O bem sucedido modelo do estúdio Colletivo
A história da empresa de design criada por quatro amigos de faculdade que ganhou projeção internacional
A história da empresa de design criada por quatro amigos de faculdade que ganhou projeção internacional
Meio & Mensagem
19 de dezembro de 2012 - 3h47
Você pode até não conhecer o Estúdio Colletivo, mas certamente já ouviu falar de algum trabalho da empresa nos últimos anos. São dela as ilustrações que deixaram mais chamativas as campanhas globais de Havaianas em mídia impressa, criadas pela AlmapBBDO. É dela, também, um dos painéis que a GE — também via Almap — bancou em empenas de prédios de São Paulo, quebrando o vazio deixado pela retirada da mídia exterior após a Lei Cidade Limpa. Mas, se ainda assim você não ouviu falar no Estúdio Colletivo, basta puxar pela memória as ilustrações da campanha do Prêmio Caboré deste ano, desenvolvida pela EC. Juntando esses trabalhos, fica fácil identificar de quem estamos falando (veja galeria com mais trabalhos ao final desta matéria).
O coletivo de designers foi criado em 2003 — mas surgiu anos antes, nas aulas do curso de design da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Os bancos da instituição uniram Marcelo Roncatti, Fabio Couto, Vanessa Queiroz e David Bergamasco. “Éramos o grupo de nerds que levava os trabalhos da faculdade a sério”, afirma Roncatti. A dinâmica bem azeitada na universidade, somada à insatisfação de cada um deles com os primeiros empregos, deu origem ao Estúdio Colletivo, empresa de design nascida muito focada em ilustração que, hoje, tem até um braço digital com atribuições de agência. “No início, pegávamos trabalhos toscos e não tínhamos preconceito”, diz Vanessa, sócia e diretora de atendimento, lembrando dos briefings para criar um site de velório online e embalagens de produtos eróticos.
A virada veio em 2005, quando um site especializado em cultura brasileira —chamado Brazil Inspired — publicou um portfólio do Colletivo e uma curta entrevista com os sócios. A visibilidade rendeu os primeiros trabalhos de projeção internacional. O estúdio passou a ser contratado para trabalhar com a agência promocional TracyLocke, pertencente ao Omnicom. Um dos trabalhos de maior projeção para a agência foi a série de ilustrações para três embalagens de Pepsi Max para o mercado asiático, em 2007. Outra execução internacional importante realizada naquele ano foram vinhetas de animação para o canal de TV paga Comedy Central. “Deu supercerto e quisemos fazer mais motion graphics”, comenta Couto, que hoje responde pela núcleo digital do Colletivo. A atuação nessa frente permite que o estúdio cuide de sites de marcas de moda, ao passo que comercializa na internet (e no Facebook) pôsteres e capas para gadgets criadas por seus designers.
Em paralelo, passa a explorar a produção de conteúdo: é responsável, por exemplo, por toda a estratégia de redes sociais para o lançamento do filme Os Penetras, produção da Conspiração dirigida por Andrucha Waddington. Outro trabalho de destaque recente do Colletivo é a série de ilustrações — os “doodles” — do novo site do Itaú. “Temos autonomia para oferecer diferentes tipos de projetos”, ressalta Vanessa. A meta é encerrar 2012 faturando R$ 2 milhões — um bom indicativo de que valeu a pena ter se esforçado nos tempos de faculdade.
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