Desejo e propósito alinhados devem guiar líderes em tempos de IA
Iona Szkurnik, CEO da Education Journey, defende que o futuro da liderança começa pela sintonia entre desejo e propósito — e exige do líder coragem para não se abandonar no processo
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BuscarIona Szkurnik, CEO da Education Journey, defende que o futuro da liderança começa pela sintonia entre desejo e propósito — e exige do líder coragem para não se abandonar no processo
Roseani Rocha
16 de maio de 2025 - 19h45
Desejo e propósito, juntos, é o que levam a carreiras de longo prazo, avalia Iona Szkurnik (Crédito: Eduardo Lopes/ maquinadafoto)
Em um momento em que a inteligência artificial (IA) ocupa as manchetes e pressiona líderes a se atualizarem tecnicamente, a psicóloga e empreendedora Iona Szkurnik trouxe outra lente ao Marketing Network Brasil: a do humano. “Liderar, hoje, é ter a coragem de não se abandonar. É olhar para o próprio desejo e estar alinhado com seu propósito”, disse a fundadora e CEO da edtech Education Journey.
Com 12 anos de experiência no Vale do Silício, formação em psicologia e mestrado em Educação pela Universidade de Stanford, Iona compartilhou sua trajetória pessoal e profissional como contraponto ao discurso tecnocêntrico predominante: “O desafio real é ouvir a própria intuição, num mundo que exige decisões o tempo todo e onde cada escolha tem um peso. A liderança precisa estar conectada ao desejo.”
Em 2013, ela ajudou a construir a plataforma de ensino online da universidade. Depois, liderou a expansão de uma empresa por quatro anos e organizou a conferência Brazil at Silicon Valley, nos Estados Unidos, reunindo talentos para debater inovação e tecnologia.
Durante a pandemia, fundou a Education Journey, uma plataforma baseada em IA, com uma curadoria de conteúdos para ajudar profissionais de qualquer área a desempenharem melhor suas funções. O projeto cumpria o racional do mercado — tecnologia, escalabilidade, impacto —, mas, sete anos depois de deixar o Brasil, ela precisou encarar o desalinhamento entre seu desejo e seu propósito.
Iona ressaltou que muitas vezes as pessoas veem os benefícios, mas não o lado obscuro da liderança, como a quantidade de coisas das quais, muitas vezes, é necessário abrir mão. Diante disso, inclusive em tempos de sociedade atravessada pela evolução da IA, somente o alinhamento entre o que move um profissional de verdade – desejo e propósito – é que sustentam uma carreira no longo prazo.
No palco, Iona convidou o público a refletir: “O que você veio fazer nesta vida?” Uma pergunta simples, mas que carrega o poder de deslocar o centro da liderança do algoritmo para o humano. Para ela, o futuro dos negócios passa, inevitavelmente, por pessoas que saibam quem são — e que estejam dispostas a agir a partir desse lugar. Quem não sabe dizer a si mesmo seu propósito, ressaltou, dificilmente poderá ser um bom líder.
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