Como seria se a Unilever aceitasse a oferta da Kraft Heinz?
A proposta de compra foi retirada neste domingo,19, se fosse concretizado, o negócio avaliado em US$ 143 bilhões daria origem à segunda maior empresa de alimentos do mundo
Como seria se a Unilever aceitasse a oferta da Kraft Heinz?
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Luiz Gustavo Pacete
20 de fevereiro de 2017 - 6h45
Na última sexta-feira, 17, a anglo-holandesa Unilever recusou uma oferta de compra de US$143 bilhões do 3G Capital, fundo controlador da Kraft Heinz. De acordo com a Unilever, o valor da proposta é baixo e não há “nenhum mérito financeiro ou estratégico no negócio”. O 3G Capital também controla o Burger King e é acionista da InBev tendo na figura do brasileiro Jorge Paulo Lemann e seus dois sócios a principal participação societária. Além disso, o bilionário Warren Buffett é sócio de Lemann na Kraft Heinz.
Apesar da negativa da Unilever, a Kraft Heinz admitiu, segundo o The New York Times, que “está esperançosa de trabalhar nos termos e alcançar um consenso”. Caso fosse concretizada, a compra da Unilever seria o maior negócio da indústria de alimentos e bebidas no mundo ultrapassando a fusão entre AB InBev e SAB Miller, em 2015, avaliada em US$ 123 bilhões.
Mas como seria essa empresa criada da fusão entre Kraft Heinz e Unilever? No ranking de participação de mercado de empresas globais da Euromonitor, Unilever aparece na quarta posição seguida por Kraft Heinz. Caso a operação se concretizasse, elas pulariam para a segunda posição, atualmente o ranking é liderado pela Nestlé seguida de PepsiCo e Mondelez. “Embora houvesse pouco incentivo para a Unilever aceitar a oferta inicial de fusão, a vontade da Kraft Heinz e do 3G Capital de levar adiante a proposta poderia incentivar a Unilever a buscar um acordo para se desfazer de algumas de suas marcas”, diz Raphael Moreau, analista de alimentos da Euromonitor International.
“No ranking de participação de mercado de empresas globais da Euromonitor, Unilever aparece na quarta posição seguida por Kraft Heinz. Caso a operação se concretizasse, elas pulariam para a segunda posição”
De acordo com dados da Bloomberg, a Kraft Heinz faturou US$ 26,5 bilhões em 2016 e está avaliada em US$ 114,6 bilhões. Já a Unilever, possui valor de mercado de US$ 140 bilhões e faturou US$ 58,3 bilhões no ano passado. A Nestlé, por sua vez, faturou US$ 90,9 bilhões em 2016.
Nasce mais uma gigante do mercado de bebidas
Segundo Raphael, enquanto a criação de sinergias em molhos e sopas poderia ser algo racional para ambas, uma combinação de Heinz e Hellmann´s em maionese poderia ter dificuldade de ser aprovada pelos órgãos regulatórios. “A busca por uma megafusão poderia ver a 3G Capital se contentar com um acordo menor em que sinergias de grupo seria mais viável.” A notícia do negócio movimentou Wall Street e fez com que o índice da bolsa americana, onde a Kraft Heinz é listada, fechasse a níveis recordes na sexta-feira.
A Unilever é questionada por seus acionistas em função das incertezas vividas pela Inglaterra em relação à saída da União Europeia. A empresa tem papéis listados em Londres e Amsterdã. Analistas financeiros afirmam que, caso a Kraft Heinz não consiga fechar com a Unilever até março, ela teria outro alvo: a Mondelez. A Kraft Heinz, por sua vez, precisa expandir seu volume de vendas em outros mercados além dos Estados Unidos.
A Unilever é dona de um portfólio de centenas de marcas, dentre elas Omo, Hellman´s, Dove, Knorr, Ades, Arisco, Rexona e Kibon. Já a Heinz possui o famoso catchup homônimo e uma extensa linha de condimentos como maionese, mostarda e molhos, além das marcas Philadelphia e Quero num total que ultrapassa 22 marcas. Em agosto de 2015, Heinz e Kraft se fundiram em um negócio de mais de US$ 21,4 bilhões. Caso fosse comprada, a Unilever passaria a pertencer a um grupo de marcas icônicas e co-irmãs como Budweiser, Burger King, Tim Hortons e SAB Miller.
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