O que pensa a modelo do comercial de Carl’s Jr.

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Comunicação

O que pensa a modelo do comercial de Carl’s Jr.

Em entrevista, a modelo e atriz Chalotte Kinney afirma que não considera a peça ofensiva e conta sobre sua carreira

Por Jeanine Poggi, do Advertising Age

“Não é nada que você não veria em um dia na praia. Não foi vulgar, não ofendeu ninguém”, diz Charlotte McKinney sobre o anúncio de Carl’s Jr. para o Super Bowl 2015 (Crédito: Reprodução)

A modelo e atriz Charlotte McKinney estrelou, seminua, um comercial da rede de fast food Carl’s Jr. para o Super Bowl em 2015. A peça atraiu atenção não somente para a marca, mas também para Charlotte, que antes de atuar na propaganda era conhecida principalmente pelo seu feed no Instagram.

No anúncio, ela caminha nua entre fazendeiros enquanto suas partes íntimas são estrategicamente cobertas por frutas e vegetais. No final, dá uma mordida bem grande no hambúrguer.

O comercial foi considerado sexista e ofensivo. Na época, porém, os comerciais do Super Bowl eram estritamente voltados para a audiência masculina, com diversos anúncios de cerveja objetificando mulheres e mensagens que sugeriam, por exemplo, que se um homem der flores a uma mulher, ela retribuirá a gentileza com sexo.

Esse tipo de temática certamente não terá espaço este ano em meio ao #MeToo e ao #Times Up, movimentos capitaneados por mulheres em que as próprias falam sobre assédio e discriminação de gênero. Desde então, Carl’s Jr. e outros anunciantes amenizaram o tom de suas campanhas ou pararam de objetificar mulheres em suas peças publicitárias.

Desde então, Charlotte apareceu no filme “Baywatch”, competiu na vigésima temporada de “Dancing With the Stars” e continua a modelar para marcas como Guess. Em entrevista ao Ad Age, ela se diz orgulhosa de seu corpo não ter de ser visto como algo negativo, especialmente neste ambiente tenso. Ela também fala sobre viver à sombra do anúncio do Super Bowl e como ela está superando a imagem da “garota do hambúrguer”.

Ad Age – Toda vez que se fala sobre os anúncios mais controversos do Super Bowl, o do Carl’s Jr. é sempre um dos mais comentados. O que você pensa do comercial hoje?

Charlotte McKinney – Já me fizeram essa pergunta tantas vezes – quando você fica famoso por algo assim as pessoas só querem falar sobre isso. Recebi o convite desta entrevista por e-mail e pensei: por que eles não dão um Google e procuram outras entrevistas que eu fiz? Durante muito tempo, qualquer entrevista que eu dava era sobre isso.

Ad Age – Você tentou distanciar-se do anúncio?
Charlotte –
Tenho tentado tanto, mas isso sempre estará lá e é uma parte da minha vida e carreira. Mas estou tentando ganhar um espaço diferente. Não sou apenas a garota do comercial que você viu aquela vez… sou mais do que aquele comercial. Faz quatro anos, amo que o comercial ainda seja assunto, mas não é algo pelo qual desejo ser conhecida. Quero que as pessoas me conheçam por meu trabalho como modelo e atriz.

Ad Age – Sabendo o quanto você se tornaria sinônimo do anúncio, há algo que você teria feito diferente?
Charlotte –
Foi uma parte muito importante da minha carreira e sou grata por isso. Não tem nada que eu teria feito diferente. Não venho de uma família que trabalhou na indústria – esse foi o meu momento, meu grande momento. Não tenho vergonha disso.

Ad Age – Como lidou com as críticas?
Charlotte –
Não importa o que você faça, alguém sempre será negativo. Não é nada que você não veria em um dia na praia. Não foi vulgar, não ofendeu ninguém.

Ad Age – Há mais sensibilidade em relação a esses anúncios? É difícil fazer conteúdo provocativo nesse contexto?
Charlotte –
Agora mesmo, com tudo que está acontecendo, com certeza. Mas você vai no Instagram e todo mundo está seminu lá. É parte da cultura do momento. Meu anúncio não foi nem de longe tão ruim quanto outros que se vê online. Acho que estamos vivendo em um mundo em que, se você está confortável e feliz com seu corpo – eu digo, vá em frente. É poderoso. Se posso ser uma voz para a auto aceitação, isso pode ser uma forma de empoderamento. Precisa ser feito com gosto e não pode exagerar, mas é importante que todas as garotas sintam-se à vontade com o que são; pode ser uma voz para algo.

