Caboré

Serviço de marketing: os desafios da especialização

Altermark, Black Influence e N.ideias refletem sobre cenário de consumo pulverizado

i 27 de outubro de 2025 - 12h42

Nos últimos anos, a pulverização e o comportamento cada vez mais complexo de consumo levou o mercado para um binômio que une otimização e especialização. De um lado, os anunciantes precisam de parceiros estratégicos, que conheçam profundamente do seu negócio e centralizem suas necessidades.

Serviço de Marketing

Alexandre Cardoso, presidente da Altmrk OOH Group; Ricardo Silvestre, CEO e fundador da Black Influence; e equipe da N.Ideias, do fundador Nizan Guanaes (Crédito: Divulgação)

Do outro, a multiplicação de disciplinas envolvidas em uma estratégia e a demanda por agilidade impulsionou o crescimento de um ecossistema de marketing que valoriza a colaboração e a capacidade de plugar parceiros especialistas.

É nesse cenário fértil para revisões e o surgimento de novos modelos que a categoria Serviço de Marketing, do Caboré 2025, apresenta seus três indicados. São eles: a especialista em out-of-home Altermark, a agência especializada em influência e comunicação antirracista Black Influence e a consultoria estratégica de comunicação N.ideias.

Entre as três indicadas, duas concorrem pela primeira vez ao prêmio. É o caso da Black Influence que afirma viver um ciclo de consolidação e expansão nos últimos dois anos com a proposta de ser referência no marketing de influência com recorte cultural.

Hoje, entre as prioridades da companhia estão ampliar as relações com as marcas, saindo de ações publicitárias pontuais para narrativas consistentes, seu papel como consultor estratégico para os negócios e investir em mensuração que demonstre o impacto cultural e econômico de iniciativas lideradas por equipes multidisciplinares e diversas.

“O marketing está migrando de ‘influencers como mídia’ para ‘influência como estratégia’. Isso significa trabalhar menos em posts isolados e mais em construção de propriedades recorrentes, experiências e narrativas que realmente moldam percepção de marca. Inteligência cultural vai se tornar ainda mais central, porque marcas não podem se dar ao luxo de falar sem entender os códigos e contextos do consumo”, descreve Ricardo Silvestre, CEO e fundador da Black Influence.

Já a N.Ideias nasceu há cinco anos, em meio à pandemia, mas teria ganhado tração nos últimos três anos. A proposta da consultoria é transcender a publicidade e analisar a estratégia de marketing, de forma integrada, conectando pilares que vão desde o storytelling até as experiências de marca.

Segundo seu fundador e CEO, Nizan Guanaes, o momento é de seguir aprimorando o modelo, trabalhando em parceria com as agências e plugando fornecedores – nacionais e internacionais – de diversas disciplinas. A N.ideias desenha a estratégia de comunicação com o cliente como o que ele descreve como um “técnico de futebol, que olha de fora”.

“Antigamente, o mundo era de Golias. Nós somos Davi. Isso nos torna mais dinâmicos, porque não temos custo. Sim, nós somos rápidos, somos focados e temos poucos clientes. Isso cria dentro de nós, no time, uma felicidade absurda. E, como você sabe, é a felicidade que traz o dinheiro”, aponta Guanaes.

A Altermark já concorreu na categoria Serviço de Marketing, em 2020. Alexandre Cardoso, presidente da Altmrk OOH Group, que controla a Altermark, conta que os dois últimos anos foram importantes para a companhia com a conquista de contas, como a de Bradesco e SportingBet, e a consolidação nos mercados do México e Estados Unidos.

O principal desafio da companhia seria gerenciar uma transição, em que a Altermark deixa de ser uma agência de OOH para se tornar um hub de serviços. Esse movimento já teria começado com a criação da AlterLabs, para projetos criativos em out-of-home, e a GoAlt, para dados e programática.

“O ecossistema de marketing em breve não será sobre canais, mas sobre consumidores. Não será sobre ferramentas, mas sobre inteligência. E, acima de tudo, não será sobre automação, mas sobre a combinação da escala e precisão da máquina com o toque humano”, opina Cardoso.