O calor de Cannes (e não estou falando do sol)
Meu desejo é que mais brasileiros venham ao Cannes Lions e transformem a cidade numa ponte de encontros e reencontros
O calor de Cannes (e não estou falando do sol)
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17 de junho de 2025 - 14h45
Esta é a sétima vez que venho a Cannes. Com o tempo, percebi que o festival se transformou. Não só pela programação ou pelas campanhas premiadas, mas pelas pessoas que o ocupam.
Quando vim pela primeira vez, era tudo novidade: o Palais, os painéis, os cases. A gente andava pelas ruas com o crachá no peito e os olhos curiosos.
Hoje, o mesmo crachá me leva a reencontros. Amigos que mudaram de agência.
Colegas que viraram clientes. Clientes que viraram amigos. Tem quem conte de um Leão, tem quem confesse um divórcio. No fim, o que a gente leva mesmo são essas conversas à beira-mar.
Ontem, por exemplo, vi o trio do Acadêmicos do Baixo Augusta tomar a Croisette com um trio elétrico.
Quando eles cantaram Trem das Onze, eu me arrepiei. Estava no meio de uma multidão de brasileiros, e parecia que, por um instante, a gente tinha trazido o carnaval para o sul da França. Foi um daqueles momentos em que você não está apenas assistindo a algo histórico, mas está vivendo.
O Brasil tomou conta do lugar. A vibração, a energia das músicas, as danças…Gente de todo tipo e origem. Dançando e celebrando a criatividade brasileira. É esse calor, inclusive, que o Festival reconheceu este ano ao nomear nosso país como a Nação Criativa de 2025.
E meu desejo sincero é que mais brasileiros venham ao Cannes Lions e transformem a cidade numa ponte de encontros e reencontros. É assim que a gente vai manter a publicidade brasileira viva e pulsante.
Porque, no fim das contas, o calor de Cannes não vem do sol. Vem das pessoas.
Em algum lugar, Olivetto está sorrindo com sua camisa do Corinthians.
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