Ad Age – O que aconteceu depois que o anúncio foi ao ar?
Charlotte –
A atenção foi boa e penso que aceitei positivamente. Não pensei que fosse ser tão grande, mas daí estava passando no “Good Morning America”. Acho que eu lidei da melhor forma possível. Pensei durante cinco minutos e então usei isso para construir uma carreira. Depois disso, Carl’s Jr. convidou-me para outro comercial. Fiz isso. Assinei contrato com uma agência de talentos, ainda estava modelando, fazendo mais campanhas da Guess. Agora tudo que estou fazendo é atuar, buscando papeis e indo com frequência a testes.

Ad Age – Você apareceu em “Baywatch” recentemente. Como tem sido a transição para a atuação?
Charlotte –
A transição tem sido diferente. Entro em um escritório de casting e sou a garota do hambúrguer. Ainda é parte de mim e levou um tempo para fazer com que as pessoas me enxergassem de forma diferente… tenho tido sorte de entrar em alguns ambientes onde eu normalmente não estaria, mas é uma luta diária tentar conseguir ser vista sob outra ótica.

Ad Age – O que você espera para sua carreira?
Charlotte –
Encontrar papeis que você normalmente não me veria fazendo, mais indies. A maioria dos trabalhos

que fiz são muito comerciais. Mantenho a criatividade e trabalho com meu coach de atuação para que eu me sinta pronta para o papel quando ele vier. Quero que as pessoas vejam mais de mim, não somente o glamour… os agentes sempre me dizem para postar mais (nas redes sociais). Tenho dificuldade. Não abro minha vida pessoal, então não posto tudo que faço. Este ano meu objetivo é tentar postar não apenas a foto perfeita da Charlotte, mas mostrar quem sou e construir uma relação com as pessoas que me seguem. É definitivamente difícil para mim, mas é algo que estou trabalhando este ano para mostrar a verdade crua.

Ad Age – Você assiste Super Bowl?
Charlotte –
Assisto apenas os comerciais. Gosto mais dos bem-humorados, como os de Doritos. Qualquer coisa mais série durante o Super Bowl é um tiro no pé.


19 de janeiro de 2018 - 15h15

Por Jeanine Poggi, do Advertising Age

“Não é nada que você não veria em um dia na praia. Não foi vulgar, não ofendeu ninguém”, diz Charlotte McKinney sobre o anúncio de Carl’s Jr. para o Super Bowl 2015 (Crédito: Reprodução)

A modelo e atriz Charlotte McKinney estrelou, seminua, um comercial da rede de fast food Carl’s Jr. para o Super Bowl em 2015. A peça atraiu atenção não somente para a marca, mas também para Charlotte, que antes de atuar na propaganda era conhecida principalmente pelo seu feed no Instagram.

No anúncio, ela caminha nua entre fazendeiros enquanto suas partes íntimas são estrategicamente cobertas por frutas e vegetais. No final, dá uma mordida bem grande no hambúrguer.

O comercial foi considerado sexista e ofensivo. Na época, porém, os comerciais do Super Bowl eram estritamente voltados para a audiência masculina, com diversos anúncios de cerveja objetificando mulheres e mensagens que sugeriam, por exemplo, que se um homem der flores a uma mulher, ela retribuirá a gentileza com sexo.

Esse tipo de temática certamente não terá espaço este ano em meio ao #MeToo e ao #Times Up, movimentos capitaneados por mulheres em que as próprias falam sobre assédio e discriminação de gênero. Desde então, Carl’s Jr. e outros anunciantes amenizaram o tom de suas campanhas ou pararam de objetificar mulheres em suas peças publicitárias.

Desde então, Charlotte apareceu no filme “Baywatch”, competiu na vigésima temporada de “Dancing With the Stars” e continua a modelar para marcas como Guess. Em entrevista ao Ad Age, ela se diz orgulhosa de seu corpo não ter de ser visto como algo negativo, especialmente neste ambiente tenso. Ela também fala sobre viver à sombra do anúncio do Super Bowl e como ela está superando a imagem da “garota do hambúrguer”.

Ad Age – Toda vez que se fala sobre os anúncios mais controversos do Super Bowl, o do Carl’s Jr. é sempre um dos mais comentados. O que você pensa do comercial hoje?

