Opinião

Precisamos estar abertos ao debate

Podemos não concordar com tudo, nem devemos, podemos ser críticos a tudo, e devemos, mas não podemos nos ocultar nem deixar de assumir essa responsabilidade


4 de novembro de 2022 - 12h22

Tem sido um tom das últimas conferências não dar a fórmula e sim abrir a conversa. Talvez até mesmo nos formatos cada vez mais curtos dos talks nada é conclusivo, é sempre um snack para seguirmos discutindo.

Neste tom, com a emoção de uma voz embarcada, a Web Summit foi aberta pela primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, que conclamou exatamente estarmos prontos e aberto ao debate.

O maior valor destas convenções está nos corredores, nos pós-eventos, nos wrap ups como promovemos nas Missões, por exemplo, onde os debates acontecem, os gaps de percepção são preenchidos e as coisas começam a fazer sentido.

Você não precisa ser uma expert em Web3 para entender que o futuro passa por ali, e por um mundo cada vez mais colaborativo se quisermos que ele seja ético, inclusivo, justo, e, portanto, melhor. Trocar percepções com experts ou não é que o faz parte desta conversa.

As novas tecnologias quando discutidas de forma individual, ou somente pelo que são, aparentam ser complicadas e geram temor, principalmente porque em um mundo cada dia mais polarizado elas são demonizadas pela grande mídia e por pequenos grupos, mas quando utilizadas da forma correta podem, e irão, salvar o mundo.

Estamos vivendo uma guerra sem precedentes, uma guerra altamente tecnológica e que pode ser vista como um risco pelo uso a favor do terror, mas é justamente ela que dá condições iguais aos lados desta batalha, e como conclamado pelo Mykhailo Fedorov, vice-primeiro ministro da Ucrânia, ao pedir ajuda da indústria para travar a guerra contra a Rússia. “é uma guerra de máquinas”. “Têm um hipótese única de salvar vidas. Sei que há empresas que nos podem ajudar. O futuro pertence à tecnologia, pertence a vocês que estão aqui”

Não tem como fugirmos desta responsabilidade, de assumir que somos privilegiados em debater o futuro, mas sobretudo entender e agir sobre ele. O propósito de estarmos em convenção é gerar o debate produtivo, e insights que resolvam problemas do mundo, não há definição melhor para inovação do que essa.

Podemos não concordar com tudo, nem devemos, podemos ser críticos a tudo, e devemos, mas não podemos nos ocultar nem deixar de assumir essa responsabilidade. O futuro está em nossas mãos, e o mundo depende de nós.

Imagino que tenham sonhado com esse poder várias vezes, e ter a percepção de que agora ele é real pode até soar assustador, mas jamais na história da humanidade tivemos a oportunidade de assumir as rédeas e como gosto de dizer, desenhar esse futuro.

Não adianta mais reclamarmos da poluição, por exemplo, precisamos começar a agir, se não começarmos hoje nenhuma métrica futura será adiantada. Brad Smith, presidente da Microsoft, mencionou que a crise climática que estamos vivendo se agravará e será a maior de todas, sejam elas econômicas, geopolíticas, ou qualquer outra, a captção de carbono precisa ser elevada a prioridade máxima. Não é mais papel só do governo ou das grandes indústrias, é de todos nós, sobretudo aqueles que estão discutindo tecnologias com capacidade de disrupção.

Eu me sinto privilegiado de poder ser voz e ouvidos desta revolução, e minha missão é gerar o debate a partir da democratização deste conteúdo que tenho acesso, mas ainda é pouco, é necessário agir, e junto com vocês me sinto encorajado e capaz de ser um de nós entre aqueles que vamos salvar o mundo

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