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Setor de eventos debate cenário pós-coronavírus

Na videoconferência promovida pela Apresenta Rio, executivos da IMM, GL Events e Dream Factory avaliam perspectivas para o mercado nos próximos anos


9 de abril de 2020 - 17h26

Debate também teve a participação de representantes do mercado (Crédito: Divulgação)

Redução de aglomerações, novos formatos para eventos, regras mais rígidas de higienização. Como será o cenário futuro do mercado de eventos quando a pandemia do coronavírus perder força? Para levantar algumas destas questões, o movimento Apresenta Rio reuniu em um debate alguns representantes dos principais players do setor. Alan Adler, presidente e CEO da IMM; Milena Palumbo, diretora regional da GL events, e Duda Magalhães, presidente da Dream Factory, apontaram os caminhos que já estão sendo trabalhados em suas empresas. Eles também jogaram luz em questões com as quais o mercado já está lidando e outras que possivelmente surgirão mais à frente, quando a retomada de eventos, ao menos em parte, virar uma realidade.

“Os segmentos do esporte e entretenimento pararam em sua grande maioria. Tenho ouvido que a crise irá mudar padrões de vida, impulsionará a penetração digital, aumentará o investimento em biotecnologia e estimulará um retrocesso na globalização. Eu acredito em tudo isso. Em seis semanas, temos 67 países afetados”, comentou Adler, que também é presidente e conselheiro do Apresenta Rio. Ele revelou que a IMM está trabalhando com três possíveis cenários. No primeiro deles, os eventos seriam retomados a partir de outubro e a empresa promoveria edições do Taste, em São Paulo e Brasília, além do UFC e São Paulo Fashion Week. O musical Chicago e as apresentações do Cirque du Soleil também estariam previstas para este ano ainda, em um horizonte positivo.

Já em um segundo cenário, o calendário voltaria ainda em outubro, mas com eventos abertos sem tanta aglomeração. A pior alternativa, diz o executivo, dá conta de uma retomada dos eventos só em 2021. “Já estamos trabalhando com questões como a avaliação de compra de equipamentos como scanners, além de luvas e tudo que poderá ser exigido no começo”, revelou. Apesar de trabalhar com diferentes cenários, ele diz que acredita que a partir de outubro será viável a realização de eventos em locais abertos ou espaçosos, mas alertou que, mesmo que isso aconteça, muitos deles sofrerão com a venda de ingressos. “Além da preocupação, de um medo que certamente irá existir, haverá a queda de renda da população. E medidas de restrição de público que possivelmente serão adotadas”, disse.

Duda Magalhães, presidente da Dream Factory e também fundador do movimento Apresenta Rio, acredita que, com a instabilidade do cenário atual e sem uma perspectiva concreta do que virá à frente, é preciso literalmente pegar uma folha em branco e redesenhar o futuro de cada um, de cada empresa. “Este cenário impacta a vida de todo mundo. Vejo nossa atividade como se estivéssemos dirigindo em uma serra com muita neblina e o máximo que enxergo são os próximos 100 metros”, comparou.

Por outro lado, ele acredita que de médio para um longo prazo, ou seja, a partir de 2022, o setor sairá forte. “O ingrediente base da nossa atividade é o encontro e esta é uma necessidade humana que é absolutamente insaciável e é o core do nosso negócio”, falou.  A Dream Factory atua em duas grandes áreas: uma de eventos proprietários, como a Maratona do Rio e o Festival de Montreux, além da Árvore da Natal da Lagoa, e outra voltada para serviços, marcas e entidades. “Na área de serviços tivemos vários projetos adiados, para o segundo semestre ou para o ano que vem, isso causa impacto em todo negócio”, disse. Por enquanto, a Dream Factory terá no segundo semestre, em outubro, a Maratona do Rio e o Festival de Montreux.

Com uma atuação que envolve várias frentes ligadas à eventos, a GL Events é uma multinacional francesa que opera em 27 países. No Brasil, tem no seu portfólio Jeunesse Arena, Rio Centro e Hotel Grand Mercure, no Rio, mas também a São Paulo Expo. No caso do Rio Centro, o espaço abriga no momento a construção de um hospital de campanha para receber pacientes com a Covid-19. Para Milena, diretora regional da empresa no Brasil e também vice-presidente do Rio Convention & Visitors Bureau, agora o essencial no caso do segmento é pensar em todos os envolvidos na cadeia de eventos. “A GL é uma empresa grande, temos capital para sobreviver, mas e o ecossistema? Quando pensarmos em recomeçar, como ele estará? Precisamos de bons fornecedores, prestadores de serviço”, alertou.

A empresa já tem confirmada para setembro a Bienal do Livro, em Salvador, e inclusive fechou um patrocínio para a feira esta semana. “Em sua maioria, os eventos foram transferidos para a partir de agosto. Na Jeunesse Arena, nada foi cancelado, apenas alguns shows internacionais ficaram para 2021 por questões de agenda dos artistas”, fala. A frente de eventos B2B como a feira Rio Oil & Gas, ela demonstrou sua preocupação para este segmento, o de eventos de negócios, onde a presença é fundamental para geração de resultados para os participantes. “Deveremos ter restrição de público, mas é um tipo de evento que faz a economia voltar a rodar, estes protocolos que teremos que discutir de forma diferente. As crises servem para repensar modelos. Alguns até precisavam ser mesmo repensados”, disse. Para ela, eventos nunca deixarão de acontecer, mas poderão ser o ápice da conclusão de uma série de ações. “Podem ser tornar mais curtos ou com interações diferentes, mas além de não deixar de existir no pós Covid, acredito que migrem para uma exigência de maior qualidade.  Da mesma forma que estamos agora fazendo interações de maior qualidade”, ressaltou.

A executiva a GL events aproveitou o debate promovido pela Apresenta Rio para um alerta. Para ela, o segmento é muito pulverizado e precisa se unir em suas diversas forças, reunindo as variadas entidades para conquistar maior destaque e alcançar alternativas que auxiliem no seu crescimento como ecossistema. Fundada em 2018, a Apresenta Rio é uma associação dos promotores de eventos do setor de entretenimento e afins do Rio de Janeiro. Ela foi criada com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios da indústria, reunindo representantes do segmento para formatar ações e buscar soluções para temas prioritários e interesses na área de organização de eventos de esporte, cultura e outras finalidades.

*Crédito da imagem no topo: Abstract glowing grid background with particles in the center

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