Editais no RS licitarão R$ 150 milhões
Mercado aguarda as concorrências do Banrisul e do governo gaúcho, contas hoje atendidas por quatro agências
Após mais de um ano de tímida presença na mídia, o governo do Rio Grande Sul deve voltar a ser um dos principais anunciantes no estado, a partir de 2012. Existe a expectativa de que seja publicado até dezembro o edital de concorrência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), com uma verba estimada pelo mercado local de cerca de R$ 90 milhões, a ser dividida provavelmente por duas agências. O edital para a conta institucional do governo e o atendimento as principais secretarias e empresas estatais é aguardado para janeiro, com verba de R$ 60 milhões a ser dividida por quatro agências. O governo de Tarso Genro (PT), que sucedeu o de Yeda Crusius (PSDB) no final do ano passado, deve continuar trabalhando com seis agências mas com dois contratos separados.
Até agora, um único contrato contempla seis agências. As duas melhores colocadas na licitação, DCS e SL&M, cuidavam do Banrisul; enquanto Centro Comunicação, Escala, Martins + Andrade e Matriz dividiam as demandas institucionais, das secretarias e empresas estatais. Com a deflagração da Operação Marcari, a Polícia Federal, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público de Contas fizeram uma intervenção no Banrisul no início de setembro passado, com a prisão do então superintendente de marketing do Banrisul, Walney Fehlberg. Também foram detidos Gilson Storke, da SL&M; e Armando D’Elia Neto, diretor financeiro da DCS, todos acusados de peculato e lavagem de dinheiro. As duas agências tiveram seus contratos cancelados e o banco ficou praticamente fora da mídia até o início de agosto, quando a nova diretoria de marketing do banco, comandada por Marinês Bilhar, convocou as quatro agências restantes a assinar um contrato de emergência para a prestação de serviços até que seja concluída a nova licitação. Outra consequência para a SL&M foi o cancelamento por parte da Ogilvy do acordo operacional que mantinham.
Para o presidente da Associação Brasileira das Agências no Rio Grande do Sul (Abap-RS), Airton da Rocha, também presidente da Martins + Andrade, o escândalo teve mais impacto nos veículos do que nas agências. “Os anunciantes do setor público representam cerca de 20% das verbas em nosso estado”, afirma. Segundo ele, anunciantes do setor privado como o grupo Vulcabras / Azaleia (DM9Sul), Renner (Escala), Tramontina (DCS), Pompeia (DCS) e inúmeros anunciantes do varejo e do setor de calçados são os principais pilares do mercado gaúcho. Rocha destaca ainda a presença das principais agências gaúchas em São Paulo como Escala, Dez, Paim, DCS e Competence entre outras. Para ele, o próximo desafio nessa expansão é uma presença mais forte em Brasília, na disputa pelas contas do governo federal.
A prefeitura de Porto Alegre também é um anunciante relevante e concluiu recentemente uma licitação de R$ 13 milhões, vencida pela Martins + Andrade e a Centro Comunicação.