Dez Profissionais de Comunicação de 2012
Os executivos de agências que mais se destacaram durante o ano
Os executivos de agências que mais se destacaram durante o ano
Meio & Mensagem
20 de dezembro de 2012 - 12h33
Alexandre Gama
A compra pelo Publicis Groupe de 100% da BBH e da brasileira Neogama/BBH, concluídas em julho, alçaram o publicitário Alexandre Gama ao posto de worldwide chief creative officer da rede inglesa, que, além da sede em Londres e da agência em São Paulo, seus dois escritórios mais bem-sucedidos, mantém bases em Nova York, Cingapura, Xangai, Mumbai e Los Angeles. A escolha de Gama foi feita pelo ex-ocupante do cargo, John Hegarty, fundador da BBH e um dos principais nomes da história da publicidade mundial. “O convite veio direto do John, que me disse que eles estavam pensando no futuro da BBH, o que passava por ele não ter mais funções executivas e pela construção de uma nova liderança. As razões que ele me deu foram objetivas: me disse que eles me conhecem há dez anos e que não há outra pessoa na rede com o meu perfil, que combina com um futuro mais multidisciplinar, menos umbilical e centrado só na criação”, conta Gama, que exerce sua nova função global baseado no Brasil, onde se mantém como CEO da Neogama/BBH, da qual era sócio majoritário até então.
Anselmo Ramos
Em 2012, a Ogilvy brasileira tornou-se o escritório mais premiado da rede no mundo, além de conquistar uma expressiva terceira posição no ranking Agency of the Year do Festival Internacional de Criatividade de Cannes, ficando atrás apenas da Wieden + Kennedy de Portland e da BBH de Londres. Os resultados coroam o trabalho de Anselmo Ramos, que chegou à agência em julho de 2007, após passagem de 12 anos por agências da Europa e Estados Unidos. Outro reconhecimento ao profissional foi a indicação ao júri de Promo Lions justamente no ano em que a agência saiu de Cannes consagrada com nada menos que 16 Leões, sendo 4 de Ouro. Além disso, Ramos destacou-se por trabalhos que não envolviam a mídia tradicional como centro da comunicação, como “Sprite shower”, para Sprite, “Receita na notinha”, para Hellmann’s, e “Refil da felicidade”, para Coca-Cola, todos premiados. Ramos foi ainda um dos fundadores da David e destacou-se pelas campanhas internacionais em que se envolveu, como as de Burger King dos Estados Unidos, conta da David, e de um projeto da Coca-Cola norte-americana para os Jogos Olímpicos, da Ogilvy. Seu desafio para 2013 é manter a qualidade criativa após o entra e sai de profissionais na criação da agência.
Eco Moliterno
Head of digital da Africa, Eco Moliterno conduziu ao longo deste ano a integração definitiva dos trabalhos on e off-line da agência do Grupo ABC. Segundo ele, a agência “passou por um processo de aprendizado do uso do vídeo que a coloca à frente das demais”. Dos dez vídeos mais vistos no YouTube em 2012, cinco são da Africa: “Vai amarelar” (para Gillette), “Bebê sem papel” (para Itaú), “Vai amarelar, o retorno” (para Gillette), “Great preparation” (para Budweiser) e “Strip da Gisele” (para Oral-B). Destes, Eco se envolveu pessoalmente na criação dos trabalhos para Oral-B e de outros dois vídeos com muitas visualizações: “Atchim & Espirro” (para Vick) e “O Federer vem aí”, também para Gillette. O profissional está na Africa desde março de 2010, sempre envolvido com a área digital da agência. Antes, passou quatro anos em agências do Grupo Newcomm: entre 2006 e 2009 foi vice-presidente de criação para América Latina da Wunderman. Antes de chegar à Africa teve uma rápida passagem pela Y&R, onde foi diretor de criação online por seis meses.
