Mulher ao volante, perigo nada constante
Projeto independente, intitulado #MulherAoVolante, busca incentivar a representatividade da figura feminina em campanhas de marcas automotivas
Projeto independente, intitulado #MulherAoVolante, busca incentivar a representatividade da figura feminina em campanhas de marcas automotivas
Victória Navarro
24 de março de 2017 - 14h41
Em meio a um cenário onde marcas de cerveja como Skol, de roupas como C&A e de cosméticos como O Boticário incorporaram o combate ao machismo em suas campanhas, o projeto independente #MulherAoVolante chega para incentivar o uso da mesma mensagem no universo automotivo. Criada pela diretora de arte Amanda Silveira e pelo redator Felipe Araújo, ambos da Isobar, a novidade tem o objetivo de iniciar um diálogo entre mulheres, marcas de veículos e agências de publicidade.
“Sempre tivemos a vontade de criar uma campanha de carro que focasse na mulher como motorista, como potencial tomadora de decisão e não só no homem ou arquétipos masculinos”
Para Amanda Silveira, algo deveria ser feito para quebrar o preconceito. “Nós dois somos publicitários, já trabalhamos com marcas diferentes de carro e sempre tivemos a vontade de criar uma campanha de carro que focasse na mulher como motorista, como potencial tomadora de decisão e não só no homem ou arquétipos masculinos”, explica. “Bastou uma pesquisa no Google por ‘mulher ao volante’ para percebemos que o problema era bem maior do que imaginávamos e que boa parte dos resultados são piadas machistas e estereótipos negativos”, acrescenta.
O projeto é dividido em duas fases. Na primeira delas, que ocorre desde 8 deste março – Dia da Mulher –, os criativos pedem às mulheres, por meio de site e redes sociais do #MulherAoVolante”, que publiquem fotos ou vídeos delas ao voltante. Já na segunda, ambos entrarão em contato com as agências e marcas automotivas com o intuito de mostrar os resultados da iniciativa e conversar mais profundamente sobre onde é possível melhorar a representatividade feminina nas campanhas da categoria.
“O projeto precisa das marcas e das agências que cuidam de suas contas. Sem o apoio real delas a comunicação vai continuar reforçando preconceitos mais do que ultrapassados. Precisamos de comprometimento. Queremos ouvir das marcas que elas irão rever suas comunicações. Sem medo. Sem fazer pela metade. O respeito com as mulheres não pode ser algo apenas para falar em um post solto no Facebook”, diz Amanda Silveira.
Com apoio dos coletivos Não Me Kahlo e Mais Magenta, da consultoria MeiaCincoDez – focada no papel da mulher na publicidade –, da youtuber Lully De Verdade, das pilotos Bia Figueiredo e Regina Calderoni – primeira Mulher a correr na Stock Car –, o projeto reúne mais de 75 mil pessoas impactadas nas redes sociais, 6.300 video views e centenas de fotos e vídeos postados.
Diante de polêmica, C&A defende diversidade
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