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Opinião

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O futuro da experiência do consumidor é híbrido


24 de fevereiro de 2022 - 6h00

Crédito: Shutterstock

A pandemia adiantou um processo que já estava em andamento e transformou rapidamente o mundo: vivemos nos últimos dois anos uma revolução cultural e tecnológica que acelerou o processo de uma nova tendência global de consumo em 2021, a realidade “fígital” (adaptada do Inglês phygital), que combina o mundo físico/presencial com o digital/virtual. Já não vemos mais a separação clara que tínhamos antes do que era o ambiente digital e o que era o físico, e o fígital aparece como forma de traduzir essa fusão entre os dois ambientes e que deve se consolidar em 2022.

Os consumidores aprenderam a estudar, a trabalhar, a comprar e a se divertir no ambiente on-line. Percebemos um aumento na procura por cursos on-line, empresas migrando definitivamente para o modelo de trabalho à distância e o Entretenimento e a Cultura ocupando cada vez mais espaço no ambiente digital, com peças de teatro, shows e exposições sendo apresentadas de forma online. No que diz respeito aos meios de pagamentos, presenciamos e, até mesmo fizemos parte da ascensão do e-commerce, que registrou um crescimento de 75% em vendas entre 2020 e 2021 e já representa 11% das vendas totais do varejo, de acordo com levantamento da MasterCard.

Avanço da vacinação e o retorno das atividades presenciais traz novas expectativas para 2022

O avanço da vacinação e o retorno da vida no presencial, devem alterar, no curto prazo, a força expressiva que o digital ganhou durante a pandemia. Um dos grandes pensadores da atualidade, o sociólogo, médico e professor de Ciências Sociais e Naturais da Universidade de Yale, Nicholas Christakis, aponta que, “se você olhar para o que aconteceu nos últimos 2 mil anos, quando as pandemias acabam, há uma festa. É provável que vejamos algo parecido no século 21. No pós-pandemia, as pessoas inexoravelmente vão buscar mais interação social.”

O futuro, mais esperançoso por conta das perspectivas de um maior contato presencial, também terá lugar para as ferramentas como streaming, videoconferência, realidade virtual e realidade aumentada, que garantiram a implementação do fígital, assim como nossa “sobrevivência” num período tão adverso. Os consumidores manterão os novos hábitos, combinando as experiências presenciais e virtuais. No varejo, por exemplo, o modelo omnichannel oferece diferentes formatos e experiências possibilitando aos consumidores comprar no online e retirar na loja, comprar na loja física e receber em casa. São facilidades que vieram para ficar e agregar.

E no setor de eventos, como fica o próximo ano?

No setor de eventos as mudanças também aconteceram muito rápido, com shows e festas online, onde as “lives” permitiram assistir ao artista favorito, interagindo, comentando, dançando, cantando, sem mesmo sair de casa. Os encontros com os amigos entraram no universo das videoconferências, as degustações, e muitas outras experiências presenciais vieram para o mundo digital.

A era fígital permitirá uma experiência híbrida repleta de possibilidades, com experiências complementares, onde um teatro online permitirá ver a mesma cena de diversos ângulos, além de permitir interação do espectador remoto com a platéia local.

Estudo recente da EventMB.com, realizado no último trimestre de 2021 com empresas da área de eventos, mostrou que 63% delas acreditam que o formato híbrido será o escolhido para eventos futuros. Aliás, o setor de eventos, que responde por 4,5% do PIB e movimenta mais de R$300 bilhões, deve iniciar a sua recuperação no verão de 2022 com aumento de público presencial em razão das medidas de proteção sanitária. Mesmo assim, o fígital também continuará em voga no setor de eventos, mas dividindo espaço com o modelo híbrido. Ou seja, os consumidores devem adotar a experiência que lhe for mais adequada, combinando eventos presenciais e virtuais por meio de plataformas como o Sympla Live, para transmissões simultâneas, ao vivo.

A continuidade do uso do digital para o mercado traz diversas conveniências tanto para quem produz os eventos como para quem assiste. No primeiro caso, a possibilidade de se produzir a um custo menor de produção e a facilidade de transmitir o conteúdo digitalmente diversas vezes, gerando um grande volume de venda, são atrativos.

Já, para o público, a possibilidade de fazer outras atividades ao assistir ao conteúdo, não precisar se deslocar, evitando trânsito e a facilidade de ter o conteúdo disponível na palma da mão, muitas vezes no formato on demand, são grandes benefícios do formato digital.

Percebe-se que as inovações possibilitadas pelo fígital e implementadas majoritariamente nos últimos dois anos devido à pandemia não serão tendências passageiras. Elas transformaram o modo como consumimos e abriram portas para diversas possibilidades antes não exploradas. Ainda temos muitos campos inexplorados nessa fusão do ambiente presencial com o digital, que promete ser o futuro na forma de consumir produtos e conteúdo.

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