Pop nas redes sociais, chef Amaury Guichon defende liberdade aos creators
Guichon foi convidado pela Meta a falar sobre suas esculturas de chocolate e a amplificação do alcance de seu trabalho nas plataformas sociais
Pop nas redes sociais, chef Amaury Guichon defende liberdade aos creators
BuscarGuichon foi convidado pela Meta a falar sobre suas esculturas de chocolate e a amplificação do alcance de seu trabalho nas plataformas sociais
Roseani Rocha
19 de junho de 2025 - 10h31
Misturar arte, ciência e storytelling é algo que o jovem chef francês Amaury Guichon faz no seu trabalho de criar imensas esculturas de chocolate. Uma das maiores é um velociraptor de 2,44 metros. Ao expor seus trabalhos e o processo de fazê-los nas redes sociais, ele acabou arrastando uma multidão de fãs mundo afora – são 17 milhões de seguidores no Instagram e 18 milhões no Facebook.
Não por acaso, Guichon subiu ao palco do Cannes Lions convidado pela Meta, plataforma dona de redes como o Facebook e o Instagram, entrevistado por Nicola Meldelsohn, head of global business. A executiva lembrou que todo mundo tem uma conexão emocional com chocolate e exaltou a criatividade aplicada pelo chef em seus trabalhos, que já entraram duas vezes para o Guinness Book.
Sincero, o profissional, nascido em Cannes, mas morador de Las Vegas há 12 anos, disse que “como francês, não gosto de mudanças”, em relação à chegada dos vídeos curtos no Instagram, já que era “mais uma coisa para aprender a lidar”. No entanto, foi quando colocou ali um Reels de uma árvore de Natal que tinha feito que a repercussão de seu trabalho cresceu exponencialmente.
Hoje, contou, as pessoas o procuram em sua escola tanto para aprender a arte da pâtisserie, mas também para descobrir sobre como ele faz a gestão de suas redes sociais e, com isso, amplifica seu trabalho. Entre os destaques da carreira, até o momento, ele cita a repercussão da escultura de A#sap Rock, marido da cantora Rihanna, feita no estilo boneco Lego e encomendada por ela para o aniversário do rapper, ano passado; e a participação em uma ativação da première do filme Willy Wonka, pois já que foi comparado ao personagem nas redes, acabou incorporando o papel em vídeos para divulgar a atração.
Guichon diz que “tudo” no mundo é inspiração para seu trabalho: “Vi uns óculos grandes da Meta no caminho para cá e já pensei em fazer algo”. Mas os temas que têm mais repercussão com sua audiência são os que exploram temas infantis e nostalgia, contou.
Imprimir autenticidade e originalidade a cada novo projeto, além de fazer coisas divertidas é algo que ele diz buscar sempre, com o apoio de uma equipe enxuta: seis pessoas no estúdio e uma pessoa diretamente com ele.
Instigado a dizer com que marcas gostaria de trabalhar, Guichon não citou nenhuma especificamente, mas falou de segmentos dos quais gosta: moda (o lado francês em ação e ele até já teve uma jaqueta desenvolvida por Karl Lagerfeld), esportes e carros. Já sobre que conselho daria às marcas ao trabalhar com criadores de conteúdo como ele, foi categórico: “Vocês precisam escolher seus criadores com cuidado, claro, escolher pessoas que compartilhem seus valores, mas feito isso, dê liberdade a eles. Às vezes, as marcas têm uma visão muito específica de sua campanha e forçam o creator. Dê liberdade”.
Ao final da conversa, Guichon disse que se armazenadas com cuidado, as esculturas podem durar décadas. Contou, ainda, que guarda as suas e revelou o desejo de criar uma galeria de arte dedicada a esse tipo de escultura: “Seria uma experiência bem diferente de assistir a um vídeo numa tela pequena, caminhar entre essas esculturas, sentir o cheiro, o sabor. Tocaria todos os sentidos”.
E por falar em experiência, o último vídeo exibido na palestra foi um em que Guichon, voltando para casa, já que nasceu na cidade da Riviera Francesa, preparou algo especial para a ocasião: um chocolate com a estampa do Leão de Cannes, que distribuiu ao público que prestigiou sua arte na saída do evento.
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