Chegada de Sonic aos cinemas prova a força dos fãs

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Chegada de Sonic aos cinemas prova a força dos fãs

Rejeição da primeira versão divulgada do personagem mudou estratégia da Paramount Pictures


13 de fevereiro de 2020 - 6h00

Nesta quinta-feira, 13, Sonic – O Filme chega às telas do cinema, marcando a estreia do ouriço azul na telona. Com um elenco de peso composto por Jim Carrey, Ben Schwartz, Tika Sumpter e James Marsden, a produção acompanha o personagem em uma premissa similar ao primeiro jogo da franquia Sonic, The Hedgehog, em que Sonic viaja para terra para salvar sua espécie de Doutor Eggman, um cientista louco que planeja dominar o mundo, e Doutor Robotnik, responsável por aprisionar animais inocentes em robôs.

 

Paramount Pictures aposta no poder do personagem dialogar com diversas gerações (Crédito: Divulgação/Paramount Pictures)

O lançamento de Sonic – O Filme é um marco cinematográfico por resgatar o universo de um personagem de videogame originário do início dos anos 1990 pela Sega, cujo divertimento central era a velocidade do animal azul. O longa dá uma nova vida à Sonic, cuja marca teve uma maior movimentação ao longo do década de 1990 e início dos anos 2000, quando foram lançados jogos de tabuleiro, histórias em quadrinhos e uma série animada sobre a trama do personagem.

Na percepção de Pablo Miyazawa, editor de cultura pop da Webedia, o movimento é uma ressurreição do Sonic para o imaginário popular, o que pode lhe trazer novos públicos. As novas gerações, a princípio, podem vê-lo como um personagem de cinema para, somente depois, conhecer o universo dos jogos. Para um personagem como o Sonic, que surgiu no início dos anos 1990 e permaneceu por muito tempo no imaginário dos jogadores videogames, é como se fosse uma ressurreição. Ainda que jogos do Sonic tenham surgido ao longo dos anos, o personagem ficou distante do imaginário popular por bastante tempo. Então, para muitas pessoas, é como se ele ficasse escondido esses anos todos e retornasse em uma versão nova para o cinema”, avalia.

Quem encabeça parte da produção e distribuição de Sonic – O Filme é a Paramount Pictures. Luciana Falcão, diretora de marketing do estúdio no Brasil, diz que a empresa decidiu apostar na franquia pelo alto interesse do público e recall em termos de awareness. Segundo ela, o público-alvo do personagem é, de fato, variado. O filme visa atingir os pais que, quando crianças nos anos 1990, foram parte da primeiro geração do jogo de videogame, e por consequência, os filhos destes pais, além da família e dos jovens, de forma geral. “Queremos criar para o público fã desse produto e desse personagem uma experiência cinematográfica. Por isso produzimos um fã service (termo usado para se referir à quando um longa traz elementos específicos do objeto em questão para agradar o público que é fã), um ator forte como Jim Carrey e uma história que vai agradar todos os públicos”, afirma.

O poder do fandom

Na trajetória de divulgação, as produtoras enfrentaram um impasse. Quando foi divulgado o primeiro trailer do filme, em abril de 2019, houve uma grande repercussão de fãs criticando o visual do personagem. Segundo os internautas,  o Sonic do cinema não fazia jus ao conhecido pelo videogame. Os estúdios e o diretor Jeff Fowler, então, decidiram atrasar o lançamento do filme, anteriormente previsto para novembro de 2019, para fazer modificações. Os novos trailers, divulgados naquele mesmo mês, já foram mais bem aceitos.

Eu considero esse movimento da Paramount como sem precedentes, mas que representa exatamente os dias atuais, digamos assim, nessa era de repercussões e ‘cancelamentos’ nas redes sociais, de como as coisas repercutem tão rapidamente. Realmente dá para entender porque a Paramount se dispôs a gastar alguns milhões de dólares para refazer boa parte do filme, adiar a data de lançamento para entregar um produto mais palatável aos fãs de cinema, não apenas os de longa data mas também ao moviegoer tradicional. Eles sabiam que se não ouvissem a voz dos fãs, era como se o filme já tivesse fracassado antes de chegar aos cinemas. Foi bastante perigoso, mas adequado aos dias atuais”, avalia Pablo.

O editor lembra a aposta da Universal Pictures na live-action do musical Cats, que também foi duramente criticado pelos efeitos visuais antes de chegar ao cinema, mas que não foi modificado. “Às pessoas iam ao cinema para tirar sarro e não exatamente para curtir o filme”, conta.

De acordo com Luciana, o processo de refação do personagem foi apreensivo pois as críticas tomaram uma proporção arrojada, mas foi positivo para engajar os fãs nas próximas decisões do estúdio. “Começamos a ver spoilers do novo Sonic aparecendo na internet e íamos avaliando as reações dos fãs e vimos que a resposta foi boa. Desde às críticas sobre a primeira versão, tudo que lançamos é comentado é replicado. Os fãs ficaram mais engajados ainda. Conseguimos reverter o barco”, descreve.

Falando rápido

Para dar seguimento à divulgação de Sonic – O Filme, desta vez com um tempo mais apertado por conta da reforma de última hora do personagem, a Paramount criou uma estratégia que envolve ativações físicas, parcerias com marcas e campanha publicitária em mídias tradicionais e com influenciadores. Segunda Luciana, o lançamento do filme será uma das principais campanhas da Paramount Pictures este ano. Ela foi articulada pela Social Tailors e Artplan. As peças envolveram filmes para TV por assinatura de canais do público infantil, jovem e adulto, spots de rádio na Rádio Mix, presença na CCXP de 2019 com um estande para imitar o cabelo do personagem com Ariel Barbeiro, inventor do “corte blindado”, e divulgação com os criadores de conteúdo Cocielo e Felipe Castanhari.

Dentre as experiências, a distribuidora instalou atrações temáticas para a família nos shoppings Shopping Cidade, em Belo Horizonte, e Shopping Jardim das Américas, em Curitiba, e está realizando corridas em fevereiro em março em São Paulo (16 de fevereiro), Rio de Janeiro (8 de março), Belo Horizonte (15 de março) e Campinas (22 de março).

 

Espaços em shoppings simulam atividades que o personagem faz no filme (Crédito: Divulgação/Paramount Pictures)

Puma, Movida, Rei do Mate, Sorvetes Pardal, Cini Refrigerantes e Pão Nino também participam da divulgação. Ainda em 2018, a Puma lançou globalmente produtos licenciados do personagem para o público jovem. No Brasil, especificamente, a Movida realiza uma promoção para que os interessados em alugar um carro tenham um maior tempo de retorno do veículo e ganhem brindes do filme. No Rei do Mate, ao adquirir um combo de pães de queijo, o consumidor ganha um copo personalizado. Nas parcerias firmadas com as marcas locais Pão Nino (PR), sorvetes Pardal (CE) e refrigerantes Cine (PR), o personagem estampa embalagens e recipientes personalizados.

Como o Brasil é um País de dimensão continental, para nós é muito importante cobrir o País em parcerias nacionais ou procurar marcas importantes para as regiões. Quando o filme tem esse foco promocional, procuramos pulverizar”, explica a executiva. Segundo ela, no trabalho de prospecção das marcas dão avaliadas as principais mensagens da trama e que tipo de categorias de segmentos podem ser trabalhados. No caso de Sonic, por dialogar com crianças e jovens em época de férias escolar, a Paramount foi atrás de marcas que se encaixassem no período.

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