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Os CEOs como você nunca viu

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Comunicação

Os CEOs como você nunca viu

Com estratégias para criar empatia, eles querem cultivar uma imagem mais moderna


7 de janeiro de 2013 - 9h08

Maurice Lévy, CEO do Publicis Groupe há 25 anos, trocou sua tradicional mensagem de fim de ano aos funcionários por um vídeo interativo no qual ele informa as metas para 2013. É difícil segurar o riso diante do resultado: por reflexo, muitas pessoas tentam adiantar o vídeo, para evitar escutar a quantidade de dados informados por Lévy. Neste momento, com uma cara de reprovação, ele olha e diz: “vou fingir que não vi”.

Experimente, então, pausar o vídeo. O executivo número um do grupo olha para você e diz: “Leve o tempo que quiser, mas lembre-se que eu tenho coisas para gerenciar. Apenas um pequeno grupo”. Na sequência, fica balançando na cadeira, olhando para quem assiste, ou então, toma café, ou joga uma partida de um game para mobile.

Outras interações ocorrem quando, por exemplo, tenta-se reduzir o volume: Lévy começa a sussurrar. E quando se tenta aumentar, Lévy grita. Da mesma forma, ao reduzir a qualidade da resolução do vídeo, os enfeites de sua mesa são trocados e se tornam mais simples. Enfim: este é Maurice Lévy como você provavelmente nunca viu. 

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Por trás do lançamento deste vídeo, claro, há uma estratégia muito bem definida e amparada na crença de que o CEO representa a imagem da companhia. Afinal, por que um mercado que vende ideias criativas e que se torna mais digital precisa ter um líder executivo carrancudo e inacessível?

Outros grupos também parecem ter atentado a isso. Em abril, Martin Sorrell, CEO do WPP, deu uma entrevista — sentado em uma cadeira rosa de plástico — para o “The Valley Girl Show”, um programa de web apresentado pela atriz Jesse Draper, que faz o papel de uma garota do Vale do Silício.
Enquanto falava sobre temas mais tradicionais, como os negócios do WPP e as relações com clientes como Ford, P&G, Unilever e Microsoft, Sorrell deu respostas para outros assuntos como andropausa, além de contar uma piada sobre a rainha da Inglaterra. 

Mesmo em entrevista ao Meio & Mensagem, algumas semanas depois, ele esteve aberto a temas como gostos pessoais, origens familiares e futebol.

Outra medida para tornar Sorrell mais “próximo” é sua participação no Festival de Cannes. Desde 2008, ele apresenta o Cannes Debate, em que conversa sobre os rumos do mercado publicitário. Em 2012, as discussões giraram em torno da importância dos eventos ao vivo, com a presença de Lord Sebastian Coe, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, e Ronaldo Nazário, sócio do WPP na 9ine. O foco das discussões era a importância dos eventos ao vivo. Mas, em determinado momento, Sorrell questionou Ronaldo, a quem conheceu durante encontro do WPP no Copacabana Palace em 2010, se o Brasil iria ganhar a Copa de 2014. Embora o ex-jogador tenha saído pela tangente, a plateia se divertia durante suas intervenções.

A cara da empresa
“O CEO é a cara da empresa e se ele não representar o novo, quem irá ­fazê-la?”, questiona Maurício Kato, CEO da Havas Brasil. A agência que lidera pertence ao grupo Havas, cujo presidente é David Jones, de 46 anos. O executivo é considerado muito acessível e, segundo Kato, não leva mais do que alguns minutos para responder e-mails não apenas de lideranças, mas de qualquer funcionário ou parceiro do Havas. Homem conectado à internet, ele tem uma conta no Twitter onde interage com bastante frequência com seus 12 mil seguidores.

Para Kato, este novo perfil de líder é um reflexo dos tempos. “A tendência de maior proximidade dos CEOs ocorre porque a comunicação está mudando. Antes, ela tinha uma via só. Agora, ela é social e aqueles que tiverem uma boa ideia que cause engajamento podem interagir com qualquer pessoa”, aponta. “Nesse ambiente, os líderes não poderiam agir de outra forma”, sentencia.

Além de CEO do Havas, Jones faz parte do conselho administrativo do ­Facebook, é conselheiro do primeiro-ministro britânico David Cameron e criador da iniciativa One Young World, que reúne jovens de todo o mundo para inspirar os líderes de hoje — programa que recebeu apoios como os de Desmond Tutu e Kofi Annan. Sua nomeação como líder executivo do Havas é decorrência dos bons resultados obtidos na operação australiana, mas também tem a ver com sua empatia e jovialidade.  

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