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Comunicação

Começa processo de sucessão de Maurice Lévy

Publicis Groupe terá terceiro CEO em sua história de 86 anos. Saiba quem pode assumir cargo


24 de julho de 2012 - 1h27

Maurice Lévy, chairman e CEO do Publicis Groupe, está mais próximo de encerrar sua carreira de mais de 40 anos. Ele revelou ao Financial Times que, em setembro, o grupo francês inicia o processo que irá, ao final, apontar seu sucessor

Alguns dias antes, ele havia declarado durante uma conferência de imprensa que “ficaria no Publicis o tempo que fosse necessário”, em declaração reproduzida por veículos como Advertising Age e Campaign.

Em 2011, o grupo estendeu a idade máxima para o cargo de CEO para 75 anos, permitindo que Lévy, hoje com 70, pudesse ficar por mais algum tempo liderando a holding até que se encontrasse seu substituto.

Para se ter uma noção do impacto que a saída de Lévy irá causar no terceiro maior grupo da publicidade mundial, ele é apenas o segundo CEO da história do Publicis. Assumiu o cargo em 1987, substituindo ao mítico fundador Marcel Bleustein-Blanchet, que criou a empresa em 1926. Lévy comandou o grupo durante um período de ouro, que marcou sua expansão global, e compras de agências como Digitas, Saatchi&Saatchi e Bcom3, esta, holding dona da Leo Burnett. Seu último negócio de grande porte, no começo de julho, foi a compra das ações restantes na BBH.

O Brasil foi um dos principais focos de aquisições de Lévy nos últimos três anos. A compra da Neogama/BBH foi o ápice do aumento da presença do Publicis Groupe no Brasil, onde, há dez anos a holding era somente a 7ª colocada no ranking de compra de mídia do Agências & Anunciantes, do Meio & Mensagem. Com as aquisições dos controles acionários de Talent, QG, GP7, DPZ, Taterka e, agora, Neogama/BBH, a holding francesa assumiu a vice-liderança, somando R$ 3,4 bilhões em valores de 2011, e aproximou-se da líder WPP, que fechou o ano passado com R$ 4,5 bilhões.

Sucessor de casa?

Não há informações sobre o nome que deverá ser oficializado como terceiro CEO dos 86 anos de história do Publicis, mas o executivo mais próximo disso, sem dúvida, é Jean-Yves Naouri, atual COO e CEO da rede Publicis Worldwide, uma das quatro do grupo ao lado de S&S,BBH e Leo Burnett . “Naouri está claramente liderando essa corrida”, afirmou Lévy, há cerca de quatro meses, ao próprio Financial Times. Naouri é o homem por trás da reforma nos custos com back-office e do projeto Horizon, que ampliou a participação do grupo em mercados emergentes, como Brasil, e no digital, que já representa um terço das receitas da holding.

Outros nomes menos cotados sugeridos pelo Financial Times são Arthur Sadoun, diretor administrativo da Publicis Worldwide, e Simon Badinter, neto do fundador do Publicis e Chairman do bureau Media & Regies Europa, que pertence ao grupo. Este último tem como trunfo ser filho de Élisabeth Badinter, filha do fundador e maior acionista do Publicis. Pode caber a ela a decisão final sobre o novo CEO. Não há previsão de quando o nome será anunciado.

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