João Livi
Há 13 anos na Talent – há seis como vice-presidente de criação –, João Livi teve um ano de reconhecimento das boas ideias criadas por ele e sua equipe. “Fizemos, desde o ano passado, muita coisa que o Brasil gostou”, avalia, ressaltando a intenção da agência em veicular campanhas que despertem empatia nos consumidores e, assim, atinjam os objetivos dos anunciantes. As principais premiações de 2012 referendam essa tese – segundo Livi, um “reconhecimento largo a um desempenho excepcional”. De Cannes, a agência trouxe o primeiro Grand Prix de Radio para o Brasil com o case “Rádio Repelente”, para a revista Go Outside. Em território nacional, o case “Pergunta lá no Posto Ipiranga” levou o Grand Effie, prêmio que reconhece a eficácia de campanhas criativas. O trabalho de reposicionamento da rede de postos como uma rede de serviços criou um bordão que se transformou em fenômeno dentro e fora das redes sociais – e causou incômodo na Petrobrás, a principal concorrente da Ipiranga. “As agências colhem o que plantam. Umas plantam ser agências de novos negócios de qualquer jeito, e conseguem. Há quem foque em ganhar festivais. Nós focamos em fazer campanhas vendedoras, que as pessoas reconheçam. E conseguimos”, define Livi que encerrou o ano conquistando o cobiçadíssimo Prêmio Caboré na categoria Profissional de Criação.
Luca Lindner
A nova composição de comando global do McCann Worldgroup dá papel central a Luca Lindner, presidente da rede para Américas, África e Oriente Médio e agora integrante do “escritório do chairman”, composto ainda pelo CEO recém-empossado Harris Diamond e pelo argentino Gustavo Martinez, que lidera a rede na Europa e Ásia. Lindner ressalta a importância da América Latina na liderança global. “Eu e Gustavo levaremos um pouco da nossa alma latina para Nova York e para toda a rede no mundo”, frisa ele, um italiano radicado no Brasil. Lindner começou sua carreira na área de planejamento da TBWA Milão. Aos 30 anos, já abria sua própria agência em Roma, tendo a TBWA como sócia minoritária. Em 1995 vendeu a empresa à WPP, sendo destacado por Martin Sorrel para formar a rede Red Cell, como seu primeiro presidente global. Após rápida e conturbada passagem pela presidência europeia da Leo Burnett, justamente na época em que esta foi comprada pelo Publicis Groupe, Lindner foi contratado, em 2004, para substituir Jens Olesen no comando latino do Grupo McCann. Depois de seu primeiro ano como presidente da unidade mexicana, está no Brasil desde 2006, quando assumiu como chairman e diretor regional para a América Latina. Foram justamente os bons resultados na região, e especialmente no Brasil, onde costurou a união com a W, de Washington Olivetto em 2010, que alçaram Lindner ao topo da liderança global da McCann.
Marcio Oliveira
A partir de janeiro de 2013, Marcio Oliveira será presidente e sócio de uma das maiores agências de publicidade do Brasil, a Lew’Lara\TBWA, assumindo o posto de Luiz Lara, que se torna chairman. Oliveira representa um novo perfil de dirigente no mercado e, na prática, já exercia as funções de seu novo cargo há algum tempo. Há 13 anos na agência, ele tem origem no atendimento, assim como Lara. Além de ganhar espaço na empresa, Oliveira tem sido um dos profissionais à frente das discussões sobre a criação de um Grupo de Atendimento. A intenção é dar maior visibilidade e poder de barganha ao setor que, ao contrário de mídia, criação e planejamento, ainda não tem representação institucional. O atendimento busca ter um perfil mais estratégico para a agência, com maior proximidade do cliente, e o espaço que Oliveira ganhou na Lew’Lara\TBWA indica o potencial dos profissionais do setor.
