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A creator economy Brasil chegou sem avisar e não vai mais embora

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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

A creator economy Brasil chegou sem avisar e não vai mais embora

Os brasileiros chegaram com força a Cannes, e dessa vez, todo mundo viu


25 de junho de 2025 - 11h11

Em junho do ano passado, ao redor de uma mesinha bistrô no show da Liniker, no happy hour brasileiro, estava toda a delegação da Creator Economy brasileira em Cannes. Total: 8 pessoas (contando os agregados). Este ano, nosso grupo no WhatsApp passou de 80.

Além disso, tinha Brasil nos palcos também: Camila Coutinho contou sua história pra Cannes ouvir; Cheff Otto, com o pessoal da BRMedia e da Nestlé, falou da Creator Economy brasileira; Paulo Aguiar, na praia da Meta, deu show de criação com IA. E, para além disso, cases brasileiros, aqui e ali, apareceram nos prints da Unilever, nos exemplos da Meta, no palco principal com Iberê Tenório, nos slides de Neal Mohan — presidente do YouTube.

As plataformas, todas, sem exceção, sediaram eventos, encontros e conteúdos para e com creators. Nós, em parceria com a Meta, realizamos o primeiro meet-up da Creator Economy brasileira, com 40 dos 80 participantes do grupo. A sala lotou, e todo mundo saiu ainda mais inspirado.

Apesar de obviamente sempre acharmos que merecemos mais espaço, de gostarmos muito mais dos nossos cases, de torcermos muito mais pro nosso time, é bonito ver essa chegada acontecendo.

E, claro, não é fácil pra quem sempre esteve lá ver as atenções se voltarem para o que é novo — sendo que o novo significa, em muitos casos, uma convivência incômoda, uma convergência ainda muito imperfeita.

Quando vemos a Kantar mostrar que os anúncios com creators são mais efetivos, estamos indiretamente dizendo às marcas: “Escolham eles”, em vez dos anúncios que sempre estiveram por aí.
E isso significa que o dinheiro está mudando de mão.

Quando vemos o Jovem Nerd na ficha técnica como os produtores do filme que ganhou o Leão na categoria Entretenimento, vemos que os prêmios também estão.

A curadora do palco Creators conversou comigo com olhares apaixonados pelos brasileiros, nossos cases e a animação que levamos pra plateia.

Como brasileiros, ainda temos essa vantagem: nossa criatividade já é conhecida e validada. Se este ano celebramos o prêmio de “Creative Country of the Year”, com o reconhecimento de um histórico de gênios criativos e campanhas premiadas, imagine quando eles descobrirem que temos milhares de Washingtons Olivettos — que agora são Rayans, Camilas, Raféis Vicentes, Vics, Ottos, Paulos e tantos outros.

Imagina quando as agências de influência brasileiras não estiverem mais só no nosso grupo de WhatsApp, mas inscrevendo seus cases e mostrando o que acontece quando as coisas são, de fato, cocriadas.

Imagina quando o presidente de uma agência brasileira subir ao palco e, em vez de dizer que a IA é uma boa dupla criativa porque não adoece, disser: “No Brasil, a gente descobriu que a melhor dupla é um criativo de agência e um creator brasileiro.”

Imagina?

Se pulamos de 8 pra 80 pessoas de 2024 pra 2025, eu não acho que vamos ficar muito tempo só imaginando…

Acredito que meus amigos de mercado já saíram provocados, pensando em tantos cases que poderiam estar por lá — com muito mais propriedade, verdade e cocriação do que os fantasminhas que vimos por lá.

Nos aguardem.

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