sobre o uso da IA como “colega de trabalho universal”.

Semana de quatro dias

Sonho dos trabalhadores e terror dos empresários mais conservadores, a semana de 4 dias funcionou tão bem no Reino Unido que boa parte das empresas decidiu esticar o experimento. No SXSW, o destaque será uma sessão com líderes do movimento “4-day-workweek” e empresas que aumentaram a produtividade e resultados com esta estratégia.

Todo mundo vai virar freelancer ou tiktoker?

Estudos preveem que, até 2030, metade da força de trabalho dos EUA será freelancer. Trabalhadores cada vez mais reivindicam autonomia ou buscam freelas para complementar o portfólio ou como alternativa a um mercado formal difícil.

O painel “Work in 2030: Half the US Workforce Will Be CEOs” discute essa tendência, desafios trabalhistas e como empresas e profissionais podem se adaptar a esta realidade.

Em outro papo, o CEO da Shopify trará à tona a “influencerização” de empreendedores e o papel da marca pessoal no mercado de trabalho atual. Afinal, todo mundo tem que virar influencer para ser um bom profissional?

Ensino superior em cheque

Com a crise global no mercado de trabalho, muitas pessoas e jovens estão reavaliando o “ROI” de um diploma universitário. Por outro lado, alguns mercados sofrem com a falta de mão de obra qualificada, como o de tecnologia. Quais modelos de educação podem complementar, ou até substituir a experiência de aprendizado tradicional? A sessão “Reinventando a educação para o futuro do trabalho”, com lideranças do Google e da Temple University, será um dos destaques sobre isso.

Comunidade carcerária no mercado tech

Países como Estados Unidos e Brasil têm uma enorme população carcerária (ou ex-encarcerada). No entanto, o modelo prisional gera mais violência e impede a reincerção de pessoas à sociedade.

Empresas como Slack apresentarão no SXSW projetos para reincluir pessoas que já foram presas no mercado de trabalho em áreas tecnológicas. Pode parecer polêmico, mas programas sociais inovadores como o “Next chapter” estão expandindo o acesso a treinamento técnico e emprego para ex-presidiários, enquanto suprem a demanda por pessoas qualificadas.

Como nômade digital, entusiasta de inovação e empreendedora, fico animada com o que o futuro pode trazer para o nosso trabalho.

Pessoalmente, vejo muito potencial nas tendências acima, mas sei também que o mercado de trabalho é complexo. A aplicação delas vai depender de um pacto social novo e profundo – para líderes e profissionais de todos os setores.

Por via das dúvidas, antes de postar no LinkedIn, melhor estudar e esperar para acompanhar o que ainda vem por aí.

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