Pedro Cruz
Um dos profissionais que melhor representa a ascensão do setor de planejamento na liderança das agências, Pedro Cruz teve seu trabalho na Africa reconhecido pelo Prêmio Caboré de 2011, em sua segunda indicação. Naquele ano, migrou para a Giovanni+DraftFCB onde, em agosto de 2012, tornou-se o executivo número dois na hierarquia da agência. As características profissionais que ajudaram Cruz a ganhar espaço foram o papel exercido na integração de disciplinas e a criação de uma nova cultura organizacional – perfil típico de gestores, desenvolvido anteriormente em sua passagem pelo planejamento. Cruz chegou à publicidade em 2002 e tem passagens também por Y&R e MattosGrey. Antes, foi profissional de anunciante, com atuação na Ambev. Nos anos 1990, ajudou a reposicionar uma rede de varejo no Kuwait, logo após a Guerra do Golfo, comprovando a versatilidade que o ajudou a alçar postos de comando em agências de publicidade.
Renata Melman
Em meio aos esforços da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign) para que o Brasil ganhe mais espaço no mundo nesta atividade, alguns profissionais têm visto seu trabalho ganhar evidência internacional, em boa parte por conta dos eventos esportivos. Uma delas é Renata Melman, sócia e diretora de criação da 100% Design, que foi jurada brasileira no Design Lions do Festival Internacional de Criatividade de Cannes em junho. Mas, apesar da importância de participar do evento, a melhor notícia do ano para Renata foi divulgada em setembro, quando a Fifa apresentou o mascote da Copa de 2014: o tatu-bola, posteriormente nomeado como Fuleco. A ideia de homenagear o animal tipicamente brasileiro que se transforma em uma bola foi da 100% Design, após um processo que envolveu diversas agências e que teve, inclusive, um mal-entendido, quando a ONG Associação Caatinga chegou a ser apontada como criadora da ideia.
Roberto Martini
“Foi um ano agitado: começamos com uma empresa e terminamos com cinco.” É assim que Roberto Martini, fundador da agência digital CuboCC, resume 2012. Além de ter consolidado a operação brasileira (sobretudo com o atendimento a Samsung e Liberty Seguros), a Cubo se prepara para virar marca internacional. Abrirá, como parte do grupo Interpublic (ao qual foi incorporada em 2010), um escritório nos Estados Unidos em fevereiro. A operação apresentará um diferencial naquele mercado, concentrando serviços criativos e de compra de mídia. A exportação de uma marca nacional é algo raro dentro de redes globais – mas não foi o único feito de Martini ao longo de 2012. Ele também criou, no primeiro semestre, a holding Flag, que reúne empresas que miram modelos de trabalho inovadores – e, em alguns casos, polêmicos. É o caso da Pong Dynasty, que atrela seu modelo de remuneração aos resultados do cliente. “A crítica mostra que estamos no movimento certo”, afirma Martini.
Sérgio Valente
Idealizadas por Sérgio Valente, as operações regionais da DM9DDB em Porto Alegre e no Rio de Janeiro deixaram de ser promessa de Ano Novo e encerram 2012 trazendo resultados positivos para o Grupo ABC. Devem fechar 2012 representando quase 20% da receita da rede DM9, com a vantagem de entregar todo o seu resultado ao ABC. Como a DDB não entrou na sociedade das duas operações regionais, não há divisão de dividendos. Além dos lançamentos bem-sucedidos, Valente conduziu uma série de adequações no organograma da DM9DDB a fim de acomodar talentos – novos e antigos. Como ele mesmo define, trata-se de uma estratégia de “mudar o teto de lugar” para aqueles que já chegaram ao topo. Assim, hoje a DM9 tem Valente como CEO, Alcir Gomes Leite como COO e os vice-presidentes Marco Versolato (criação), Cynthia Horowicz (planejamento), Mônica Carvalho (mídia e atendimento) e Maristela Pati Correa (assuntos institucionais). Em 2012, Valente também precisou acomodar na DM9DDB executivos e contas da Rede106, agência extinta pelo Grupo ABC no início do ano. Sérgio Magalhães, também ex-sócio da Rede106, passou a liderar a recém-criada área de design, a DM9&, ao lado de Maysa Oliveira.
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