Opinião
Você não é um aliado se não te custa nada
Quando uma empresa disser na mídia "somos um importante aliado", esteja pronta para perguntar "como exatamente?"
Quando uma empresa disser na mídia "somos um importante aliado", esteja pronta para perguntar "como exatamente?"
5 de junho de 2024 - 8h25
A palavra “impacto” significa:
1. metido fixamente dentro; metido à força.
2. chocado contra; arremetido, impelido.
Quando uma empresa disser na mídia: “somos um importante aliado da:
– Primeira infância
– Saúde feminina
– Mulheres e todas suas intersecções
– População sub-representada
– Meio ambiente
– Primeiro emprego para jovens
– Estamos conectados a agenda ESG e às ODS tal e tal”
Esteja pronta para perguntar: “Como exatamente?”
Se a resposta depois de tanto estudo, viabilidade, dados de performance, dados de humanidade, econômicos, conteúdo e informação for: “Fazemos produtos de qualidade, com tecnologia e agora mais baratos”; “Temos um grupo de afinidade que fica discutindo para conscientizar a importância”; ou até: “Fizemos uma campanha com a cor tal no Instagram com a influencer Y”.
Não está acontecendo NADA que realmente mude os ponteiros.
Já está entendido e medido. Sinto dizer que chegamos no temido plano de ação, que requer tempo e dinheiro para ser executado. Por isso, para ser um aliado precisa realmente te custar alguma coisa. Uma empresa pode realizar uma série de ações para causar um impacto social positivo no mundo. Aqui estão algumas ideias:
Práticas de emprego justo: Oferecer salários justos, benefícios, e oportunidades de crescimento para os funcionários, além de promover a diversidade e a inclusão no local de trabalho.
Sustentabilidade ambiental: Adotar práticas sustentáveis em suas operações, como redução do uso de recursos naturais, reciclagem, utilização de energias renováveis e minimização do desperdício.
Transparência e ética: Manter altos padrões de transparência em suas operações, comunicando de forma clara e honesta com os stakeholders.
Inovação social: Desenvolver produtos ou serviços que abordam problemas sociais, como acesso à educação, saúde, tecnologia limpa, e outras necessidades não atendidas.
Voluntariado corporativo: Incentivar os funcionários a dedicarem tempo e recursos para causas sociais
Parcerias com organizações sem fins lucrativos ou negócios sociais : Investir e ampliar o alcance das iniciativas.
Educação e capacitação: Investir em programas de educação e capacitação para funcionários e comunidades locais.
Desenvolvimento de cadeias de suprimentos éticas: Garantir que os fornecedores e parceiros de negócios sigam padrões éticos e sustentáveis em suas operações.
Advocacia e influência: Usar a influência e os recursos da empresa para advogar por mudanças políticas e sociais que promovam o bem-estar e a justiça para todos.
Essas são apenas algumas das muitas maneiras pelas quais uma empresa pode causar um impacto social positivo no mundo. O importante é que essas ações sejam genuínas, consistentes e integradas à cultura e aos valores da empresa.
Ah Dani, calma! As empresas têm fases para se alinhar a isso! Sim, tem, é verdade!
Elas podem escolher de duas, uma: não falar que é aliada à causa nenhuma até que esteja minimamente pronta para agir ou fazer de verdade com o que tem agora no seu microcosmo.
Mas, Dani, o que meu time de marketing vai dizer nas redes? Nada ou a verdade. Só que ela não vende.
Com amor e pressa,
Dani Junco
Compartilhe
Veja também
A força do gender-smart investing no ecossistema de inovação
Investidoras-anjo explicam a importância e as potências do investimento sensível a gênero
Por que as mulheres dominam o mercado de influência no Brasil?
Razões remontam à era dos blogs e aos segmentos que mais têm investido no marketing de influenciadores