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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

O que realmente conecta Cannes

Mais do que ideias no palco, Cannes é sobre os encontros que reacendem a vontade de criar.


18 de junho de 2025 - 13h50

Sim, Cannes é sobre ideias. É sobre criatividade, inovação, cases brilhantes, painéis provocadores e uma dose generosa de inspiração. Mas, para mim, uma das coisas mais valiosas que se vive aqui vai além do que está nos palcos ou nos troféus. Está nos encontros.

É impressionante, e emocionante, como este festival consegue reunir, em um mesmo espaço e tempo, gente que fez parte de diferentes fases da nossa história profissional. E tudo isso se mistura a uma nova geração vibrante, inquieta, pronta para propor o novo. Criativos, sim. Mas também planners, atendimentos, produtores, diretores de criação, CMOs, clientes, líderes de inovação. Cannes virou, de fato, o lugar onde a indústria se olha, se escuta e se reinventa.

Ver jovens profissionais circulando com brilho nos olhos e fones no ouvido, de talk em talk, enquanto reencontro pessoas com quem já dividi jobs, prêmios, frustrações, cafés e viradas de madrugada, diz muito sobre o que é essa experiência. É uma mistura viva de memória, presente e futuro criativo.

 

Um festival de conexões, não só de campanhas

Claro que existe o networking estratégico. E estamos todos atentos ao que pode gerar oportunidades. Mas há algo mais profundo acontecendo. Cannes virou um ponto de convergência humana para quem acredita que criatividade, marketing e cultura são partes do mesmo motor.

É bonito ver que os clientes também estão aqui, cada vez mais presentes. E não estão apenas como espectadores, mas como agentes ativos. Eles questionam, provocam, aprendem. Isso não enfraquece o festival como espaço criativo, pelo contrário, fortalece o compromisso coletivo de evoluir juntos.

Além disso, é curioso como os encontros acontecem nos lugares mais inesperados e cotidianos. Tenho reencontrado grandes amigos de longa data na frente do Hotel Martinez, nos corredores do Palais, nas conversas soltas da rua, nas praias onde marcas realizam seus eventos.

Ativações que, fora dos limites formais do festival, criam um terreno fértil para trocas rápidas. Conversas que duram minutos e, ainda assim, plantam ideias inteiras. Escuto novas possibilidades, capto provocações, penso diferente.

Isso me estimula. Pessoalmente e criativamente.

 

A troca que empurra tudo pra frente

No fim das contas, é isso que espero que continue movendo nossa criatividade. Não apenas a busca por prêmios ou o reflexo de uma competição. Mas a força que vem da escuta, da colaboração e da coletividade.

Porque é aqui, entre uma conversa inesperada e um reencontro cheio de história, que a criatividade se acende. Quando ela deixa de ser só performance e vira encontro.

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