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Comunicação

Conar condena “palhaço do terror” do Burger King

Feita no Halloween do ano passado, ação usou elemento da concorrência de forma negativa, na avaliação do Conselho de Ética


23 de julho de 2018 - 17h20

Semelhança do palhaço da campanha com o Ronald McDonald motivou reclamação por parte do concorrente do Burger King (Crédito: Reprodução)

Fazer provocações ao seu maior concorrente é algo que já faz parte da estratégia de comunicação internacional no Burger King e, na época do Halloween no ano passado, a rede de fast food não agiu de forma diferente. Para atrair clientes às suas lojas, o Burger King promoveu, em todo o mundo, a “Scary Clown Night”, uma ação em que oferecia um Whopper de graça para quem fosse a uma de suas unidades trajado como um palhaço.

Internacionalmente, a ideia repercutiu e fez bastante sucesso em todo o mundo, chegando a conquistar, inclusive, alguns Leões na edição deste ano do Festival Internacional de Criatividade de Cannes. No Brasil, a iniciativa também chamou a atenção do público na época, mas acabou resultando em um processo contra o Burger King no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

A entidade de publicidade abriu um processo contra o anunciante após uma denúncia feita pelo McDonald’s, que argumentou que a campanha do Burger King usava a imagem de um de seus maiores ícones – o palhaço Ronald McDonald – de forma negativa. Embora não fizesse menção direta ao personagem da concorrência, um dos palhaços assustadores presente na campanha do Burger King usava, de fato, roupas das mesmas cores e tinha as mesmas características de Ronald McDonald. Veja uma das versões internacionais da campanha “Scary Clown Night”:

O processo foi aberto em dezembro do ano passado, mas o Conselho de Ética do Conar julgou a campanha apenas em abril. Na avaliação, os membros do Conselho de Ética acataram as argumentações do McDonald’s e recomendaram a sustação da campanha – ou seja, a proibição de que as imagens ou filmes continuem sendo veiculados, em qualquer mídia.

O anunciante, no entanto, recorreu à decisão, seguindo regulamento previsto pelo conselho de ética do Conar. Um dos argumentos utilizados pelo Burger King para tentar mudar a decisão do júri era de que o palhaço apresentado na campanha fazia alusão ao personagem Pennywise, o assustador vilão do filme “It, a Coisa”.

A entidade, então, marcou uma nova data para avaliar o caso e a sentença final foi dada na semana passada. Apesar dos argumentos, os membros do Conar voltaram a avaliar a questão e mantiveram a opinião anterior, sentenciando que o Burger King fez alusão ao Ronald McDonald de forma negativa. Dessa forma, o Burger King foi condenado no processo e a campanha foi sustada, devendo ser tirada do ar, em todas as plataformas de mídia no Brasil, assim que o anunciante foi oficialmente notificado. Como o julgamento foi realizado em segunda instância, não cabem mais recursos.

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