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Comunicação

BBDO aconselha funcionários a não usar ferramentas de IA generativa

O presidente e CEO mundial da agência, Andrew Robertson, incentiva a exploração, mas levanta questões de direitos autorais


27 de abril de 2023 - 17h07

*Com informações do Advertising Age

Em meio às discussões a respeito do uso da inteligência artificial por agências, a BBDO Worldwide se posiciona: a rede de agências está aconselhando seus funcionários a não usar essas ferramentas nos trabalhos criados para clientes.

BBDO ia generativa

BBDO não quer que colaboradores uzem IA generativa nos trabalhos (crédito: TierneyMJ/Shuttestock)

O Ad Age teve acesso ao comunicado interno enviado pelo presidente e CEO global da BBDO, Andrew Robertson, que alerta os funcionários a evitar o uso de plataformas como ChatGPT, Midjourney e DALL-E 2, que criam “novos” conteúdos a partir de dados coletados publicamente. Apesar disso, a rede utiliza outras plataformas de IA tradicionais que fazem padrões e previsões a partir de dados existentes.

“Embora estejamos entusiasmados com o potencial de incorporar IA generativa em nossos serviços, queremos fazê-lo de maneira a evitar problemas não resolvidos, como possíveis violações de direitos autorais e propriedade e questões de confidencialidade”, escreveu Robertson no e-mail.

O CEO ainda esboçou uma série de diretrizes para os funcionários seguirem enquanto a agência explora e potencialmente integra IA generativa em seus negócios futuros. São elas: os funcionários não devem usar ferramentas de IA generativa para realizar trabalhos para os clientes a não ser que sejam aprovados pela equipe jurídica da agência; não devem investir em ferramentas de IA paga; devem falar com Roberston antes de se envolverem com clientes sobre o uso de IA em negócios e estratégias. O comunicado ainda revela que alguns clientes da BBDO já rejeitaram trabalhos em que esse tipo de IA foi utilizado.

Apesar das restrições, os funcionários são incentivados a explorar essas novas ferramentas em ambientes sandbox internos. Além disso, a BBDO criou um grupo multidisciplinar de pessoas de agências, TI, segurança, treinamento e desenvolvimento e jurídico para explorar o uso futuro de IA generativa na agência.

As preocupações com direitos autorais da BBDO não são novidade no mundo da publicidade, pois o interesse pela IA continua a crescer. Em março, o US Copyright Office disse que o conteúdo criado principalmente por IA não pode ser protegido por direitos autorais, mas revisará os aplicativos caso a caso. A IA generativa pode deixar claro quem é o responsável pela concepção intelectual, e os bots que criam conteúdo a partir de material protegido por direitos autorais criam um debate obscuro sobre a propriedade.

Porém, os profissionais de marketing estão experimentando a IA generativa, e as restrições podem colocar as agências em déficit. Quando a Itália baniu o ChatGPT devido a preocupações com possíveis violações de privacidade digital, Wunderman Thompson Itália foi forçada a parar de estudar a ferramenta e comprometer novas formas de conduzir negócios. A agência utilizava a IA generativa para fomentar o debate de ideias e para analisar dados. Logo, a proibição interrompeu o fluxo de trabalho e isolou a empresa das concorrentes globais, disse Marco Bandini, diretor de tecnologia da Wunderman Thompson Itália, ao Ad Age no início deste mês.

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