Acionistas questionam Sorrell sobre pagamentos
Reunião anual em Londres toca em assuntos controversos
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Meio & Mensagem
9 de junho de 2016 - 16h52
Por Emma Hall, do Ad Age
O CEO do WPP, Martin Sorrell, foi diretamente desafiado pelos acionistas sobre planos de sucessão e seu controverso pacote de compensação de US$ 100 milhões na reunião anual geral do grupo de comunicação na última quarta-feira, 8, em Londres.
Durante a reunião, um número de acionistas – alguns individuais, alguns representando grandes acionistas ou grupos de pressão – levantou-se para pedir ao conselho de administração do WPP que defendesse suas políticas.
Representantes da Standard Life Investments (que tem 17 milhões de ações do WPP), da ShareAction e da Rawilways Pension Scheme estavam entre os que expressaram suas preocupações sobre o que eles consideraram um salário excessivo de Sorrell e seus planos inadequados de sucessão.
O presidente do WPP, Roberto Quarta, respondeu às perguntas sobre sucessão. Ele disse: “O planejamento de sucessão é um foco contínuo. Existe uma avaliação permanente de candidatos internamente e externamente. Não há prazo definido para a sucessão, mas teremos uma transição suave, seja ela planejada ou não”.
Mais tarde na reunião, depois de repetidos questionamentos – incluindo referências à idade de Sorrell (ele tem 71 anos), o diretor não-executivo John Hood lembrou aos acionistas reunidos que “não há uma idade de aposentadoria neste país, então, por favor, não levantem isso como sendo uma norma de forma alguma”.
Pessoas próximas a Sorrell acreditam que ele está planejando continuar como CEO do WPP por algum tempo – afinal, Rupert Murdoch ainda é presidente e CEO tanto da News Corporation quanto da 21st Century Fox, aos 85 anos. Em oposição, o rival de Sorrell, Maurice Levy, CEO do Publicis Groupe, estabeleceu que irá se aposentar em maio de 2017 – ele tem 74 anos.
Hood, que também é presidente do comitê de compensação do WPP, respondeu perguntas sobre o pagamento de Sorrell, que foi aprovado por 66% dos acionistas neste ano, abaixo dos 78% do ano passado.
“89% da remuneração do ano passado se relacionava a um plano de legado, que ainda tem um pagamento a ser feito no ano que vem. O novo plano envolve uma queda na remuneração do senhor Sorrell, em seus pagamentos de pensão e uma queda nos seus planos de incentivo de curto prazo e uma restrição significativa em seus planos de incentivo de longo prazo. Em 2018, o nível do pagamento dele vai cair na ordem de dois dígitos muito, muito baixos, salvo em circunstâncias excepcionais”.
Um acionista anônimo ficou do lado da diretoria. Ele disse: “Eu estou muito desapontado que depois de uma performance inspiradora e fantástica durante tantos anos, nós tenhamos que ser incomodados com perguntas patéticas sobre remuneração. É de se perguntar o que o CEO faz com tanto dinheiro, mas eu tenho certeza que ele o aproveita. Cada centavo foi merecido”.
Sorrell, que estava em silêncio durante toda a reunião, se sentiu compelido a responder a esse comentário. Ele disse: “Para que não reste dúvidas a ninguém, todo o montante que sobra depois dos impostos fica na empresa. O único grande trunfo que eu tenho são as ações do WPP, e eu acho que isso é esquecido com frequência”.
Sorrell também foi questionado sobre a questão da transparência na mídia, que é o centro das atenções nesta semana devido ao relatório da Association of National Advertisers sobre o assunto.O CEO da WPP citou aos acionistas um comunicado do GroupM sobre o relatório e acrescentou: “Pedimos um estudo independente. Não é de forma alguma independente… Ele não inclui qualquer entrada sobre qualquer uma das cinco holdings. Ele se refere a uma entrevista com uma das seis holdings e certamente não envolve as holdings em nada… Então, não é um estudo independente. Vou lembrar a questão dos descontos e há a linguagem infeliz que está sendo usada na promoção de PR do relatório antes de sua publicação e posteriormente – uma linguagem emocional e destemperada. A posição do GroupM é totalmente clara sobre os descontos nos EUA e sobre o fato de que eles não existem” .
Estranhamente, o palco em que Sorrell e outros executivos da companhia estavam durante a reunião, realizada no Shaw Theatre, em Londres, foi decorado com um tema Cubano, talvez inspirado no interesse do WPP em Cuba (o WPP até mesmo nomeou um líder para Cuba no ano passado, o executivo Miguel Barroso, da Y&R Espanha, que está baseado no país). Em vez de um púlpito, caixas de som imitando barris de petróleo pintados nas cores da bandeira cubana. Na reunião, um acionista perguntou brincando se o WPP poderia levar todos eles para Cuba na reunião anual de 2017.
Apresentações foram feitos pelos CEOS globais das quatro principais agências da rede: Tamara Ingram, da JWT; John Siefert (com o presidente Miles Young), da Ogilvy; David Sable, da Y&R; e Jim Heekin, da Grey.
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