Charlotte McKinney – Já me fizeram essa pergunta tantas vezes – quando você fica famoso por algo assim as pessoas só querem falar sobre isso. Recebi o convite desta entrevista por e-mail e pensei: por que eles não dão um Google e procuram outras entrevistas que eu fiz? Durante muito tempo, qualquer entrevista que eu dava era sobre isso.

Ad Age – Você tentou distanciar-se do anúncio?
Charlotte –
Tenho tentado tanto, mas isso sempre estará lá e é uma parte da minha vida e carreira. Mas estou tentando ganhar um espaço diferente. Não sou apenas a garota do comercial que você viu aquela vez… sou mais do que aquele comercial. Faz quatro anos, amo que o comercial ainda seja assunto, mas não é algo pelo qual desejo ser conhecida. Quero que as pessoas me conheçam por meu trabalho como modelo e atriz.

Ad Age – Sabendo o quanto você se tornaria sinônimo do anúncio, há algo que você teria feito diferente?
Charlotte –
Foi uma parte muito importante da minha carreira e sou grata por isso. Não tem nada que eu teria feito diferente. Não venho de uma família que trabalhou na indústria – esse foi o meu momento, meu grande momento. Não tenho vergonha disso.

Ad Age – Como lidou com as críticas?
Charlotte –
Não importa o que você faça, alguém sempre será negativo. Não é nada que você não veria em um dia na praia. Não foi vulgar, não ofendeu ninguém.

Ad Age – Há mais sensibilidade em relação a esses anúncios? É difícil fazer conteúdo provocativo nesse contexto?
Charlotte –
Agora mesmo, com tudo que está acontecendo, com certeza. Mas você vai no Instagram e todo mundo está seminu lá. É parte da cultura do momento. Meu anúncio não foi nem de longe tão ruim quanto outros que se vê online. Acho que estamos vivendo em um mundo em que, se você está confortável e feliz com seu corpo – eu digo, vá em frente. É poderoso. Se posso ser uma voz para a auto aceitação, isso pode ser uma forma de empoderamento. Precisa ser feito com gosto e não pode exagerar, mas é importante que todas as garotas sintam-se à vontade com o que são; pode ser uma voz para algo.

Ad Age – O que aconteceu depois que o anúncio foi ao ar?
Charlotte –
A atenção foi boa e penso que aceitei positivamente. Não pensei que fosse ser tão grande, mas daí estava passando no “Good Morning America”. Acho que eu lidei da melhor forma possível. Pensei durante cinco minutos e então usei isso para construir uma carreira. Depois disso, Carl’s Jr. convidou-me para outro comercial. Fiz isso. Assinei contrato com uma agência de talentos, ainda estava modelando, fazendo mais campanhas da Guess. Agora tudo que estou fazendo é atuar, buscando papeis e indo com frequência a testes.

Ad Age – Você apareceu em “Baywatch” recentemente. Como tem sido a transição para a atuação?
Charlotte –
A transição tem sido diferente. Entro em um escritório de casting e sou a garota do hambúrguer. Ainda é parte de mim e levou um tempo para fazer com que as pessoas me enxergassem de forma diferente… tenho tido sorte de entrar em alguns ambientes onde eu normalmente não estaria, mas é uma luta diária tentar conseguir ser vista sob outra ótica.

Ad Age – O que você espera para sua carreira?
Charlotte –
Encontrar papeis que você normalmente não me veria fazendo, mais indies. A maioria dos trabalhos

que fiz são muito comerciais. Mantenho a criatividade e trabalho com meu coach de atuação para que eu me sinta pronta para o papel quando ele vier. Quero que as pessoas vejam mais de mim, não somente o glamour… os agentes sempre me dizem para postar mais (nas redes sociais). Tenho dificuldade. Não abro minha vida pessoal, então não posto tudo que faço. Este ano meu objetivo é tentar postar não apenas a foto perfeita da Charlotte, mas mostrar quem sou e construir uma relação com as pessoas que me seguem. É definitivamente difícil para mim, mas é algo que estou trabalhando este ano para mostrar a verdade crua.

Ad Age – Você assiste Super Bowl?
Charlotte –
Assisto apenas os comerciais. Gosto mais dos bem-humorados, como os de Doritos. Qualquer coisa mais série durante o Super Bowl é um tiro no pé.

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