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Com Marvel, Disney+ tenta garantir sua base de assinantes

Dos dez projetos da franquia para o próximo biênio, cinco são séries exclusivas para a plataforma


25 de julho de 2019 - 6h59

 

Anúncio da Fase 4 de Marvel na Comic Con San Diego (Crédito: Reprodução/ Facebook)

Na semana passada, a Marvel surpreendeu seus fãs e os analistas do mercado durante seu painel na Comic Con San Diego. A marca apresentou seus projetos para a Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), que dão sequência aos acontecimentos de Homem-Aranha: Longe de Casa. A novidade fica a cargo do streaming: cinco das 11 atrações anunciadas serão séries exclusivas para Disney+, plataforma da companhia que têm lançamento previsto para novembro, nos Estados Unidos.

As séries Falcão e Soldado Invernal, WandaVision, Loki, Hawkeye e What if…? trazem personagens que já faziam parte das fases anteriores da Marvel em histórias novas e complementares à narrativa do MCU. As produções criam a possibilidade de construção de novas realidades e linhas do tempo interconectadas aos eventos do cinema. Para Marcelo Forlani, cofundador da Omelete Company, ao convocar esses personagens para mais aventuras, a Disney indica uma entrada com força máxima no mundo do streaming. “Além de seu vasto catálogo, este tipo de conteúdo original, somado à primeira série live action de Star Wars (The Mandalorian) com John Favreau como produtor-executivo, vai chamar atenção do público em geral e certamente sequestrar os cartões de crédito dos geeks”, analisa o Forlani.

Do ponto de vista dos negócios, ao investir nas produções Marvel e dar tamanha visibilidade ao anúncio dos novos projetos, a Disney pretende não só conquistar uma base de assinantes para sua plataforma, mas arrebatar o engajamento da rede de fãs que a franquia construiu mundialmente. Aline Pardos, fundadora da DCM Consulting, especializada em audiovisual e conteúdo multiplataforma, explica que as narrativas conectadas e lançamentos em sequência garantem à companhia a retenção dos seguidores que não sairão da plataforma enquanto novas produções de MCU forem lançadas.

As estreias das cinco séries e seis filmes que compõe a Fase 4 de Marvel serão distribuídas pelos próximos dois anos. Forlani analisa que o maior risco do movimento é causar uma saturação da marca. Para evitar, a Marvel da indícios de diversificação da oferta de gêneros oferecidos. De acordo com o anúncio, Doctor Strange In the Multiverse of Madness, segundo longa com o personagem Dr. Estranho, será a primeira produção de terror da companhia. Já o filme dedicado à Viúva Negra, deve buscar referências nos filmes de espionagem. As apostas podem trazer frescor às atrações da Marvel e garantir uma melhor aceitação no streaming, onde a marca vai encontrar uma pluralidade maior do que a já experimentada nas telonas.

Forlani chama atenção para o espaço que a diversidade tem tomado também dentro das narrativas da franquia. “O line-up parece trazer esta diversidade não só nos gêneros cinematográficos, mas também buscando dar cada vez mais protagonismo a personagens femininos, LGBTQ+, negros, asiáticos, latinos, que até pouco tempo estariam apenas como coadjuvantes ou nos papéis de vilões”, explica.

Exclusividade e reboots
Além da Marvel, o Disney+ terá em seu catálogo produções de Pixar, Star Wars e do canal de documentários National Geographic, marca adquirida junto ao pacote Fox. Para Aline, a companhia vai usar de seu patrimônio para se posicionar dentro do mercado de streamings e levar o público para dentro de sua plataforma. Apesar disso, ela ressalta que os outros players também têm cartas na manga e não podem ser subestimados dentro desse universo. “Como líder de mercado, a Netflix tem expertise em compreender o comportamento do público”, explica a executiva. A gigante deve usar seu conhecimento de mercado e sobre os hábitos de consumo dos usuários para criar conteúdos cada vez mais personalizados, que atendam às demandas do usuário.

Os concorrentes também tem se movimentado. A Netflix, que já tem amplo conhecimento do gosto de seus consumidores por meio da análise de dados de sua plataforma, segue investido em produção de conteúdo, na estrutura de estúdios com parcerias locais e negociações para a compra de sua estrutura própria. Analistas estimam que são entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões só neste ano. Já a WarnerMedia anunciou a saída de Friends do catálogo da Netflix, onde costumava bater recordes de audiência, e de outras séries famosas como Supernatural,  The Vampire Diaries, Riverdale e The 100, além de franquias vinculadas ao universo de heróis da DC como Arrow, The Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow, que passam a ser exclusivas da HBO Max. Outra aposta é o lançamento de reboots de séries queridas do público, como a volta de Gossip Girl em uma temporada de dez episódios com novos personagens, encomendada para o serviço da Warner.

*Crédito da foto no topo: Reprodução

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