Assinar

New York Times fala sobre assédio no Golden Globes

Buscar

New York Times fala sobre assédio no Golden Globes

Buscar
Publicidade
Comunicação

New York Times fala sobre assédio no Golden Globes

Jornal ressalta a importância da voz das mulheres em campanha criada pela Droga 5

Por Ann-Christine Diaz, do Advertising Age

(Crédito: Reprodução/New York Times)

O New York Times ajudou a derrubar os impérios fálicos que subjugaram, acima de tudo, as mulheres – seja na tecnologia, na mídia e no entretenimento – com uma série de reportagens publicadas ao longo de 2017. Impulsionada por esse momento, o jornal irá aparecer no Golden Globes com um anúncio que ressalta o quanto as mulheres estão se fazendo ouvir. A peça integra a última parte da campanha “The Truth Is Hard” (A Verdade É Difícil), criada pela Droga5 Nova York, iniciada no Oscar do ano passado.

Na primeira aparição do Times em uma premiação da Academia, a campanha enfatizou a importância de conversar sobre a verdade e os fatos contidos nas notícias para garantir a qualidade da reportagem do periódico. Os furos do jornal sobre assédio, como a cobertura detalhada sobre o caso Harvey Weinstein, renderam material para que este último anúncio provoque impacto na grande noite que inaugura a temporada de premiações hollywoodianas.

Como seu predecessor, o novo anúncio é simples, com uma fonte preta básica sobre um fundo branco. O filme começa com a repetição dos dizeres “He said” (Ele disse) e “She said” (Ela disse) e atinge o ápice quando uma profusão de “She saids” toma conta da tela. Então o selo “Truth” da campanha aparece acompanhada pela frase “The Truth has power. The Truth will not be threatened. The truth has a voice” (A Verdade tem poder. A verdade não será ameaçada. A verdade tem voz).

“Achamos que utilizar uma linguagem que foi usada para silenciar mulheres no passado é uma maneira simples de deixar claro como o mundo era há somente um ano e como está agora”, afirma Julie Metheny, diretora criativa associada da Droga5.

O Times tinha sua estratégia de marketing pronta desde o lançamento da campanha do ano passado, mas “não tinha planos para o Golden Globes até um mês atrás”, conta David Rubin, vice-presidente sênior e head of brand. “Fizemos muitas reportagens bombásticas que tiveram um impacto enorme. O que identifica muito da nossa reportagem investigativa é o fato de nos apegarmos à verdade, então o fazemos sem medo ou favor. Sabemos que esse é um atrativo para as pessoas que desejam ser assinantes”.

Rubin afirma que o Times está segmentando assinantes interessados em fatos atuais, particularmente o público com idade entre 30 e 40 anos que se importa com as notícias mas ainda não adicionaram isso ao conteúdo de música e entretenimento pelo qual estão dispostos a pagar. “Pensamos que eles entendem a importância em apoiar esses temas, mas as notícias desse tipo não são top of mind”, explica.

Quanto a quaisquer riscos envolvidos, Rubin explica que o Times quis ter certeza de que sua mensagem soasse clara em meio a todas as conversas: “Se você está apoiando o Times, está ajudando as histórias a acontecerem. Queremos que a publicidade seja isso. Não é feita para ser um anúncio sobre um tópico cultural, mas sobre o papel que o jornalismo teve nisso”.

O próprio Times não passou incólume a escândalos. Em novembro, a empresa suspendeu Glenn Thrush, um dos principais repórteres que cobrem a Casa Branca, após acusações de ofensas de cunho sexual. No mês seguinte, no entanto, o jornal declarou irá manter Thrush em seu quadro de funcionários, porém cobrindo outros temas, e reiterou que não endossa o comportamento dele.

A campanha também terá peças impressas e digitais com foco nas reportagens atuais do Times. “A TV destaca o impacto maior que o jornalismo teve, mas queremos ser um pouco mais específicos para conectar todos os pontos. É importante que façamos ambos. Mais adiante, novos anúncios abordarão outros tópicos quentes do momento”, diz Rubin.

O Times adentra a última fase da campanha após um ano positivo em termos de assinaturas. No terceiro trimestre de 2017, o jornal atingiu 2,5 milhões de assinaturas digitais ante 1,86 milhões no final de 2016. As assinaturas do impresso mantiveram-se em um milhão, totalizando 3,5 milhões de assinaturas – a maior da história do New York Times.


