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“Comunicação pública é tão importante quanto política”

Presidente do Sinapro SP e VP executivo e de mídia da NBS, Dudu Godoy reforça a importância da Secom e a a volta do IAP para trazer mais transparência aos processos


3 de janeiro de 2019 - 6h00

A expectativa que ronda o novo governo de Jair Bolsonaro também influencia as agências e empresas que atuam na área da comunicação pública. Com uma verba consideravelmente menor para 2019, a Secom tem, agora, uma nova estrutura. As mudanças, principalmente o corte financeiro, estão em linha com um discurso de austeridade do presidente Jair Bolsonaro, acredita Dudu Godoy, presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Sã0 Paulo (Sinapro SP) e vice-presidente executivo e de mídia da NBS. Com larga experiência no atendimento de contas públicas, o executivo ressalta a importância da comunicação pública e a volta do Instituto de Acompanhamento da Publicidade (IAP), o qual presidiu por cinco anos, até o órgão ser extinto em 2017. Para ele, a instituição assegurava uma transparência de informação essencial para o mercado. Confira abaixo trechos da entrevista concedida por Godoy ao Meio & Mensagem sobre as expetativas em relação à comunicação no novo governo.

Dudu Godoy, presidente do Sinapro SP e VP de mídia da NBS (Crédito: Divulgação)

Meio & Mensagem — A verba de comunicação será menor no governo Bolsonaro, de acordo com o orçamento aprovado no Congresso para 2019. Além disso, o presidente anunciou no Twitter que fará uma revisão de contratos. Como essa redução pode impactar o mercado e as agências que hoje trabalham para o governo? 
Dudu Godoy – Hoje a expectativa é de que a verba de investimento do Governo Federal em comunicação seja reduzida devido ao primeiro movimento de proposta política do novo governo, que é de austeridade. Comunicar é preciso sempre, mas vai depender dos feitos desse novo Governo. Concordo que os investimentos em comunicação no Governo Temer foram feitos sem controle e transparência e isso leva o novo governo a desconfiar desses investimentos. A partir da extinção do Instituto de Acompanhamento da Publicidade, passamos a não ter mais informação dos investimentos e principalmente do destino desses investimentos nos meio de comunicação, como televisão, rádio, internet etc. A partir do momento que você não tem informação, o primeiro pensamento que vem a mente é a desconfiança. “Rever contratos” não é possível num governo democrático, pois eles são frutos de concorrências e processos aprovados por vários órgãos de controle e de mercado. O que se pode é reduzir investimento e isso é uma decisão política e também de imagem. O que mostra a história é que, sem comunicação, os governos perdem o apoio popular e de certa forma perdem também o apoio político.

É muito importante manter os investimentos na comunicação pública?
A comunicação pública é tão importante quanto a própria política. As ações e atos dos governos devem ser comunicados à população, seja como direito à informação ou prestação de contas, seja para participar em campanha de vacinação, por exemplo. Os investimentos em comunicação foram feitos desde o descobrimento do Brasil. No regime militar de 1964, na abertura de 1979 tivemos investimentos em comunicação e nos anos seguintes também. O que devemos sempre preservar é a transparência desses investimentos. Saber onde e como esses valores estão sendo investidos. Conseguimos com muito custo e dedicação implantar um sistema de transparência com o IAP que, infelizmente, foi encerrado no Governo Temer. Espero que seja revisto nesse novo governo.

A Secom terá uma nova estrutura no Governo Bolsonaro, sendo parte da Secretaria de Governo. Isso pode gerar algum impacto na operação com as agências?
Não, os contratos são claros e objetivos quanto aos objetos e funções de cada agência fornecedora. A questão é saber se esse governo vai trabalhar integrado ou cada um vai fazer o seu. Se o Digital for para um lado e o off para o outro, teremos uma dispersão de mensagem que vai prejudicar a comunicação do governo. O que devemos separar bem é que campanha política eleitoral é uma coisa e administração governamental é outra. A comunicação partidária e eleitoral é privada e a comunicação de governo é pública. A diferença é fundamental para que as nossas instituições sejam preservadas e respeitadas.

Crédito da imagem no topo: Valter Campanato/Agência Brasil

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