Opinião
Consumidor ou boss: para quem sua marca está olhando?
O que importa é a mensagem que é transmitida em todos os pontos de contato, desde o recado que você emite até aquele que você não controla
Consumidor ou boss: para quem sua marca está olhando?
BuscarConsumidor ou boss: para quem sua marca está olhando?
BuscarO que importa é a mensagem que é transmitida em todos os pontos de contato, desde o recado que você emite até aquele que você não controla
5 de abril de 2019 - 6h00
Recentemente, estive em Nova York, coincidentemente na mesma semana em que o diretor global da rede de eletrônicos Best Buy. Ao visitar uma das suas unidades, perguntei ao vendedor se eles tinham preparado algo de especial para impressionar o executivo. Sua resposta foi a mais inspiradora possível para quem atua com marcas: todos os dias as lojas são preparadas para isso, porque o grande “Boss” por lá é o consumidor que merece ser recepcionado pelo caminho do rei.
Bingo! A indústria e o varejo precisam ir além da prática comercial e ampliar a visão para entender que, atualmente, não lidamos mais com consumidores e nem com clientes, mas sim com chefes que queremos que assumam esse papel do “Boss”. Isso porque esse simbolismo coloca em evidência alguém que não apenas manda, mas aquele que é parte do negócio, que torce por vitórias, que é parceiro na construção, que engaja nos projetos e incentiva que outras pessoas façam o mesmo. É ou não é o tipo de relacionamento que estamos todos em busca?
A comunicação e a experiência são justamente o que dão o tom dessa transformação, que passa, é claro, pelos mundos online e off-line. O que importa é a mensagem que é transmitida em todos os pontos de contato, desde o recado que você emite até aquele que você não controla. É o que o consumidor enxerga nessas entrelinhas e também a opinião dos seus semelhantes que transformam a sua vontade em oportunidade para os negócios.
A imagem é construída em todas as direções e, se quisermos ter alguma entrada, é preciso pensarmos muito mais no horizonte que se apresenta do que na verticalização que um dia já dominou os relacionamentos. Voz, poder e influência são três das características intrínsecas do “Boss” de qualquer organização e enquanto formos fonte dos valores que desejam a tendência é que estejam conosco de maneira mais profunda e constante.
O faturamento no fim das contas é resultado dessa grande persona comprar a marca como ideia, alternativa, propósito e espelho do que ele acredita ser correto para o seu estilo de vida. Não é mais uma conversa sobre a roupa que vai escolher, sobre o acessório ou o smartphone de última geração que viu, mas sim como cada um desses itens vai transformar e simplificar seus problemas ou a sua rotina, por exemplo.
Diante desse cenário, por que é que ainda não estamos olhando para a longa jornada que queremos ter com os consumidores? Sábias as empresas que despertarem para esse movimento e também para a necessidade de manter a agilidade como um atributo das suas mudanças.
O “Boss” fala! E não é na pesquisa ou na amostragem, como o cliente. É no seu círculo de amigos, entre a rede profissional, nas plataformas sociais e ainda mais no seu comportamento. E cada um dos tantos “bosses” emite sua mensagem à sua imagem e semelhança. O microfone está sempre aberto e o mesmo precisa acontecer com as anteninhas do lado de cá. E conforme a gama de informações aumenta, o “Boss” também muda: de opinião, de postura, de decisão.
E mais do que isso: altera a forma como lidera. Se é tudo ao rei e vale o clichê servir bem para servir sempre, também teremos que nos reinventar em tempo hábil se quisermos continuar a fazer parte do time. Ele é o poder: manda quem pode e obedece apenas quem está preparado para colocá-lo no centro do discurso, da prática e do mindset, seja no desenvolvimento do produto, na promoção ou no contato com o vendedor, como no grande exemplo da Best Buy.
*Crédito da imagem no topo: Rawpixel/Pexels
Compartilhe
Veja também
Técnica e estratégia
Ambiente estressado pela pulverização de opções de mídia e pelas mudanças de comportamento da audiência valoriza os profissionais especialistas na atividade, mas exige desempenhos mais fundamentados
Premiunização para avançar
Fazer leituras rasas dos cenários econômicos pode restringir oportunidades de negócios