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Opinião

Agências de mídia querem quebrar barreiras com as de criação

Festival de Media Global mostra que necessidade de trabalhos mais integrados faz redes globais perseguirem modelo mais próximo ao do mercado brasileiro


23 de maio de 2016 - 10h30

Nos dias 19 e 20 deste mês, aconteceu em Roma, na Itália, a 10ª edição do Festival de Media Global, um congresso que reúne os profissionais mais influentes do cenário de mídia do mundo. O evento discutiu bastante o modelo de negócios das agências de mídia em todo mundo, no qual, por conta da separação com as agências criativas, os trabalhos precisam ser mais integrados. Tanto o CEO Global da Publics Media, Steve King, quanto a presidente da Medialink, Wenda Harris, evidenciaram que esse modelo precisa mudar para quebrar as barreiras que existem entre eles. Importante ver que no Brasil, por já termos todas as áreas trabalhando em conjunto na mesma agência, conseguimos produzir um trabalho que entrega uma estratégia, mídia e criação integrados.

A tecnologia e empresas relacionadas a esse tema também foram muito valorizadas no evento. Por conta dela e pela sua intensa dinâmica, o mercado tem mudado bruscamente. A equipe do festival aplicou um questionário prévio sobre quais são as matérias em que os clientes mais precisam de foco das suas agências e “Adtech” foi o quesito vencedor. O CEO Global da Mediacom, Stephen Allan, e o presidente Global da Zenith, Vittorino Bonori, concordaram com essa afirmação. Para eles, o futuro da agência passa pelos pilares de profissionais cada vez mais integrados e multitarefas, obtenção de dados e tecnologia. Com isso, cada vez mais as agências entregarão um trabalho relevante. Ainda sobre o tema tecnologia, que inerentemente passa pela publicidade mobile, Vittorino comentou que a previsão da agência dele é de que nos próximos três anos, mais de 50% do crescimento do investimento publicitário estará no mobile.

Como o evento focou bastante no território tecnologia, não podia ser diferente: o assunto startups também veio à tona. E para tornar o assunto interessante, eles fizeram um concurso de startups chamado Emerge que visava premiar a empresa que tivesse a maior aceitação do público. Em um esquema eliminatório, todos os grupos tinham menos de 3 minutos para divulgar o seu trabalho e conquistar o voto da plateia. Depois de quatro disputas, a empresa chamada Wrappup levou a premiação ao apresentar um aplicativo destinado a gravação em voz de reuniões, pelo qual é possível destacar os momentos importantes, enviar o trecho para as pessoas envolvidas, buscar palavras ditas, entre outras funcionalidades.

Programática também foi um tema bastante discutido. Como foi dito, trata-se de uma linha de pensamento onde o intuito principal é atrelar a inteligência de dados para uma entrega mais eficiente. Com esse envolvimento, a previsão para 2019 é de que a compra via ferramentas represente 31% de toda a compra de mídia display e vídeo no mundo (fonte: IPG’s Magna Global). Dessa forma, segundo Casper Schlickum, executivo chefe da Xaxis EMEA, cada vez mais as agências reconhecem a importância da mídia programática e estão se preparando com profissionais especializados e integradas na estratégia de mídia, em um movimento equivalente ao que aconteceu com campanhas de links patrocinados antigamente. Atrelado a isso veio o assunto de programática para TV. Segundo Mike Shehan, CEO da SpotX, com o crescimento contínuo de on demand TVs, streaming TVs e smart TVs que possibilitam gravações de conteúdo, a compra programática na TV também deve iniciar.

Diversos veículos de comunicação também dividiram espaço nas apresentações. Joseph Ripp, chairman da Time Inc., falou da importância de se trabalhar uma marca poderosa (principalmente no meio impresso) para criar um conteúdo multiplataforma. Bruce Daisley, vice-presidente para a Europa do Twitter, explorou as tendências em vídeo dentro de sua plataforma e como ela gera engajamento com os consumidores. Jim Norton, head de vendas da AOL, discursou bastante sobre as novas aquisições do grupo e como eles estão preparados para a publicidade mobile (através da aquisição da Millenial Media e também por serem empresa do grupo Verizon), segundo ele com um dos maiores inventários disponível para o mercado. Houve ainda a presença de youtubers (Hussains House e Enjoy Phoenix) que falaram sobre a importância da honestidade e a credibilidade no discurso quando uma marca vai usar algum influenciador.

Além de tudo, o congresso contou com uma sessão específica para a divulgação dos melhores cases de mídia das agências em todo o mundo. Vale a dica para as agências brasileiras inscreverem cada vez mais os seus cases. Quanto mais cases inscritos, mais chances de vencer e elevarmos o conhecimento da mídia brasileira.

Em resumo, foram dias muitos inspiradores e motivadores, pois o evento mostrou que o mercado de comunicação, por conta da evolução que está passando, possui assuntos extremamente interessantes e desafiadores pela frente. E, ao mesmo tempo, me fez perceber que o mercado brasileiro de mídia está consolidado e maduro suficiente para ser comparado aos mercados internacionais. Vamos em frente!

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