Caio Barsotti deixa Cenp, que extingue presidência-executiva
Conselho Executivo das Normas Padrão adotará novo modelo de governança, planejado em conjunto com a consultoria ToF
19 de novembro de 2021 - 11h56
Caio Barsotti era presidente-executivo do Cenp desde 2009 (Crédito: Arthur Nobre)
Atualizada às 15h27
Em processo de criação de um novo modelo de governança, o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) promove uma reformulação em sua direção, extinguindo o cargo de presidente-executivo. Com isso, Caio Barsotti, que liderava a entidade desde 2009, quando sucedeu Petrônio Corrêa na função, deixa a entidade.
A mudança foi decidida em reunião realizada nessa quinta-feira, 18, com os mantenedores do Cenp. A busca por um outro modelo de governança para a entidade surgiu a partir de um trabalho de reestruturação iniciado este ano, que contou com participação da consultoria externa ToF – Traduzindo o Futuro, que tem como sócios o psicanalista e escritor Jorge Forbes e o ex-presidente do Grupo Estado, da Oracle e ex-diretor da Accenture, Silvio Genesini. Ao contratar a consultoria, no final de 2020, o Cenp tinha como objetivo guiar a reformulação do órgão de autorregulamentação.
Criado em 1998, o Cenp teve apenas dois profissionais ocupando o posto de presidente-executivo: Petrônio Corrêa, fundador da entidade, que trabalhou no processo de preparação de Barsotti para assumir a posição em 2009.
Barsotti se dedicará, nos próximos meses, a apoiar o processo de transição e reestruturação da nova liderança do Cenp, que, agora, prevê a separação entre as atividades de presidência do Conselho e presidência executiva. O novo presidente do Conselho será eleito pelos representantes das entidades dos setores do mercado e exercerá uma função pro-bono. Será contratado um novo diretor executivo, que se reportará diretamente ao presidente do Conselho.
Em seu perfil no LinkedIn, Caio Barsotti publicou um texto a respeito do encerramento de seu ciclo à frente do Cenp. “Sou grato pela confiança em mim depositada, indispensável para que houvesse condição de realizarmos um amplo trabalho em favor da publicidade brasileira e da autorregulação, tão benéfica à sociedade”, escreveu, destacando que as ações promovidas ao longo dos últimos 12 anos, período em que esteve na presidência-executiva da entidade, não têm um protagonismo, e sim foram conquistas de todos e relembrando a confiança que recebeu de Petrônio Côrrea, que o escalou para dar continuidade ao trabalho à frente do Cenp.
Barsotti destacou alguns feitos da entidade, como a criação do Cenp-Meios, que mapeia os valores da indústria de publicidade e os demais estudos elaborados em parceria com a entidade que ajudaram a mostrar a importância da esfera da comunicação para os negócios do País. “Como profissional da propaganda, onde iniciei ainda adolescente, sou muito grato por ter participado desta história, deste legado. O Cenp é também um ciclo em minha trajetória. Estou neste momento dedicado à transição e continuarei sempre à disposição da nossa entidade. Podem contar comigo”, encerrou o texto.
Processo de mudanças
A reformulação na estrutura do Cenp já havia começado no início de 2021, quando a entidade alterou seus estatutos para aumentar a presença de profissionais e representantes de anunciantes em seus comitês executivos. O movimento foi reação à saída do órgão, em janeiro deste ano, da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). Após ter rompido com o Cenp, a ABA divulgou um documento propondo a criação de um novo fórum para discussão da autorregulação, fora do Cenp.
Segundo o Conselho Executivo das Normas-Padrão, a extinção da presidência-executiva está “nesse contexto de reestruturação estratégica, que vem sendo conduzida com o apoio da consultoria ToF, em um trabalho de vários meses de consulta entre players do mercado”. Em breve, será divulgada nova marca da entidade, também resultante do trabalho da ToF.