5 de janeiro de 2018 - 15h23

Por Ann-Christine Diaz, do Advertising Age

(Crédito: Reprodução/New York Times)

O New York Times ajudou a derrubar os impérios fálicos que subjugaram, acima de tudo, as mulheres – seja na tecnologia, na mídia e no entretenimento – com uma série de reportagens publicadas ao longo de 2017. Impulsionada por esse momento, o jornal irá aparecer no Golden Globes com um anúncio que ressalta o quanto as mulheres estão se fazendo ouvir. A peça integra a última parte da campanha “The Truth Is Hard” (A Verdade É Difícil), criada pela Droga5 Nova York, iniciada no Oscar do ano passado.

Na primeira aparição do Times em uma premiação da Academia, a campanha enfatizou a importância de conversar sobre a verdade e os fatos contidos nas notícias para garantir a qualidade da reportagem do periódico. Os furos do jornal sobre assédio, como a cobertura detalhada sobre o caso Harvey Weinstein, renderam material para que este último anúncio provoque impacto na grande noite que inaugura a temporada de premiações hollywoodianas.

Como seu predecessor, o novo anúncio é simples, com uma fonte preta básica sobre um fundo branco. O filme começa com a repetição dos dizeres “He said” (Ele disse) e “She said” (Ela disse) e atinge o ápice quando uma profusão de “She saids” toma conta da tela. Então o selo “Truth” da campanha aparece acompanhada pela frase “The Truth has power. The Truth will not be threatened. The truth has a voice” (A Verdade tem poder. A verdade não será ameaçada. A verdade tem voz).

“Achamos que utilizar uma linguagem que foi usada para silenciar mulheres no passado é uma maneira simples de deixar claro como o mundo era há somente um ano e como está agora”, afirma Julie Metheny, diretora criativa associada da Droga5.

O Times tinha sua estratégia de marketing pronta desde o lançamento da campanha do ano passado, mas “não tinha planos para o Golden Globes até um mês atrás”, conta David Rubin, vice-presidente sênior e head of brand. “Fizemos muitas reportagens bombásticas que tiveram um impacto enorme. O que identifica muito da nossa reportagem investigativa é o fato de nos apegarmos à verdade, então o fazemos sem medo ou favor. Sabemos que esse é um atrativo para as pessoas que desejam ser assinantes”.

Rubin afirma que o Times está segmentando assinantes interessados em fatos atuais, particularmente o público com idade entre 30 e 40 anos que se importa com as notícias mas ainda não adicionaram isso ao conteúdo de música e entretenimento pelo qual estão dispostos a pagar. “Pensamos que eles entendem a importância em apoiar esses temas, mas as notícias desse tipo não são top of mind”, explica.

Quanto a quaisquer riscos envolvidos, Rubin explica que o Times quis ter certeza de que sua mensagem soasse clara em meio a todas as conversas: “Se você está apoiando o Times, está ajudando as histórias a acontecerem. Queremos que a publicidade seja isso. Não é feita para ser um anúncio sobre um tópico cultural, mas sobre o papel que o jornalismo teve nisso”.

O próprio Times não passou incólume a escândalos. Em novembro, a empresa suspendeu Glenn Thrush, um dos principais repórteres que cobrem a Casa Branca, após acusações de ofensas de cunho sexual. No mês seguinte, no entanto, o jornal declarou irá manter Thrush em seu quadro de funcionários, porém cobrindo outros temas, e reiterou que não endossa o comportamento dele.

A campanha também terá peças impressas e digitais com foco nas reportagens atuais do Times. “A TV destaca o impacto maior que o jornalismo teve, mas queremos ser um pouco mais específicos para conectar todos os pontos. É importante que façamos ambos. Mais adiante, novos anúncios abordarão outros tópicos quentes do momento”, diz Rubin.

O Times adentra a última fase da campanha após um ano positivo em termos de assinaturas. No terceiro trimestre de 2017, o jornal atingiu 2,5 milhões de assinaturas digitais ante 1,86 milhões no final de 2016. As assinaturas do impresso mantiveram-se em um milhão, totalizando 3,5 milhões de assinaturas – a maior da história do New York Times.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Fabricante do Ozempic, Novo Nordisk faz campanha sobre obesidade

    Fabricante do Ozempic, Novo Nordisk faz campanha sobre obesidade

    Farmacêutica escolhe a iD\TBWA para ação que envolve peças de out-of-home, mídias digitais e mensagens na TV paga

  • Papel & Caneta lista os 30 agentes de mudança do mercado em 2024

    Papel & Caneta lista os 30 agentes de mudança do mercado em 2024

    O coletivo também divulga 25 iniciativas, três a mais que a última edição, que transformaram a indústria da comunicação em 2024